Minha última viagem foi para o Jalapão, TO. Um destino praticamente intocado ainda, se você quer visitar um local com pouca interferência do homem e portanto pouca estrutura turística, certeza que lá é o local.
Eu contratei uma agência de turismo em Palmas, a Ricanato, um pacote de 3 dias 2 noites. Gostaria de ter feito o pacote de 4 dias, mas como estava sozinha tive que me juntar a um grupo já formado (que coincidentemente eram todos da mesma cidade que eu).
Fui pra Palmas um dia antes da saída e o que mais me impressionou na cidade foi o CALOR! Não sei quantos graus estava aqui em SP antes de sair, mas cheguei lá e estava marcando nos termômetros algo em torno de 38C! Foi a primeira vez que eu senti o suor escorrer da minha testa enquanto eu estava sentada dentro de um ônibus! Pra variar, questionei a viabilidade de fazermos cidades em locais com temperaturas tão extremas assim, mas isso não vem ao caso para esse post…
Aproveitei para conhecer a blogueira Daiane do blog Vivo Verde que está em Palmas já tem quase 10 anos.
Mas vamos ao Jalapão que é o objetivo desse post.
Primeiro dia saímos de Palmas em direção à Ponte Alta do Tocantins, cidadezinha de uns 5 mil habitantes, conhecemos a cachoeira do rio Soninho, nadamos no rio Soninho, conhecemos a cachoeira da Fumaça e fomos na Pedra Furada no fim da tarde.
Cachoeira do rio Soninho.
Todo o passeio é feito num carro 4×4 em estradas de terra, na verdade alguns trechos estradas de areia. A distâncias entre os atrativos é enorme, coisa de dezenas de quilômetros, portanto conhecer o Jalapão sem carro é quase impossível, digo isso por que já fui pra Chapada dos Veadeiros e conheci os atrativos mais importantes sem nenhum meio de transporte, só caminhada.
Rio Soninho.
Se você não curte caminhada esse passeio é uma boa, o carro chega quase na porta de todos os atrativos visitados, mas prepare-se para rodar algo aproximado a 300 quilômetros por dia! Sim, pegada de carbono gigante, ainda mais se contarmos o voo de SP-Palmas. De novo questiono se num mundo sustentável podemos viajar assim pra tão longe, mas perder de conhecer essas belezas é muito triste.
Cachoeira da Fumaça.
Pedra Furada.
Segundo dia conhecemos a cachoeira do Lageado, a cachoeira da Velha, a prainha do rio Novo e as dunas do Jalapão. Dormimos em Mateiros, uma vila (acho que chamar de cidade um exagero), a cidade deve ter uns 2 mil habitantes.
Cachoeira do Lageado.
O único lugar com cara de parque, afinal o Jalapão é um Parque Estadual desde 2001, é na Cachoeira da Velha. Ou seja, quase não há sinalização, indicação dos atrativos ou explicações sobre cada um dos locais. A área é gigantesca e tenho certeza que o estado não deve dar conta de fiscalizar tudo. Pra se ter uma ideia na prainha do rio Novo tinha um pessoal acampado e que ainda levou o cachorro! 🙁
Cachoeira da Velha.
Prainha do Rio Novo.
Um dos lugares mais fantásticos na minha opinião foram as dunas do Jalapão. Principalmente por causa da cor delas. Vi em Natal e em Florianópolis dunas de areia branca e as imagens que vejo de grandes desertos é sempre de areias brancas ou na máximo amareladas, essas do Jalapão são alaranjadas, em determinados pontos com tons de salmão todo especial e único, é realmente lindo!
Dunas do Jalapão. Com o córrego assoreado.
Infelizmente o córrego que passava no pé da duna foi assoreado. Não sei dizer até que ponto o processo foi natural ou se tem um dedinho do homem nesse processo, mas veja a foto de como era antes.
Dunas do Jalapão antes do assoreamento do córrego.
O terceiro dia foram os highlights da viagem! Pelo menos na minha opinião a cachoeira da Formiga e o Fervedouro são dois locais que dificilmente se vê em outros lugares. Aliás, acredito que o Fervedouro seja de fato um fenômeno único. Lá é o que se chama de ressurgência, a água brota da areia e quando você entra nesse “lago” pa
rece que você vai afundar numa areia movediça, mas a pressão da água saindo de lá tão grande que não deixa você afundar, é muito curioso e divertido!
Fervedouro.
Cachoeira da Formiga.
E por fim o famoso Capim Dourado, aliás deve ser esse o principal motivo da divulgação do Jalapão. Fomos no povoado onde a arte com esse “matinho” começou numa então comunidade quilombola, Mumbuca.
Comunidade Mumbuca.
Volto depois com mais dicas e impressões da viagem, ok?