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Um grande evento depois de 4 anos

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Lembro-me que o último grande evento que participei com a temática de meio ambiente, sustentabilidade e afins foi há 4 anos, a Conferência Ethos de 2010. Essa semana que passou estive no 8o Congresso Gife, como já tinha falado aqui. Pois bem, o que mudou sobre a “arte de fazer congressos” nesses 4 anos? Basicamente nada, ou quase nada, continuamos no mesmo modelo de palestras, mesas redondas, oficinas (essas um pouco mais práticas) e plenárias (que nada mais é que um nome diferente para palestras e mesas redondas, talvez só mude o tamanho da plateia). Nesse evento em si teve o diferencial da programação aberta, eventos organizados por outras instituições geralmente na parte da manhã ou da noite (antes ou depois da programação oficial do congresso), todos de graça e sem a necessidade de estar inscrito no Congresso. Foi o caso por exemplo da palestra do Professor Jeffery Sachs que aconteceu no dia 19 à noite.

E os assuntos, temas e abordagens? Apesar de ser um congresso sobre investimento social de impacto a sustentabilidade sempre permeia os debates, mas ainda vi departamento de sustentabilidade ligado ao departamento de marketing que por sua vez estava ligado à Fundação ou o Instituto da empresa (achava q 4 anos depois coisas do tipo estavam mudando). Vi alguns cases e a grande esmagadora maioria é sobre educação e de verdade tem algo de errado com todo esse investimento. Não sei se ele é pequeno demais diante do tamanho do Brasil, se é mal empregado ou se os institutos/ fundações propagandeiam mais do que realmente fazem pois os nossos índices de educação são sempre bem vergonhosos, todo esse investimento não faz nem cócegas no nosso problema? É para pensar. Fiquei com a mesma sensação que tive quando o li o livro Doar do Bill Clinton, tanto investimento, tanto dinheiro e a sensação que temos é que  estamos bem longe de sermos o que sonhamos como nação. Será que meu sonho é muito exigente?

Um evento desses é válido pois trás as novidades do  mundo a fora,  como por exemplo a pesquisadora de Stanford Lucy Bernholz (@p2173) que pesquisa sobre o business das doações e é responsável pelo Laboratorio Digital da Sociedade Civil na mesma Universidade, nas falas dela que ouvi ela trouxe temas interessantes como a economia compartilhada e a mudança de comportamento da sociedade com as novas tecnologias. Ela ainda propôs numa roda de conversa criar uma publicação sobre o campo social brasileiro.

Gosto muito desses eventos, mas eles acabam comigo, na metade do segundo dia já me sinto esgotada de tanta informação recebida, não consegui ir no terceiro e último dia e me sinto arrependida até, mas não tenho certeza se iria aproveitar como deveria. Penso que esses eventos são de extrema importância pelos mais variados motivos e talvez dessa vez a minha sensação de que os assuntos debatibos e conversados lá  vão ainda que minimanente sair daquelas paredes me deixou mais otimista.

Eventos

Se antes os eventos do tema sustentabilidade tinham sustentável no nome hoje em dia eles ficaram um pouco  mais elaborados e na minha caixa postal tem sempre algum evento com investimentos, negócios e impacto nos nomes. É o caso do 4o Foro Latino Americano de Inversión de Impacto, promovido pela New Ventures México, dias 18, 19 e 20 de fevereiro em Mérida, no México e 8o Congresso Gife – Por um investimento social transformador, promovido pelo Gife, dias 19, 20 e 21 de março em São Paulo.

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No caso do evento no México eu não irei participar, mas a ideia de reunir toda a América Latina para falar investimentos de impacto me pareceu bem empolgante, a New Ventures é uma instituição sem fins lucrativos com o intuito de acelerar negócios sustentáveis. Parece que eles terão um livestreaming, vou tentar acompanhar.

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Já o Congresso Gife vou fazer parte da rede de comunicação e mobilização, vou participar do evento e fazer uma cobertura in loco. O Gife é uma rede de instituições que investem em projetos de finalidade pública e tem como missão aperfeiçoar e difundir conceitos e práticas do uso de recursos privados para o desenvolvimento do bem comum. Ou seja, é o grupo das fundações e institutos das empresas querendo entender e saber como e quanto cada uma delas investe no social. São mais de 100 instituições nessa rede.

Dois eventos sobre investimentos para um mundo melhor. Será que esses investimentos ainda não chegam nem perto do que precisamos e só vamos conseguir o tão sonhado mundo melhor quando instituições como essa pararem de bater seus próprios recordes de lucro?