Chegamos ao som de aplausos. Não acreditava ser exatamente para nós, mas sim para o que poderia significar ter pessoas que chamamos de cientistas em um ambiente como aquele. Uma feira de ciências escolar, em minha memória, contaria com participação de alguns convidados externos, mas nunca pensaria que ter pessoas como professores de universidades poderia ser uma opção. Professores universitários costumam ser bastante ocupados com coisas que eu considerava ser ‘mais importantes’. Os alunos desses professores costumam ser mais acessíveis, então, tê-los em um evento como esse me pareceria ser uma opção mais provável de acontecer. Pois estávamos lá, alunos e professores universitários, cientistas, pais, funcionários públicos, jornalistas, engenheiros e diversos outros brasileiros.
Às vésperas de uma eleição marcada pela disseminação de mentiras e acusações, o Hino Nacional precedendo um evento de divulgação científica me bateu com grande força. E gostaria de sublinhar a expressão ‘evento de divulgação científica’ porque não há melhor forma de descrever a ‘feira de ciências’ da qual tive a honra de participar. Ciência de alta qualidade e impacto, ligada ao cotidiano dos jovens que apresentaram seus projetos e de seus familiares, de seus círculos sociais e, por que não, da sociedade como um todo. Com pouquíssimo recurso, e por vezes apenas com a imaginação, aqueles jovens transitaram por temas de saúde e das ciências naturais com a maestria que falta em muitos cientistas renomados com diversos equipamentos de ponta, mostrando que o principal laboratório de um cientista é sua própria cabeça.
Obviamente o investimento em ciência é fundamental para permitir que esses pilotos evoluam em retorno real para mais pessoas e, por isso, projetos como esses precisam de apoio. Infelizmente, cada vez menos apoio é disponibilizado à ciência no Brasil e isso é culpa também dos cidadãos que consomem pouca ciência conscientemente, apesar de se aproveitar dos benefícios trazidos por ela todos os dias, mas esse tópico fica para uma próxima oportunidade. Hoje, eu falo sobre um nome que mudou várias vidas.
Com certeza a participação e a presença de todos foi muito relevante e enriquecedora. Mas, inegavelmente muitas vidas mudaram naquele dia. Com a empolgação e o brilho que eu pude ver nos olhos de cada um deles, tenho certeza que eles não voltaram para suas atividades vespertinas da mesma forma. Sem sombra de dúvidas, o contato com aqueles cientistas que eles tiveram enriqueceu demais suas visões e os melhorou como pessoas e por isso, afirmo, os alunos e professores universitários, cientistas, pais, funcionários públicos, jornalistas e engenheiros que foram para avaliar aquela feira de ciências nunca mais voltarão a ser os mesmos. O nome de peso que mudou suas vidas nunca será esquecido: FEVEM, nos veremos de novo.