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Jalapão II

Impressões aleatórias sobre o Jalapão e Palmas.

 

jalapao (97) Um “chuveirinho” típico do “deserto”do Jalapão.

 

  • Em Palmas adorei as feiras noturnas, fui na de domingo e achei fantástico ver algumas comidas típicas do Tocantins como a paçoca salgada, os caldos (que fiquei me questionando como eles conseguem tomar com todo aquele calor), os bolinhos de milho, o artesanato de capim dourado…
  • Infelizmente no meu pacote de viagem comida não foi o ponto alto, digo na variedade e diversidade. Eu esperava encontrar comidas típicas, muito peixe e algumas frutas da região. A única coisa de diferente que comi mesmo foi a paçoca salgada que fez parte do lanche da trilha de um dos dias e só. Não que a comida não fosse boa, mas a minha expectativa era outra.
  • As queimadas e a fumaça das queimadas. A paisagem da minha viagem ficou prejudicada por conta das queimadas… 🙁 O que se costuma ver no Jalapão é o céu azul e a visibilidade ótima, mas por conta da fumaça o céu estava meio acinzentado e a visibilidade prejudicada… Queimada não é só ruim pelas emissões de CO2 ou a destruição da floresta, também prejudica a beleza da paisagem.
  • Não vi sequer 1 único cartão postal pra vender, tanto em Palmas como no Jalapão. Quem me conhece sabe que eu gosto pra caramba de postais. E eu acho uma forma muito legal de divulgar o local.
  • Achei pouquíssimas informações, na verdade poucos relatos de pessoas na internet, sobre o passeio pelo Jalapão. Em tempos de web 2.0 isso é fundamental.

Jalapão I

Minha última viagem foi para o Jalapão, TO.  Um destino praticamente intocado ainda, se você quer visitar um local com pouca interferência do homem e portanto pouca estrutura turística, certeza que lá é o local.

Eu contratei uma agência de turismo em Palmas, a Ricanato, um pacote de 3 dias 2 noites. Gostaria de ter feito o pacote de 4 dias, mas como estava sozinha tive que me juntar a um grupo já formado (que coincidentemente eram todos da mesma cidade que eu).

Fui pra Palmas um dia antes da saída e o que mais me impressionou na cidade foi o CALOR! Não sei quantos graus estava aqui em SP antes de sair, mas cheguei lá e estava marcando nos termômetros algo em torno de 38C! Foi a primeira vez que eu senti o suor escorrer da minha testa enquanto eu estava sentada dentro de um ônibus! Pra variar, questionei a viabilidade de fazermos cidades em locais com temperaturas tão extremas assim, mas isso não vem ao caso para esse post…

Aproveitei para conhecer a blogueira Daiane do blog Vivo Verde que está em Palmas já tem quase 10 anos.

Mas vamos ao Jalapão que é o objetivo desse post.

Primeiro dia saímos de Palmas em direção à Ponte Alta do Tocantins, cidadezinha de uns 5 mil habitantes, conhecemos a cachoeira do rio Soninho, nadamos no rio Soninho, conhecemos a cachoeira da Fumaça e fomos na Pedra Furada no fim da tarde.

jalapao 011 Cachoeira do rio Soninho.

Todo o passeio é feito num carro 4×4 em estradas de terra, na verdade alguns trechos estradas de areia. A distâncias entre os atrativos é enorme, coisa de dezenas de quilômetros, portanto conhecer o Jalapão sem carro é quase impossível, digo isso por que já fui pra Chapada dos Veadeiros e conheci os atrativos mais importantes sem nenhum meio de transporte, só caminhada.

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Rio Soninho.

Se você não curte caminhada esse passeio é uma boa, o carro chega quase na porta de todos os atrativos visitados, mas prepare-se para rodar algo aproximado a 300 quilômetros por dia! Sim, pegada de carbono gigante, ainda mais se contarmos o voo de SP-Palmas. De novo questiono se num mundo sustentável podemos viajar assim pra tão longe, mas perder de conhecer essas belezas é muito triste.

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Cachoeira da Fumaça.

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Pedra Furada.

Segundo dia conhecemos a cachoeira do Lageado, a cachoeira da Velha, a prainha do rio Novo e as dunas do Jalapão. Dormimos em Mateiros, uma vila (acho que chamar de cidade um exagero), a cidade deve ter uns 2 mil habitantes.

jalapao Cachoeira do Lageado.

O único lugar com cara de parque, afinal o Jalapão é um Parque Estadual desde 2001, é na Cachoeira da Velha. Ou seja, quase não há sinalização, indicação dos atrativos ou explicações sobre cada um dos locais. A área é gigantesca e tenho certeza que o estado não deve dar conta de fiscalizar tudo. Pra se ter uma ideia na prainha do rio Novo tinha um pessoal acampado e que ainda levou o cachorro! 🙁

jalapao (25)Cachoeira da Velha.

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Prainha do Rio Novo.

Um dos lugares mais fantásticos na minha opinião foram as dunas do Jalapão. Principalmente por causa da cor delas. Vi em Natal e em Florianópolis dunas de areia branca e as imagens que vejo de grandes desertos é sempre de areias brancas ou na máximo amareladas, essas do Jalapão são alaranjadas, em determinados pontos com tons de salmão todo especial e único, é realmente lindo!

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Dunas do Jalapão. Com o córrego assoreado.

Infelizmente o córrego que passava no pé da duna foi assoreado. Não sei dizer até que ponto o processo foi natural ou se tem um dedinho do homem nesse processo, mas veja a foto de como era antes.

duas Dunas do Jalapão antes do assoreamento do córrego.

O terceiro dia foram os highlights da viagem! Pelo menos na minha opinião a cachoeira da Formiga e o Fervedouro são dois locais que dificilmente se vê em outros lugares. Aliás, acredito que o Fervedouro seja de fato um fenômeno único. Lá é o que se chama de ressurgência, a água brota da areia e quando você entra nesse “lago” pa
rece que você vai afundar numa areia movediça, mas a pressão da água saindo de lá tão grande que não deixa você afundar, é muito curioso e divertido!

jalapao (109)Fervedouro.

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Cachoeira da Formiga.

E por fim o famoso Capim Dourado, aliás deve ser esse o principal motivo da divulgação do Jalapão. Fomos no povoado onde a arte com esse “matinho” começou numa então comunidade quilombola, Mumbuca.

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Comunidade Mumbuca.

Volto depois com mais dicas e impressões da viagem, ok?