Uma das questões nevrálgicas que aqueles e aquelas que trabalham com pesquisa seguramente têm que enfrentar, gira em torno do papel social desse fazer. Em 2013, logo que cheguei a Maputo e comecei a observação participante no meio profissional da Dança Contemporânea, encontrei-me uma vez mais com a queixa das pessoas a respeito da invisibilidade dos resultados produzidos pelas pesquisas e com a sensação de exploração dos informantes, pois é muito raro que o retorno a ele ou à comunidade seja visualizado de forma precisa.  A partir dessa reflexão acumulada ao longo dos anos, mas também do reencontro com os artistas no Kinani 2017, estabeleceu-se que um dos papéis, meu e da pesquisa que realizo enquanto ali estou, é dar a ver o acontecimento e os pensamentos dos sujeitos a quem tenho acesso privilegiado,  já que estou ali de corpo presente, fazendo aulas, conversando, entrevistando, pensando junto.