Gostaria de compartilhar uma entrevista interessante feita pelo jornal Olhar Virtual com o professor Emílio La Rovere do Programa de Planejamento Energético da COPPE-UFRJ. A reportagem que relatou a entrevista foi intitulada “O futuro da usina Belo Monte” e assinada por Thor Weglinski. Abaixo alguns trechos selecionados desta entrevista.
“Olhar Virtual: Quais os prós e contras na construção da usina Belo Monte?
Emilio La Rovere: Como todo o projeto energético de grande porte, existem impactos positivos e negativos. Os positivos são a contribuição para o suprimento de energia renovável, isenta* de emissões poluentes e gasosas. Com isso, o Brasil dá um passo importante para a segurança energética e atendimento de uma demanda crescente de energia elétrica. Além disso, a usina permite uma produção renovável a baixo custo, menor do que outras alternativas. Os principais aspectos negativos são os impactos ecológicos e sociológicos sobre as populações indígenas e ribeirinhas próximas ao local.
Olhar Virtual: Há alternativas à construção da represa? Energia nuclear, termelétrica ou outra?
Emilio La Rovere: Tecnicamente sim, como centrais nucleares, termelétricas, a carvão, a óleo, fontes eólicas ou a bagaço de cana. Naturalmente há restrições quanto à produção das alternativas, pois não é fácil gerar a quantidade de energia de Belo Monte, com mais de 11.000MW. É uma quantidade de energia muito grande que outras teriam muita dificuldade para gerir. As alternativas renováveis, como solar ou eólica, são indicadas para atender pequenas demandas espalhadas pelo território, mas não para grandes blocos de energia como as das metrópoles. A nuclear pode ser usada em maior escala como também a termoelétrica a carvão ou a gás. O problema é que todas as alternativas também trazem impactos negativos: as nucleares têm custo alto, as termoelétricas são inconvenientes do ponto de vista ambiental, pois emitem gases de efeito estufa. O uso de hidroeletricidade ainda tem vantagens importantes em relação a outras fontes, observando pós e contras.
(…)
Olhar Virtual: A tecnologia brasileira adotada em construção evoluiu?
Emilio La Rovere: A tecnologia em construção de hidrelétricas evoluiu. Já há sinais disso nas duas usinas no Rio Madeira, Girau e Santo Antônio, que continuam gerando impactos ambientais, mas que são muito menores em relação à primeira geração de hidrelétricas. As novas usinas foram construídas com turbinas que aproveitam mais a corrente da água e a velocidade do fluxo do rio. As primeiras tinham lagos muito extensos, causadores de grandes impactos ambientais, atingindo comunidades, fauna e flora com alagamentos. Girau e Santo Antônio têm uma nova tecnologia que permitiu amenizar os impactos, já que seus lagos têm uma área bem menor. Não quer dizer que não temos agressões ao ambiente, mas, comparativamente, as usinas atuais são mais benéficas do ponto de vista ambiental.
(…)
Olhar Virtual: A usina é vital para o desenvolvimento do país?
Emilio La Rovere: Belo Monte tem uma importância para o suprimento de energia elétrica no Brasil, e, por isso, a construção é vital. A usina irá aproveitar o potencial remanescente hidrelétrico no país. Houve um período de escassez de geração de eletricidade no país, entre 2000 e 2001, resultante da insuficiência de investimentos. O que aconteceu foi uma falta de planejamento para construção de hidrelétricas pela expansão da demanda. Hoje, o mercado de energia elétrica cresce e, por isso, Belo Monte e outras usinas são vitais para o desenvolvimento.”
Claro que os impactos ambientais e sociais gerados pela implementação do projeto de Belo Monte serão significativos. Existiu sim uma pressão muito forte do governo fazendo com que o projeto fosse aprovado de forma “rápida” (demorou 20 anos para sair do papel, mas a maior pressão foi feita pelo governo atual). Acho o cerne da questão deve ser cobrar do governo que os impactos sejam os menores possíveis e que a contra partida ambiental pela construção da usina (que pode chegar a 2,29 bilhões de reais) seja realmente bem investida.
Não há atualmente tecnologia para substituir a quantidade de energia a ser gerada por usinas hidrelétricas no Brasil. Chegamos em um ponto crítico onde o maior potencial hidrelétrico restante está na Amazônia. Não acho que devemos utilizar todo o potencial hidrelétrico desta região mas não podemos fechar os olhos a esta questão. Devemos sim investir em fontes alternativas de energia (eólica, solar, biomassa, etc), mas achar que hoje elas podem tomar lugar de fontes como a hidrelétrica no Brasil é no mínimo utópico.
* O trecho onde o professor fala “energia renovável, isenta de emissões poluentes e gasosas” é bem questionável. A geração de energia hidrelétrica não é isenta de emissões de gases estufa. Ainda mais em usinas mais antigas, onde problemas como grande área alagada, vertedouro mal localizado, inundação da mata original e consequente decomposição anaeróbica da matéria orgânica, etc aumentam de forma marcante a emissão de CO2 e metano, os dois principais gases estufa. Claro que essa emissão vai variar ao longo do tempo de implementação do reservatório, mas ela não deixa de ser considerável. Como ressaltado ao longo da entrevista a tecnologia atual de implementação da hidreletricidade consegue diminuir significativamente a emissão de gases da área alagada por trabalhar a fio d´água (menor área alagada). Mas nunca será “isenta” de emissões. Isso não é verdade apenas para para usinas hidrelétricas, mas para qualquer tipo de energia considerada “limpa” como biocombustíveis, eólica, solar. Por isso que devemos pensar sempre no custo-benefício de qualquer tipo de fonte de energia.
Peço desculpas pela minha falta de informações técnicas e sócio-ambientais e portanto não posso enriquecer o Blog. Resolvi aqui escrever pois lendo os comentários verifiquei um nível muito bom nos mesmos e também em relação às respostas.
Vou apelar então para algo que não tenho notado em debates:
Não é melhor a criação de um grande lago artificial ao invés de incontáveis torres eólicas?
Em geral o ser humano gosta de lagos!
A criação de tal lago poderá influir negativamente no clima da região?
A piscicultura poderá ser implementada neste futuro lago?
O lago poderá trazer benefícios para a flora e fauna circundantes?
O turismo (ou eco-turismo!) poderá ser desenvolvido na região?
Alguns esportes náuticos (motorizados ou não) serão bem-vindos?
Agradeço respostas bem intencionadas!
Muito boa a discussão a cerca da Usina aqui no seu site!
Faço parte do Movimento Xingu Vivo Curitiba e sempre procuro me atualizar com relação as novas questões que estão relacionadas a esta obra.
Vejo q o bnível de argumentação mudou muito com o passar dos meses, fugindo um pouco da raiz social e indo muito para a questão da comparação entre os vários mecanismos de produção de energia. Com relação a isto gostaria de apresentar um documento que foi criado no sentido de discutir uma alternativa mais viavel que a UHE.
http://www.issuu.com/danihabib/docs/alternativa_energetica_de_minimo_impacto
São calculos preliminares que demandam mais estudos, mas que pode ser usado como um plano norteador à questão.
Pois bem, voltando a questão inicial só gostaria de ressaltar algumas coisas, se tomarmos por base a usina do Tucuruí, desenvolvida entre as decadas de 70 e 80, com base na entrevista do professor Oswaldo Sevá (professor de eng. mec na UNICAMP) podemos supor que a desculpa de que a construção de UHE Belo Monte é vital para a questão energetica não confere pois praticamente toda sua produção energetica vai para atender a demanda de grandes mineradoras nacionais e internacionais ou seja, para atender a demanda energetica internacional e não à demanda interna.
Outra coisa que gostaria de destacar e que, para m im, foi motivo suficiente para aderir a causa em favor do xingu, é o preço da cultura indigena, que vive a gerações neste ambiente e que tem em sua estrutura social um modelo para grandes empresarios de todo o mundo.
Nosso país tem a oportunidade de ser, assim como estas comunidades tradicionais, exemplos para o planeta no que se refere a desenvolvimento porém ainda continua cometendo os mesmos erros de 30 anos atras. Modelos solares e de biomassa são mais caros, sim claro, porém veja q a questão é muito mais profunda, com todo o dinheiro público que é desviado anualmente no nosso país (62 bi ao ano)dava para se desenvolver e construir modelos de produção energéticas com custo beneficio muito maior que a UHE de Belo Monte. Se pararmos para pensar podemos perceber que as mais de 20 comunidades indigenas e outras comunidades tradicionais (aprox. 40000 pessoas) estarão pagando pela corrupção no nosso país. Infelizmente, hoje em dia, não podemos desvincular uma cisa da outra, para discutirmos com propriedader a questyão energética, temos que discutir a questão política tb.
Grande abraço a todos e esperemos que todas as decisões sejam tomadas pensando no coletivo!
Rafael,
Concordo com a sua motivação, mas Tucuruí não tem nada haver com Belo Monte. É como comparar uma célula para energia solar de 30 anos atrás com uma atual. A tecnologia é completamente diferente e os impactos também.
Em relação a energia de Belo Monte ser apenas para grandes empresas é uma falácia. O direcionamento da energia será de 70% para o uso doméstico e de pequenas empresas. Isso é um fato. Se ele vai ser seguido ou não depende da nossa supervisão. Mas usar o argumento que a energia de Belo Monte vai só para grandes empresas é falso.
Abraços.
@Rafael
Obrigado por compartilhar suas ideias. Discutir sobre o assunto é sempre importante e acho que isso é o que falta em relação ao setor energético brasileiro.
Acho que você está correto sobre a importância de se investir em fontes alternativas de energia. E como eu falei para a @Maria, isso vem sendo feito. Bem ou mal já é outra questão que eu não tenho competência para discutir, mas vários leilões já ocorrem para fontes de energia mais locais e de menor porte. E também existe o PROINFRA (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica). Seguindo o Plano Nacional de Energia - 2030 (que tem um capítulo inteiro só para energias alternativas) a procura de empresas pelo programa PROINFRA foi muito mais baixa do que esperado. Problemas principais:
"• Falta de capacidade financeira dos agentes, que devem complementar os 70% financiados pelo BNDES;
• Insuficiência no parque industrial brasileiro: o programa exige um índice de nacionalização de 90% dos equipamentos e, hoje, apenas 2 fábricas atuam no país com uma capacidade global de 550 MW/ano; e
• Necessidade de revisão dos projetos."
Vemos então que a produção de energia alternativa ainda é muito incipiente no Brasil. Existe um bom potencial, mas isso não é traduzido em produção nos próximos anos. Temos que investir em tecnologia nacional para baixar os custos e melhoria da produtividade. A energia eólica se mostra muito mais madura do que a solar, mas atualmente ainda é uma fonte de energia "alternativa".
Quanto a preferir pagar mais caro por um tipo de energia que teoricamente tem menos impacto é relativo. Energia eólica e solar tem sim impacto direto e podem ser significativos, principalmente quanto comparamos a produtividade de energia delas com as hidrelétricas. Dentre os impactos, podemos citar (direto do Plano Nacional de Energia - 2030):
Solar:
"Destaca-se que a operação de plantas solares pode causar poluição térmica e química nos recursos hídricos, perda de habitat devido ao uso da terra, impacto visual, ruído, e danos ao ecossistema, sendo os dois primeiros considerados os mais importantes, que contribuem de forma negativa aproveitamento do potencial. (...) Em relação ao aproveitamento fotovoltaico, deve-se considerar que a produção das placas consome uma
grande quantidade de energia elétrica. O tempo de recuperação do “investimento energético” varia entre 2 a 5 anos. Como a eletricidade consumida é comprada normalmente da rede, então, pode-se considerar alguma emissão associada à produção das placas fotovoltaicas. Ainda em relação à tecnologia fotovoltaica, no processo de produção usam-se gases tóxicos e infamáveis, tais como silano, fosfína e metais tóxicos como cádmio. O uso de tais metais é bastante controvertido, porém não há nenhuma indicação de risco imediato. As interferências eletromagnéticas podem causar alguns problemas técnicos, mas não são prejudiciais à saúde humana."
Eólica:
"As questões relacionadas ao uso do solo são um dos principais limitadores ambientais do crescimento do aproveitamento do potencial de energia eólica, sendo a maior objeção à construção de fazendas eólicas, em determinados sítios, efetuada pela população local, mais diretamente afetada pelos impactos das centrais. A densidade energética das fazendas eólicas é baixa, normalmente variando entre 0,06 km2/MW e 0,08 km2/MW, demandando extensas áreas para sua instalação. (...) As restrições e impactos ambientais das fazendas eólicas estão principalmente relacionados à vizinhança dos aerogeradores, como a emissão sonora proveniente dos acionamentos mecânicos e da aerodinâmica e o
impacto visual. Há, também, impactos de maior envergadura, especialmente sobre a fauna, pois os aerogeradores podem interferir nos hábitos dos pássaros e outros animais que vivem nas zonas costeiras ou cuja rota migratória coincide com os sítios eólicos."
Claro que esses impactos podem ser reduzidos, como na construção de hidrelétricas. A única coisa que tenho feito em relação a este assunto é tentar fazer os leitores pensarem um pouco nisso. Não existe fonte de energia completamente limpa. Cada uma apresenta seus prós e contras. Não devemos investir apenas em uma fonte por uma questão de segurança na matriz energética, mas não podemos fechar os olhos para o grande potencial hidrelétrico que ainda temos.
Não sou especialista na área para falar que Belo Monte é o melhor investimento possível em termos de aproveitamento do potencial hidrelétrico associado a um menor impacto ambiental. Mas acho que demonizar o projeto não vai ajudar em nada. Por falta de discussão política, falta de transparência, falta de interesse da população entorno do assunto a construção de Belo monte é quase certa. Temos aqui que levantar a cabeça e pensar em como pressionar os políticos para que a construção causa menos impacto e que o dinheiro seja investido da melhor forma.
Mas é claro que toda a discussão é válida pensando no Plano Nacional de energia - 2030. Onde vamos direcionar os nossos gastos do setor energético nas próximas décadas.
Novamente obrigado pelo comentário e volte sempre.
@Claudia
Essa é uma boa questão Claudia. Melhorar a eficiência energética (incluindo produção, transmissão e consumo) é um ponto importante. O esperado pelo Plano Nacional de Energia - 2030 é que, neste ano se todas as medidas propostas forem realizadas, a conservação de energia fique entre 3,4 e 8,5% do consumo total de eletricidade. (Fonte: http://www.epe.gov.br/Estudos/Paginas/Plano%20Nacional%20de%20Energia%20%E2%80%93%20PNE/Estudos_12.aspx?CategoriaID=346). Não é algo instantâneo mas é uma medida mais que necessária.
Existe também o interessante PEE (plano de eficiência de energia): http://www.vermelho.org.br/blogs/outroladodanoticia/?p=25270 . O Plano Nacional de Energia tem um capitulo inteiro dedicado apenas a eficiência energética. Destaco aqui um trecho:
"(...) este plano, que obriga as distribuidoras de energia elétrica a aplicarem uma parte de sua receita operacional líquida no uso final de energia, é hoje o principal provedor de
recursos para incrementar o uso mais eficiente de energia. Ele tem passado por uma série de revisões e ainda é objeto de críticas e sugestões de melhoria."
Temos então que fazer o que realmente pode mudar o caminho das coisas. Pressão nos políticos. O projeto é interessante mas precisa de pressão política para ser implementado. Mas primeiro temos que passar pela fazer de informação, já que muita gente nem sabe que isso existe. Para isso estamos aqui.
@Clever
A demanda energética do Brasil cresce cerca de 5 mil MW por ano. Reforçando, por ano. A maior parte da energia gerada por Belo monte irá para o consumo residencial. Esta é a maior demanda crescente no Brasil devido aos programas sociais do governo. Claro que também servirá
Na cheia a previsão é sim de 11 mil MW. Esse é o chamado potencial máximo da usina. E se você pegar o RIMA via ver que os números da época de seca não estão escondidos. A previsão é que a energia de Belo Monte seja usada de forma complementar a das outras usinas hidrelétricas, sendo o grande potencial da cheia usado para contrabalancear épocas de seca em outros reservatórios. A usina será ligada ao SIN (sistema interligado nacional).
Quanto a questão política e econômica isso é realmente um problema. Mas não pode invalidar a importância da geração de mais energia para o país. Se pensarmos assim é melhor não eleger nenhum político, não deixar nenhuma prefeitura realizar obras de infra-estrutura (que são as mais superfaturadas). O meu argumento é que não podemos deixar de discutir uma obra dessas proporções por problemas políticos. Temos é que cobrar mais transparência do uso do nosso dinheiro e não evitar que obras essenciais aconteçam.
Se colocarmos o panorama da matriz energética brasileira perante outros países chega a ser uma piada. Nos EUA, Europa e China a matriz é completamente dependente de carvão. A fonte de energia mais suja que existe. Temos um grande potencial hidrelétrico e temos que utiliza-lo com inteligência. Novamente reforço que temos que cobrar transparência do processo, mas não invalidar ele por questões políticas. A tecnologia de implementação de hidreletricidade evolui muito e isso ninguém pode negar.
Quanto ao autor do texto ser um engenheiro isso não invalida os seus argumentos. Eu sou ecólogo e não me acorrento a porta da eletrobrás nem chamo Belo monte de "Belo monte de bosta" como muitos biólogos por aí. E espero que meu argumento não seja invalidado por isso.
@Manuel
Sem dúvida alguma, concordo com você. Tenho certeza que a energia hidrelétrica não é a melhor possível, mas é a melhor que temos atualmente. Principalmente pensando no custo-benefício não só financeiro, mas ambiental.
Abraços e obrigado pela visita.
@Maria
Na minha opinião, Sim e não. Acho sim que devemos investir mais em energias alternativas mas não construir Belo Monte não significa que investiremos todo o dinheiro deste empreendimento em eólica e solar. Não podemos fechar os olhos para o potencial hidrelétrico brasileiro, mas ao mesmo tempo temos que investir em energias renováveis. Como fazer?
Talvez a solução é usar da melhor forma possível, menos impacto, investimento correto da contrapartida ambiental, etc das novas usinas hidrelétricas. Mas sem esquecer das renováveis. Não aprece muito nos jornais, mas o governo vem fazendo sistematicamente leilões de energia renovável http://www.mme.gov.br/mme/noticias/destaque_foto/destaque_0084.html
Então acho que devemos discutir o cerne da questão. Energias alternativas ainda são, pela tecnologia atual, complementares. Precisamos planejar uma melhor matriz energética para o futuro, mas atualmente a demanda pede um investimento pesado em geração de energia. Por isso precisamos utilizar o potencial hidrelétrico da Amazônia, mas de forma inteligente e sem pressão política tão forte.
Primeiramente parabens mais uma vez pelo excelente Blog .
Segundo sugiro a todos assistirem esse programa da Globo News.
http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1571469-17665-310,00.html
Depois de assitir este programa fiquei refletindo e fiz umas viagens ...e escrevi abaixo um pouco no fluxo de pensamento mas espero contribuir para uma discussao saudavel .
19 bilhoes para contrucao de uma unica usina ? 19 bilhoes dos nossos impostos que daria para subsidirar ou comprar mais de 2 milhoes de geradores fotovoltaicos para residencias ....investir em parques eolicos diversos espalhados pelo terrorio diversificando a matriz energetica ??
Ai vem akeles e dizem mas o custo da eolica ainda e caro ?
O kw/hora e caro ... Mas nao seria hora de comecar a questionar o valor do Ecossistema Amazonico e que obras seu como Belo Monte podem ter impactos incalculaveis ? Eu perfiro pagar um kw mais caro sabendo que um ecossistema como o amazonico estara seguro .
Ou seja a obra tem objetivo de transferir grana paras das grandes empreiteiras e subsidirar que o japones tome coca cola com o preco da latinha paga por nos brasilerios ..como disse o Carlos Vainer ...
E tem aqueles que sempre acham que a tecnologia ira revolucionar e ser a solucao ...nao seria gastar muita grana sendo que daqui a 20 ou 30 anos novas tecnologias estarao disponiveis e seus precos compativeis .
Tem hora que penso que fico chato querendo achar problemas e ser critico de tudo mas tem coisas que nao desse garganta abaixo ...
No mais e isso parabens mais uma vez .
As vezes acho que a discussao de melhor fonte de energia meio sem sentido, qq uma vai ter prós e contra, sempre, acredito que devemos diversificar, nunca colocar todos os ovos numa cesta só, por diversos motivos.
Mas uma coisa que me preocupa muito e dificilmente é falada é eficiencia energetica. Devem existir por ai várias usinas hidreletricas velhas, arcaicas e sem eficiencia nenhuma e q se tivesse algum tipo de investimento nesse sentido iria ajudar muito e talvez dar um folego para a construção de novas usinas, mas investir em eficiencia nao gera polemica, provavelmente nao se investe milhoes e nao tem contratos faraônicos, né? Talvez isso ate já ocorra, mas nao dá notícia...
Devagar com o andor...
Eu também gosto de banho quente, mas vamos com calma.
Esse cara é Engenheiro energético e está querendo vender o peixe dele. Só de falar que a hidrelétrica é isenta de emissões de gases já me faz questionar o que ele diz sobre outras coisas.
11.000 MW? No auge da cheia, certo?! Geralmente ela vai produzir 4000 - 6000 MW. Agora a pergunta correta de se responder: há outras alternativas pra produzir a metade da energia da qual a propaganda foi feita?
A usina é vital para complementar o quadro energético do país. Assim estaremos protegidos de um novo apagão. Esse argumento é ótimo! Agora eu defendo Belo Monte e meu banho quente!
Entretanto, será que preciso de Belo Monte pro meu banho quente? Ou será que preciso dela pra satisfazer os grandes financiadores dessa obra? A saber Vale, Neoenergia, Votorantim Alumínio e Andrade Gutiierrez.
http://www.socioambiental.org/esp/bm/dest.asp
Belo Monte está aí... pra satisfazer uma indústria que gera pouco emprego e poucas riquezas pro Brasil. Pro bolso dos empresários vai dinheiro pra dedéu!!!
E pra nós o que fica?! Um rio negro partido, povo indígenas com cultura destroçada, sem contar 500Km² de floresta destuída.
Isso sem nem tocar no assunto da energia REALMENTE renovável.
Tá tudo aqui é só vir pegar! A solução é alugar o Brasil!
bbbbbbbbbbb
Caro Luiz
A energia hidroeléctrica tem prós e cons,mas os prós são muito estimáveis,podendo servir para atenuar alguns cons,assim haja vontade para o fazer.
Como se sabe,ocorre libertação de CO2 e de metano,de sedimentos que bactérias utilizem. Mas desses sedimento,não submersos,também resultaria,pelo menos,CO2,admitindo que o seu apodrecimento ocorresse apenas em aerobiose. Talvez que o metano que daqui resulte seja anulado por radicais livres
do ar.
Pena é que a energia solar seja ainda tão cara,mas mais porque se não contabilizam certos gastos. Enfim,esperemos que haja avanços,que o SOL também espera.
Muito boa saúde,e muito bom trabalho.
tenho ouvido por aí que belo monte nunca terá vazão suficiente para produzir o máximo de energia de que seria capaz. a produção seria bem mais baixa. confere?
pelo que tinha entendido, essa produção real esperada dela na verdade torna as contas bem menos convincentes.
claro que hidrelétricas são a melhor maneira que temos hoje, aqui no brasil, de produzir energia. temos empresas que sabem construi-las e que têm poder ($$$) de sobra pra barganhar com governos e tais.
claro que hoje as outras fontes de energia renovável (mais renovável ainda) são menos viáveis. só passarão a ser viáveis quando se investir a sério nelas, para desenvolver equipamentos mais baratos e mais eficientes.
isso só vai acontecer quando as grandes empresas mergulharem nisso, o que só vai acontecer quando construir hidrelétrica deixar de ser a solução mais à mão.
ou não é nada disso?