
E finalmente o Sustainable Brands veio a São Paulo, pela primeira vez desde 2014 o evento aconteceu na capital paulista semana passada. Tive a oportunidade de assistir algumas palestras no primeiro dia do evento e no segundo trabalhei como voluntária. Depois de 6 meses fora do Brasil foi interessante ver como anda a sustentabilidade para as marcas.
A primeira apresentação que eu assisti foi a que mais me empolgou, foi um workshop que falava de modelos de negócio de regeneração. Foi nessa apresentação que descobri a Guayaki Yerba Mate.
A Guayaki Ă© uma empresa de erva mate cuja missĂŁo Ă© restaurar 200.000 hacres de mata atlântica na AmĂ©rica do Sul e gerar mais de 1000 empregos atĂ© 2020 usando o modelo de negĂłcios de regeneração. O principal produto deles Ă© a lata de chá de erva mate que Ă© vendido no Whole Foods nos EUA. Mas eles tambĂ©m vendem a erva em pacotes. Todos os produtos sĂŁo orgânicos, livre de transgĂŞnicos e produzido pelos princĂpios de comĂ©rcio justo, alĂ©m de serem uma empresa B. Fiquei encantada com o trabalho deles me deu esperança que empresas podem ter objetivos maiores que alĂ©m de dar lucro para seus acionistas. Eles conseguiram criar um ciclo virtuoso em que quanto mais mata atlântica eles restaurarem mais eles podem produzir, uma vez que a erva mate precisa da sombra da mata atlântica para crescer e se desenvolver.
TambĂ©m conheci a Boomera (antiga Wisewaste) que faz um trabalho bem interessante com grandes marcas com relação aos resĂduos. Eles desenvolveram solução de reciclagem para cápsulas de cafĂ©, embalagens de refresco e lixo plástico de uma lagoa no Rio de Janeiro. E ainda estĂŁo trabalhando com reciclagem de fraldas descartáveis. O Ăşnico porĂ©m Ă© que nem sempre essas práticas viram parte da vida Ăştil do produto, por exemplo as embalagens de refrescos foi apenas um projeto e que terminou, ou seja, eles transformaram as embalagens em instrumentos musicais durante o tempo da campanha e agora acabou, a empresa nĂŁo recicla mais suas embalagens. Outra coisa tambĂ©m Ă© que a empresa geralmente nĂŁo participa do planejamento inicial dos produtos, as marcas sĂł lembram de procurar uma solução para o resĂduo quando o problema já está instalado e nĂŁo no momento do desenvolvimento do produto. Depois as marcas querem que eu acredite que a sustentabilidade já Ă© parte da realidade da sociedade, tá, sei.
Agora o que me deixou realmente irritada foi ouvir o CEO da Pepsico. Eu tenho uma posição bem radical quando o assunto são alimentos ultraprocessados, principalmente quando eles são basicamente salgadinhos sem nenhum ou quase nenhum valor nutricional.
Desculpe Pepsico vc é parte do problema, e parte do problema nunca será solução. #SB17SP
— Not made in China (@clauchow) September 19, 2017
Pensando sobre isso pensei num post para a minha sĂ©rie Futuro: “Pepsico resolver encerrar sua produção atĂ© 2050 e investir em projetos sobre educação alimentar.” hahaha Será que viraliza como fakenews?
Agradeço à organização do evento pela oportunidade como participante e voluntária do evento.

