Em 1957, no dia em que completou 75 anos de idade, Igor Stravinsky, o grande compositor erudito russo, cedeu uma entrevista para a NBC, onde é perguntado sobre questões musicais e criativas pelo seu aluno, o maestro Robert Craft. Na época, Stravinsky já morava nos EUA, mais especificamente, em Hollywood, California. Stravinsky foi talvez o compositor mais influente no momento da grande cisão do tonalismo, já mencionado anteriormente, ocorrido no início do século XX. Nesta entrevista, Stravinsky menciona que desde criança já sentia o pulsar da sua veia de inovação, que o acompanhou por seus quase 90 anos de vida. Aos 8 anos de idade, quando iniciou seus estudos musicais com aulas de piano, ao aprender a escala diatônica (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, Dó), pensou “alguém deve ter inventado esta escala; se alguém a inventou, então eu também posso inventar a minha própria escala”. Assim, Igor criou a seguinte escala: Dó, Ré, Mi, Sol, Lá, Si, Fá. Seu tio, ao escutá-lo tocando repetidamente ao piano aquela estranha sequência de notas, questionou o sobrinho o porquê daquilo, ao que Igor respondeu “caro tio, está é a minha criação; respeite”.