Monthly Archives: setembro 2014

Futuro 4: Governo Federal aprova plano para todas as prefeituras de Mobilidade Urbana

Esse post faz parte da série Futuro. Essas notícias falsas pretendem representar o que deveria ser um futuro mais sustentável. Pode ser que depois de um tempo os ache equivocados, mas faz parte do processo de mudança que eu gostaria de ver no mundo. As outras notícia da série foram: Unilever anuncia venda de produtos de limpeza a granel, Operadora de celular premia quem não troca de aparelho e Casas e prédios sem reaproveitamento e reuso da água se desvalorizam.

Em “homenagem” à semana da mobilidade o querido Hugo Penteado escreveu esse Futuro. Pode parecer um tanto radical, mas vendo o ponto que chegamos onde as pessoas determinam suas vidas em torno do carro acho que tentar radicalizar do outro lado pode ser interessante também!

Governo Federal aprova plano para todas as prefeituras de Mobilidade Urbana

A partir do ano que vem todos os ciclistas terão IPVA-negativo, ou seja, receberão R$ 2.000 reais por ano como incentivo.  Será instalado um aparelho medidor que torna o ciclista apto a receber o incentivo tributário se rodar 3 km por dia útil.  Tarifas de ônibus e metro terão redução de 50% no seu valor e serão gratuitas para todos os estudantes, idosos e portadores de necessidades especiais. As empresas particulares que operarem o sistema terão que contar com aprovação popular e regras estritas de entrega do serviço.

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Foto: Claudio Olivares Medina https://www.flickr.com/photos/quiltro/ (CC BY-NC-ND 2.0)

Adicionalmente, o Governo Federal tomou as seguintes decisões:

(1) O IPVA terá reajuste de 150% para todos os carros;

(2) Carros do tipo SUV terão reajuste de 500%;

(3) Todos os táxis serão elétricos;

(4) O IPVA do segundo carro da família será multiplicado por um fator de 3, por exemplo, se for um IPVA de R$ 1.000, o contribuinte irá pagar R$ 3.000 reais; o terceiro carro paga um fator de 6, o quarto de 12 e assim sucessivamente.

(5) Nenhum apartamento poderá ter mais que uma garagem por unidade no Brasil inteiro, isso significa redimensonar os existentes;

(6) A indústria automobilística irá ser responsável pela construção das vias utilizadas pelos usuários dos seus produtos, não será mais arcado pelo contribuinte, visto que é um produto de 10% da população cujo custo urbano exorbitante é pago por todos; e

(7) O preço do combustível levará em conta as emissões e não será mais subsidiado.

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Foto: Dylan Passmore https://www.flickr.com/photos/dylanpassmore/ (CC BY-NC 2.0)

Vários estacionamentos da cidade serão transformados em parque e em lugares para a comunidade. Hoje menos de 1% dos espaços urbanos se destinam a coletividade e ao uso público e 99% destina-se ao trânsito de veículos. O objetivo do governo federal é inverter essa equação, deixando 50% para mobilidade urbana e 50% para espaços públicos e hortas comunitárias urbanas.

Dado que a função social da indústria automobilística é precária, pois contribui para o aquecimento global e para o fim do equilíbrio social das cidades, destrói empregos na sua estrutura com tecnologias desempregadoras de mão de obra muito rapidamente, o objetivo do governo é estimular setores de mobilidade urbano que levam em consideração a contribuição principalmente dos serviços que as pessoas podem oferecer.

O governo também decidiu congelar o número de veículos em trânsito nas cidades ou até mesmo reduzir onde a frota estiver bem acima da capacidade física da cidade, causando estrangulamentos que causaram à população perdas com tempo e saúde de bilhões e bilhões de dólares.

Dessa forma o governo mostra não mais estar vendido ao modelo antigo e voltado para o modelo novo no qual o planeta e sua natureza vem em primeiro lugar, a sociedade vem em segundo lugar e a economia é apenas um instrumento para manter o equilibrio entre planeta, sua natureza e nossa sociedade.

Futuro 3: Casas e prédios sem reaproveitamento e reuso da água se desvalorizam

Esse post faz parte da série Futuro. Essas notícias falsas pretendem representar o que deveria ser um futuro mais sustentável, pelo menos ao meu ver. Pode ser que depois de um tempo os ache equivocados, mas faz parte do processo de mudança que eu gostaria de ver no mundo. As outras notícia da série foram: Unilever anuncia venda de produtos de limpeza a granel e Operadora de celular premia quem não troca de aparelho.

Casas e prédios sem reaproveitamento e reuso da água se desvalorizam

Você se lembra quando na hora de procurar uma casa ou um condomínio para morar a prioridade era a localização, o tamanho dos cômodos ou ainda se tinha ou não uma boa área de lazer? Isso virou passado e a primeira pergunta que os compradores de imóveis fazem hoje na hora de procurar um lugar para morar e/ou trabalhar é se o local tem reaproveitamento e reuso da água, coleta seletiva de lixo, captação de energia solar ou eólica, telhado verde e reaproveitamento e otimização do entulho gerado pela obra.

Se poucos anos atrás era um diferencial de uma construção ter itens como reaproveitamento e reuso da água, tratamento interno de esgoto ou captação de energia solar ou eólica hoje nenhum prédio ou casa é construído sem isso, é quase como uma casa sem banheiro ou energia elétrica, não existe. Aliás, difícil é pensar como algum dia construímos cidades inteiras sem essas itens, como fomos capazes de disperdiçar tanta água e energia?

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Telhados verdes em todos os prédios das cidades
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Estádio de futebol coberto por placas de captação de energia solar.

Ao mesmo tempo que evoluímos em novas construções estamos enfrentando o problema das construções antigas que não possuem tais “diferenciais”, muitos desses prédios e casas estão passando por reformas e tentando se adaptar, por conta de algumas adaptações bem difíceis a criatividade dos arquitetos e engenheiros é sempre colocada à prova.

Curso A Era do Desenvolvimento Sustentável

No início desse ano me inscrevi para fazer o curso The Age of Sustainable Development no Coursera com o professor Jeffrey Sachs. E desde que o curso terminou era pra eu escrever um post sobre isso e acabei esquecendo, pois bem agora que uma nova turma do curso vai se iniciar estou aqui para falar dele.

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São 14 semanas de curso, infelizmente ainda sem legendas em português, e como já haviam me dito sobre os cursos do Coursera, se você quiser fazer tem que escolher algumas das atividades, todas é difícil dar conta. Posso dizer que a base desse curso são as vídeo-aulas com o próprio professor Jeffrey Sachs, são vídeos ótimos, com média de 15-20 minutos cada e muito bem produzidos, som impecável, imagens bem selecionadas, gráficos bem feitos, cada semana tem 4-5 videos desses além de um texto em pdf, foi basicamente o que eu mais aproveitei do curso, assisti as aulas e li os textos.

Tinha também hang-outs com o professor e com seus assistentes onde basicamente eram respondidas perguntas dos alunos, com o professor acho que foram 2 ou 3 hang-outs e com os assistentes foram mais, que eu me lembre consegui participar de 1 dos hang-outs com o professor, mas achei cansativo demais ficar olhando e só ouvindo ele falando sozinho.

Outra ferramenta que usei pouco foi o fórum, esse eu já sabia que não ia aproveitar muito e se resolvesse usá-la me sentiria perdida e acabaria desistindo de qualquer forma, são muitas discussões acontecendo, é muita opinião e blablabla, cansa e nem sempre é muito produtivo, é interessante pois tem gente do mundo todo participando e assim você consegue ter exemplos e perspectivas bem diferentes, mas confesso que ler no computador textos muito longos me cansa rápido.

O curso é super bem organizado, os dados excelentes, tem toda uma ordem lógica e bem concatenada e a fala de Jeffrey Sachs sempre empolga quando ele mostra resultados de sucesso de redução da pobreza na Ásia e na África. O Jeffrey Sachs além de professor da Universidade de Columbia, é consultor da ONU, diretamente ligado ao Ban Ki-moon e praticamente tudo que ele mostra no curso são práticas aplicadas pela ONU em algum lugar do mundo e que deram certo para a redução da pobreza, aliás o ponto crucial para o desenvolvimento sustentável para o professor Sachs é a erradicação da pobreza extrema, sem isso, pra ele não existe desenvolvimento sustentável e ele me convenceu disso durante o curso. Mas enquanto a gente erradica a pobreza os ricos continuam vivendo como ricos e pronto? Consumindo a maioria dos recursos como sempre? E quando eu falo rico não falo apenas dos bilionários com suas ilhas e jatos particulares, mas de toda a classe média ocidental que consome coisas comuns como energia, água e alimentos como qualquer outro ser vivo por ai, como vamos fazer quando o cara que vivia na pobreza extrema e passa a ter acesso à eletrecidade e quer comprar um celular? Será que vai ter recursos pra todo mundo?

A resposta é sempre a chamada economia verde, mas eu acredito nos limites do planeta e acho difícil conseguir a tal sustentabilidade com economia crescendo pra sempre. Há limites e devemos nos preocupar com ele, coisa que vejo pouco por ai.

Outra coisa legal que descobri por causa do curso é o SDSN (Sustainable Development Solutions Network) uma organização (não sei se ess seria o nome mais adequado) dentro da ONU sediada na Universidade de Columbia que tem o Sachs como um dos diretores e que também oferece cursos sobre o tema sustentabilidade e mudanças do clima, já me inscrevi nos 2 próximos que virão: Climate Change Science & Negotiations e Planetary Boundaries and Human Opportunities, ambos de graça, assim como esse que eu fiz no Coursera.

Se você sabe inglês ou até mesmo quer treinar e gosta do tema desenvolvimento sustentável super recomendo esse curso, acredito que em breve o curso terá legendas em português, eu até andei trabalhando como voluntária pra legendar alguns cursos do coursera, mas esse ainda não apareceu na lista, o que eu ajudei a legendar foi o Introduction to Sustainability, que também me pareceu bom mas bem mais básico e sem o mesmo padrão nos videos que eu vi nos videos do curso do Sachs.