Monthly Archives: setembro 2008

Buscas pelo mundo

Se as buscas no Google significam alguma tendĂȘncia (seja ela qual for) vamos aos fatos.
Seria a AustrĂĄlia o paĂ­s de lĂ­ngua inglesa mais preocupado com a sustentabilidade pois o maior nĂșmero de buscas no google por essa palavra vem de lĂĄ? Engraçado que no fim do ano todo mundo esquece o assunto… hehe Veja o grĂĄfico.
No Brasil a palavra sustentabilidade ganha força a partir de 2007, com vårios altos e baixos. O estado com maior busca dessa palavra é São Paulo, seguido por Santa Catarina. Veja aqui.
As palavras meio ambiente tem uma caracterĂ­stica interessante, sempre no fim do primeiro semestre tem picos de buscas, seria algum trabalho escolar? Olhe!
Aquecimento Global foi assunto ano passado, esse ano parece que as pessoas jĂĄ se acostumaram com o termo e nĂŁo precisam mais da ajuda do Google. 😉 Isso tanto em portuguĂȘs como em inglĂȘs. Seria por conta da ConferĂȘncia da ONU em Bali, que a IndonĂ©sia Ă© a campeĂŁ em buscas pelo termo Global Warming?
Todas essas conclusÔes, baseadas pura e simplesmente em achismos da minha parte, foram tiradas com os gråficos gerados pelo Google Trends.
Aceito melhores interpretaçÔes.

O PĂĄlido Ponto Azul

Vi esse video aqui. E achei que lembrava bem um outro post meu, esse.

Pesquisa

Oi leitor, gostaria de saber o que vocĂȘ procura. Tenho uma vaga noção do que as pessoas estĂŁo procurando quando chegam no meu blog, mas que informação vocĂȘ acha que falta na internet? Quais informaçÔes sobre meio ambiente e sustentabilidade vocĂȘ quer e tem dificuldade de encontrar?

Se vocĂȘ que chegou aqui, independentemente do motivo, puder responder essas perguntas fico feliz (vocĂȘ pode mandar as respostas por e-mail ecodesenvolvimento arroba gmail ponto com ou usar a caixa de comentĂĄrios, ok?) Segue algumas perguntas que eu tenho curiosidade em saber.

1) Quais sĂŁo os principais sites de meio ambiente que vocĂȘ conhece e consulta?

2) Que tipos de informação vocĂȘ procura? NotĂ­cias, reportagem, pesquisa, depoimentos, dicas…?

3) O que vocĂȘ procura sobre meio ambiente e nĂŁo acha?

Muito obrigada!

Foto: http://blog.uncovering.org/archives/uploads/2007/070714_blog.uncovering.org_pesquisa.jpg

Mais um exemplo

Pra quem acompanha o blog desde o início do ano uma notícia dessas não surpreende: Presidente do Equador ataca Odebrecht e ameaça expulså-la do país.

Pra vocĂȘ entender por que falo isso leia esse e esse post.

A Ășltima notĂ­cia do assunto no Equador Ă© que a Odebrecht propĂŽs uma perĂ­cia independente. É assim que eles fazem, como no buraco do metrĂŽ contratam uma perĂ­cia “independente” paga por eles e adivinha o que ela diz? Foi uma fatalidade, ou uma “supresa geolĂłgica” e coisas do tipo.

Bom, se alguém em algum momento duvidou do que eu contei aqui nos posts anteriores acho que agora pode começar a acreditar, afinal, se nem o serviço deles de engenharia eles tem conseguido fazer convincentemente, serå que se preocupariam com as condiçÔes de trabalho de uma subcontratada?

Revolução Verde – Thomas Friedman


Recebi de um amigo o seguinte comentårio do Thomas Friedman sobre a dita revolução verde. Tradução livre minha.

“O que eu sempre digo para as pessoas que dizem pra mim, “NĂłs estamos vivendo uma revolução verde” Ă©, “É mesmo? Uma revolução verde! VocĂȘ jĂĄ viu alguma revolução que ninguĂ©m sai lesado? Essa Ă© a revolução verde.” Na revolução verde todos sĂŁo vencedores: o BP Verde, Exxon Verde, GM Verde. Quando todos sĂŁo vencedores, nĂŁo Ă© uma revolução – na verdade, Ă© uma festa! NĂłs estamos numa festa verde. E isso Ă© muito divertido – vocĂȘ e eu somos convidados para todas as festas. Mas isso nĂŁo tem qualquer conexĂŁo com uma revolução real. VocĂȘ sabe que isso Ă© uma revolução quando alguĂ©m Ă© lesado. E isso nĂŁo significa uma lesĂŁo fĂ­sica. A revolução da Tecnologia da Informação (TI) foi uma verdadeira revolução. Na revolução de TI, companhias tiveram que mudar ou morrer. Portanto, vocĂȘ vai saber que a revolução verde estĂĄ realmente acontecendo quando vocĂȘ ver alguns corpos – corporaçÔes – ao longo da rodovia: companhias que nĂŁo mudaram e por isso morreram. Agora nos nĂŁo temos esse tipo de mercado, esse tipo de situação de mudança ou morte. As companhias hoje sentem-se como se apenas mudando suas marcas, nĂŁo exatamente seus negĂłcios, serĂĄ o suficiente para sobreviver. Esse Ă© o por quĂȘ nĂłs realmente temos uma festa verde e nĂŁo uma revolução verde.” Thomas Friedman

O original em inglĂȘs.
” What I always say to people when they say to me, “We’re having a green revolution” is, “Really? A green revolution! Have you ever been to a revolution where no one got hurt? That’s the green revolution.” In the green revolution, everyone’s a winner: BP’s green, Exxon’s green, GM’s green. When everyone’s a winner, that’s not a revolution–actually, that’s a party. We’re having a green party. And it’s very fun–you and I get invited to all the parties. But it has no connection whatsoever with a real revolution. You’ll know it’s a revolution when somebody gets hurt. And I don’t mean physically hurt. But the IT revolution was a real revolution. In the IT revolution, companies either had to change or die. So you’ll know the green revolution is happening when you see some bodies–corporate bodies–along the side of the road: companies that didn’t change and therefore died. Right now we don’t have that kind of market, that kind of change-or-die situation. Right now companies feel like they can just change their brand, not actually how they do business, and that will be enough to survive. That’s why we’re really having more of a green party than a green revolution.”
Quem acredita numa mudança do jeito de fazer negócios levanta mão!!
E quem acredita em Papai Noel?? É quase a mesma coisa… Pode nĂŁo ser o Papai Noel que compre ou entregue seu presente no Natal, mas de alguma forma vocĂȘ ganha algum, nĂ©? Sem presente ninguĂ©m fica.
A mesma coisa a revolução verde, ninguĂ©m muda o jeito de fazer negĂłcios, mas mudam-se os slogans, os produtos, o marketing. NinguĂ©m sofreu de fato com a revolução verde, quem sabe citar 1 empresa que teve que fechar as portas porque nĂŁo se adaptou? Eu sei citar ao contrĂĄrio, empresas que fizeram estragos e que nĂŁo fecharam as portas, aliĂĄs acho difĂ­cil terem sequer cogitado essa idĂ©ia. Por exemplo a Shell, fez um estrago monstruoso em PaulĂ­nia e o que aconteceu com a empresa? Nada. A Exxon derramou um petroleiro de Ăłleo no Alasca e continua umas das empresas que mais dĂŁo lucro no mundo. A Union Carbide Corporation causou o maior acidente quĂ­mico da histĂłria na Índia, em 1984 e 15 anos depois se fundiu com a multinacional Dow Chemicals que se tornou a segunda maior empresa quĂ­mica do mundo.
Tå, tå bom, tem o caso da Nike, digamos que ela sofreu um chacoalho, as açÔes caíram, mas fechar as portas por conta da gafe de usar mão-de-obra escrava ou infantil não aconteceria, duvido. Essa revolução verde é coisa da cabeça dos otimistas!
UPDATE:  Veja o post do Hugo Penteado sobre o mesmo comentårio do Thomas Friedman aqui.

Cursos sobre sustentabilidade

Outro dia uma leitora me perguntou de indicaçÔes sobre cursos de sustentabilidade.
Eu fiz um curso de Responsabilidade Socioambiental pela FGV-online e o curso de fĂ©rias da ESPM – Empresa SustentĂĄvel: GestĂŁo EstratĂ©gica atravĂ©s da Responsabilidade Social.  Se vocĂȘ nĂŁo manja nada do assunto, nĂŁo faz idĂ©ia por onde começar, um conselho: leia meu blog! Hahaha Brincadeira… Se vocĂȘ Ă© realmente leigo no assunto de fato vale a pena fazer esses cursos. Mas cuidado, esses cursos sĂŁo o ponto de partida, nĂŁo de chegada, hein?
De verdade nĂŁo sei indicar muitos, tem alguns no mercado e no Brasil acho que o mais famoso Ă© o do FGV-CES sob coordenação do Mario Monzoni. Conheço uma pessoa que faz o curso e o que ela me contou Ă© que nĂŁo sĂł o curso Ă© novo, como o assunto e os temas e cases abordados ainda sĂŁo os mesmos que se vĂȘ por ai: Natura, Real, Interface, Promon, Serasa. Gosto do trabalho feito pela FGV-CES, acredito que o curso seja bom, provavelmente nesse curso as discussĂ”es sejam mais aprofundadas pois Ă© um curso mais longo. EU ACHO!
E tem também os cursos internacionais (meus sonhos de consumo) 2 escolas que me interessam muito são o Blekinge Institute of Technology, na Suécia e o Schumacher College.
O Blekinge Institute of Technology tem um curso chamado Strategic Leadership towards Sustainability. É um curso de mestrado ministrado em inglĂȘs para alunos do mundo todo. E vendo essa coluna sobre uma amostrinha de como a sustentabilidade Ă© encarada na SuĂ©cia, acho que o curso deve ser bem interessante uma vez que o paĂ­s deve ter vĂĄrios exemplos de como a sustentabilidade Ă© e deve ser encarada como polĂ­tica pĂșblica.
O Schumacher College fica na Inglaterra e dispensa maiores apresentaçÔes uma vez que tem como seus professores personalidades como: Patch Adams (sim o mĂ©dico do filme), Ray Anderson (o dono da Interface), Fritjof Capra, Deepak Chopra e James Lovelock. Uma escola que tem cursos com o seguintes tĂ­tulos acho que dispensa maiores comentĂĄrios: Sustainability and Leadership: The Personal Challenge, Job Opportunity: Director of Sustainability e How to Communicate Climate Change: The business challenge. DĂȘ uma olhada no site, vale a pena.

LĂąmpadas

Esse negĂłcio de descartar corretamente os produtos tem me preocupado e o alvo de pesquisas agora foram as lĂąmpadas. Veja alguns problemas sobre o lixo aqui e aqui.

Na verdade eu liguei para a empresa das lĂąmpadas flourescentes que compro (todas as da minha casa sĂŁo flourescentes) e eles me disseram para entregar as lĂąmpadas queimadas na loja onde as comprei. Simples, fĂĄcil assim.

Ai descobri que eu tenho uma Ășnica lĂąmpada incandescente aqui em casa, pois quando eu mudei comprei uma pra testar se a energia jĂĄ estava ligada. Bom, fui pesquisar na Internet como descartĂĄ-la, eis que nĂŁo achei… Entrei no site da Philips, da Osram e nada, nenhuma indicação do que fazer com as (em extinção) lĂąmpadas incadescentes. AlguĂ©m sabe? Jogo no lixo normal mesmo?

Pelo menos nessa pesquisa encontrei um FAQ sobre lùmpadas flourescentes muito interessante no site da Osram, reproduzo algumas das perguntas e respostas que mais me chamaram a atenção.

O nĂșmero de acendimentos em uma fluorescente reduz sua vida Ăștil ? Preciso sair e retornarei daqui Ă  1 hora, serĂĄ que vale a pena desligar a luz?

Resp.: Sim. A vida Ăștil indicada pelo fabricante (100%) Ă© obtida realizando-se um ciclo de chaveamento, onde liga-se e desliga-se a lĂąmpada baseado na norma IEC :
165 minutos ON (ligada)
15 minutos OFF (desligada)
No caso de um dia de 24h, observa-se que este ciclo pode se repetir 8 vezes. No caso da ausĂȘncia temporĂĄria, recomenda-se que o sistema fluorescente nĂŁo seja desligado caso este perĂ­odo seja inferior a 15 minutos.

A propĂłsito, Ă© vantagem deixar uma fluorescente acesa o tempo todo, ou quando sairmos do ambiente temos que apagĂĄ-la ?

Resp.: Como vimos acima, a fluorescente, sendo uma lĂąmpada de descarga, tem sua vida mĂ©dia dimensionada para oito acendimento diĂĄrios e, a cada acendimento a mais, terĂĄ sua vida diminuĂ­da e, contrĂĄrio senso, a cada acendimento a menos, aumentarĂĄ sua vida Ăștil proporcionalmente. Assim, recomenda-se que quando sairmos do ambiente por tempo superior a 15 minutos devemos apagar a luz e, quando nĂŁo ultrapassar esse tempo, Ă© mais econĂŽmico deixĂĄ-la ligada.

O mercĂșrio das fluorescentes faz mal a saĂșde?

Resp.: O mercĂșrio Ă© um metal pesado e como tal prejudicial ao meio ambiente, porĂ©m no caso da saĂșde, hĂĄ muitos aspectos a considerar e tambĂ©m muitas lendas sobre o assunto.
Durante o racionamento de energia no ano de 2001, apareceram muitos entendidos em lĂąmpadas que, em horĂĄrio nobre, diziam alguns absurdos com autoridade. Certa feita, disse um “professor” que uma pessoa quebrando uma lĂąmpada fluorescente tubular numa bancada, na altura de sua barriga, o mercĂșrio penetraria em seu organismo, causando-lhe malefĂ­cios.
A verdade Ă© que em primeiro lugar o mercĂșrio, sendo um metal pesado muito denso, nĂŁo consegue penetrar no organismo pela pele, mas sim por uma Ășnica forma que Ă© pelas vias aĂ©reas e, claro, na forma de vapor. Acontece, que o mercĂșrio sĂł se vaporiza em temperaturas altas e, mesmo assim, sendo pesado, tem a tendĂȘncia de cair. Tecnicamente, afirma-se que para uma pessoa ser contaminada minimamente por mercĂșrio, na situação citada, ou seja, quebrando lĂąmpadas numa bancada – o que na prĂĄtica nem acontece, teria que ficar anos e anos fazendo apenas esse trabalho com altas temperaturas no local.
No caso de contaminação do meio ambiente, hĂĄ a preocupação, tanto que hoje existem empresas recicladoras de lĂąmpadas de descarga, que vivem em função desse trabalho. Recolhem as lĂąmpadas, reciclam os materiais, especialmente o mercĂșrio, que vendem novamente para os fabricantes. Esse processo de reciclagem cria novos empregos pela formação de novas empresas. Essas empresas sĂŁo controladas, licenciadas e fiscalizadas pelo Ibama.

Foto: http://www.acores.net/images/noticias/2_264_19097_lampada11.jpg