Qual a diferença desse post para o que eu escrevi alguns meses atrás intitulado Turismo Verde? Apesar de nomes bastante parecidos eles não tem muito a ver pois esse é para mostrar uma iniciativa muito legal para ajudar a melhorar o turismo sustentável no país. Primeiramente quero apresentar a Garupa. A Garupa nada mais é do que uma plataforma de crownfunding, nada mais que isso, mas tem um tema específico, o turismo sustentável, como funciona? Lá você encontra vários projetos de turismo sustentável, como por exemplo curso de inglês para a comunidade que cuida de uma pousada na Amazônia para dar mais autonomia aos locais na gestão da pousada, apoiar um restaurante de comida caseira e caiçara no caminho para a Estação Ecológica da Jureia ou ainda a reforma do Centro de Visitantes da Associação Mico-Leão-Dourado (http://www.micoleao.org.br), para criar uma exposição com mapas, imagens, vídeos e textos informativos que acrescentem à experiência e à educação ambiental do visitante.
Além de conhecer projetos bem legais tomei contato com alguns destinos turísticos no Brasil bem no estilo sustentável de ser, com produção e empoderamento das pessoas locais. É muito empolgante.
E toda vez que eu descubro uma iniciativa legal dessas escolho um projeto para adotar e dessa vez escolhi o projeto da Pousada Uacari de contratar um professor de inglês durante um ano para a comunidade que cuida da pousada, veja mais detalhes no video a seguir:
Fiquei morrendo de vontade de conhecer essa pousada, o site deles é http://pousadauacari.com.br/ . Já tô aqui pensando em vários possíveis roteiros… Que tal colaborar com desenvolvimento de turismo sustentável no Brasil? Agora não tem mais desculpa de não saber como!
Por conta do dia da Terra (22/04) alguns sites resolveram falar de turismo “verde”. O Lonely Planet por motivos óbvios, já que é uma empresa de turismo e o Mashable, bem eles eu não sei por que resolveram associar turismo, dia da terra e tecnologia. De qualquer forma, como ultimamente ando viajando bastante (vide meu outro blog, Algum lugar do Planeta) achei interessante falar sobre o assunto aqui.
Adoro fazer ecoturismo, visitar locais onde entramos em contato com a natureza, provavelmente pela minha formação de geóloga esse gosto seja um pouco mais acentuado, mas fato é que nunca consegui fazer nenhuma viagem que eu considerasse “verde”. Simplesmente por que eu acho isso impossível, viajar é impactante, a indústria do turismo é toda baseada no disperdício, no luxo, na comodidade sem consequências e ai você caro amigo que como eu ama viajar, como faz? Não viaja mais? Seria esse o ideal, mas se o turismo do mundo parasse seria um verdadeiro problema para os locais onde ele é essencial.
O artigo que eu li no Lonely Planet “Como saber se sua viagem é verde ou apenas greenwash” eles tornam quase impossível fazer a sua viagem ecologicamente correta, pedir pro seu hotel/destino responder questões como: Quais são os principais problemas ambientais enfrentados e como eles estão lidando com isso ou Qual a proporção da receita permanece ou é revertida para a comunidade local? Pra mim pareceu piada, imagina uma pousadinha em Lençóis na BA, porta de entrada da Chapada Diamantina, você consegue imaginar eles respondendo isso? Ou até mesmo a secretaria de turismo da cidade? Eu até consigo imaginar a resposta padrão que vai vir com aqueles bordões de relatórios de sustentabilidade de empresas. Espero que eu esteja errada, mas quantas pessoas antes de viajar se preocupam em perguntar isso? E outra, será que dá pra acreditar na resposta que vier? A minha opção é: vai lá ver como eles encaram as coisas, antes vão falar um monte de milagres, mas só indo lá mesmo pra saber, faça sua pesquisa sobre o local antes e chegando lá converse com as pessoas locais para saber como o turismo é levado por lá.
Ok, o artigo sugere essas perguntas para os destinos que se proclamam verdes, mas e os outros então, merecem quais perguntas? Eles não precisam ser “verdes” também? É por isso que o verde aqui está sempre entre aspas, só tem que se preocupar em ser “verde” quem assim se proclama?
Por exemplo os 30 maravilhosos hoteis “ecofriendly” do artigo da Mashable merecem receber as perguntas sugeridas pelo Lonely Planet para sabermos se são realmente “verdes” ou apenas greenwashing, mas geralmente as pessoas acreditam no que é proclamado e não querem saber muito de ter o trabalho de verificar as informações.
Na verdade os hoteis adoram parecer preocupados com meio ambiente, quem nunca viu dentro do quarto de um hotel aquele aviso dizendo que se você não quiser que troquem as toalhas é só deixá-las penduradas? Acho que em 90% dos hoteis que eu já fiquei na vida tinham esse aviso, pergunta quantos deles respeitaram meu desejo de não trocar a toalha? Acho que apenas 1. Colocar o aviso é fácil…
No final do artigo da Lonely Planet a autora cita a frase do Sapo Kermit (antigo Caco) ‘it’s not [always] easy being green’ (não é fácil ser (sempre) verde), como eu já disse antes: Ser sustentável é difícil, acredite!
Se no último post eu falei do WWOOF, durante minhas pesquisas sobre o assunto acabei encontrando outra rede de voluntários em fazendas, o HelpX, esse um pouco mais moderninho, vamos dizer assim. Todo o sistema dele é na própria interenet e uma vez que você paga a taxa de afiliação, que vale por 2 anos, você tem acesso aos “fazendeiros” afiliados de todas as partes do mundo. O fazendeiros está entre aspas pois nessa rede eles abrigam não apenas fazendeiros orgânicos como no WWOOF, eles tem fazendo orgânicos e não orgânicos, pessoas que oferecem a sua casa, hostels para mochileiros, etc. Tudo na base da troca, eles oferecem hospedagem e comida e você oferece o seu trabalho, de 4 a 6 horas por dia.
Me inscrivi nessa rede e estou a procura de uma fazenda orgânica na Austrália que me aceite, já escrevi para umas 6 fazendas e apenas uma me respondeu dizendo que não seria possível me receber, confesso que pensei que seria mais fácil. Li também vários relatos de pessoas que tiveram essa experiência e apenas um caso negativo e não foi um caso de fazenda e sim hospedagem em casa.
O site é bem organizado e depois que de inscrito você tem acesso não só aos contatos de cada anfitrião, mas também do relato e as avaliações dos hóspedes, quase como um Tripadvisor.
Por conta do último post a Ludmila me contou que foi pra Inglaterra trabalhar num centro de educação ambiental ai pedi pra ela contar como foi a experiência dela lá! Você pode ler o relato dela aqui:
“Em março deste ano embarquei junto com meu marido em uma viagem considerada pela maioria, no mínimo, inusitada.
Fomos de navio para Itália em um cruzeiro que estava retornando à Europa após o final da temporada de verão brasileira. Não bastasse fazer o caminho de volta do meu “bisnonno” e chegar do outro lado do oceano em uma velocidade que não ultrapassava 50km por hora, nosso objetivo principal era na verdade ir até o interior da Inglaterra para ficar trabalhando como voluntários em um centro de educação ambiental, na região de Norfolk.
Fomos através de um programa chamado Help Exchange que ainda não é tão conhecido no Brasil quanto o WWOOF, que é similar.
A partir dessa rede é possível escolher propriedades cadastradas no mundo inteiro, realizando as mais diversas atividades e, consequentemente, que necessitarão das mais diversas colaborações. Mas, para ter acesso a esses contatos em primeiro lugar é preciso se cadastrar e pagar uma pequena taxa, não é muito cara e para nós, como casal, foi muito bom porque uma única taxa foi suficiente para ambos.
Estávamos procurando alguma fazenda onde pudéssemos aprender mais sobre a produção orgânica a partir da permacultura e também aperfeiçoar o Inglês, então achei que um centro de educação ambiental inglês serviria bem.
Depois de escolhido o local, enviamos a solicitação de estadia ou “request” ao anfitrião. Nesse primeiro contato é bacana se apresentar dizer de onde é, o que faz, o que gosta de fazer, enfim, é muito importante que haja esse entrosamento porque, afinal de contas, será preciso conviver com essa pessoa e em muitos lugares, como no local onde ficamos, o acesso é difícil e você fica um tanto isolado no lugar com as pessoas de lá.
Outro ponto que acho super importante ressaltar é definir claramente as tarefas que serão exigidas do voluntário, como será sua rotina de trabalho, o que receberá em troca. Cada local tem autonomia para definir tudo isso, normalmente a troca é muito simples: cerca de 6 horas de trabalho por dia em troca de alimentação e hospedagem, mas já soube de lugares exigindo que o voluntário pagasse pelas refeições, tem que ficar atento e combinar tudo antes.
Voltando a experiência que tive, de uma maneira geral a considerei muito enriquecedora, mas a ideia que eu “comprei” de centro de educação ambiental se demonstrou um pouco equivocada. O que havia, de fato, era uma fazenda antiga com uma casa de 300 anos cercada por 3 outras menores que eram alugadas para manutenção financeira do projeto. Tratava-se de um projeto de um centro, pois o idealizador vislumbrava transformar em um local para aulas, para produção em permacultura, mas quando chegamos havia uma pequena quantidade de legumes e frutas a serem colhidos pela primeira vez, mais um canteiro de ervas e uma área de reflorestamento que necessitava de cuidados porque com a chegada do verão, o calor e a chuva abundante tornava a competição entre as arvorezinhas filhotes e o mato, desigual, a favor do mato.
De resto, o que realmente era importante para eles era manter as casas limpas, trocar roupas de cama, inclusive de uma pequena casa na árvore. A partir dessas locações é que estavam se mantendo, então, como disseram, naquele momento era o core business. O centro de educação ainda não passava de uma semente.
Por este motivo me senti um tanto quanto “traída” se é que essa é a melhor palavra para descrever a situação. Fui até lá com uma expectativa e achei que o trabalho em um centro de educação ambiental se resumiria a ajuda com o as plantas e com a realização de cursos, e não foi o que aconteceu. Por outro lado, eu também não havia entrado nesses detalhes antes de ir.
De toda forma, a limpeza doméstica não nos tomava mais que dois dias da semana, o restante do tempo tínhamos as atividades mais verdes para fazer. Penso que também é justo esclarecer que pedi ao gerente para trocar de tarefas quando não estava me adaptando bem e fui atendida.
Ganhei amigos, vivi longe da cidade e há uma hora de caminhada de um vilarejo que tinha um castelo, tomei muito chá inglês, aprendi a planejar as compras pois só íamos para a cidade uma vez por semana, morei no silêncio com pouca luz, sem telefone nem tv e isso para mim foi maravilhoso, tanto que eu e meu marido já planejamos uma mudança em nossas vidas, porque esse estilo não combina com São Paulo.
Espero que nossa experiência contribua para a decisão de cada um que nos lê e que tenham um aprendizado marcante como tivemos, seja aonde for.
Passeando pela internet encontrei oportunidade de emprego temporário em fazendas na Nova Zelândia, já tinha ouvido falar de coisas do gênero, mas nunca procurado nada a respeito e achei uma possibilidade interessante de se conhecer esse país. Resolvi perguntar para um conhecido que mora lá sobre esse tipo de trabalho e se ele sabia de algo mais também sobre fazendas orgânicas e talz. Pois bem, ele me passou o link de uma organização sensacional a World Wide Opportunities on Organic Farms (WWOOF) (Rede mundial de oportunidades em Fazendas Orgânicas).
Essa rede une propriedades com produção orgânica e pessoas querendo aprender mais sobre o assunto, essas propriedades oferecem estadia, comida e as pessoas trabalham voluntariamente, simples assim.
Para você achar uma fazendoa que te receba você tem que se inscrever como membro pagando $38 a anuidade. Ai você escolhe a fazenda, entra em contato com os proprietários e combina tudo com eles.
A fundadora dessa rede que existe desde muito antes da internet (desde a década de 70) Susan Coppard conta um pouco dessa experiência na revista Vida Simples.
O casal do blog Casa na Viagem está viajando por várias fazendas brasileiras que pertence ao WWOOF e mostrando um pouco de cada uma, pelo relato deles, não consegui entender se necessariamente eles estão fazendo trabalho voluntário em cada uma delas, mas dá pra ter uma ideia de como são as fazendas e as belezas de cada uma delas.
Tô pensando seriamente em me aventurar numa fazendas dessas ao redor do mundo, alguém tem alguma experiência para contar?
Eita lugar bonito… Fui passar uns dias num dos lugares mais bonitos do Brasil, quem sabe até do mundo e obviamente que meu radar para a preocupação ambiental esteve ligado 100% do tempo.
Lembra quando eu fui pra Jericoacoara e tive um sonho de uma ONG? Pois bem, o Projeto Tamar em Fernando de Noronha chega bem perto dele, todos os dias no auditório do Tamar tem palestras sobre algum tema relacionado à ilha: tubarões, golfinhos, o próprio projeto Tamar, a vegetação da ilha, o Parque. Não é frequentado por 100% dos visitantes, mas em algumas palestras o auditótio fica bem lotado e acho que ajuda na conscientização, de verdade eu acho que deveria ser obrigatório, afinal, todo o arquipélogo é uma unidade de conservação e na minha opinião a principal função dela além de conservar o que se tem lá é educação ambiental.
Achei os moradores da ilha bastante conscientes com relação à preservação, conservação e cuidado com a natureza, mas esse conhecimento me pareceu muito restrito à preservação da vegetação, da vida marinha do que atrai os turistas para o local e não uma coisa mais abrangente que engloba tudo.
Por exemplo a geração de energia da ilha, sabe como é feita? Termelétrica a diesel, tem noção da pegada de carbono disso? Ok, concordo com meu pai quando ele disse que essa já uma tecnologia dominada e que para não deixar ninguém na mão tem que ser assim mesmo, mas será que não dá para usar outras fontes de energia conjuntamente? Tudo bem, é essa a solução segura e viável que se tem, então o que podemos fazer para torná-la menos impactante? Economizar energia, certo? Mas infelizmente não foi bem isso que eu vi por lá… Na pousada que eu fiquei só vi um aviso bem discreto no banheiro lembrando para apagar a luz quando saísse. O ar condicionado no hospital (fui lá ver se eles conseguiam me fazer ouvir depois de 24 horas sem ouvir por conta do mergulho que eu fiz) tinha aquele selinho de eficiência energética da Procel, sabe? Adivinha qual a classificação dele? C. E da geladeira de um dos restaurantes que eu fui? B. No ar condicionado do meu quarto não tinha o selinho, ou tiraram… Será que só aqui em casa a gente se preocupa em comprar aparelhos com maior eficiência energética? Lá isso tinha que ser obrigação por se tratar de uma área de preservação ambiental cuja fonte de energia é petróleo!
Fiquei hospedada numa das Pousadas Domiciliares. Elas costumavam ser casa dos moradores que foram transformadas em pousadas, no bairro que eu fiquei, o Floresta Nova, as casas era de madeira e sei lá, mal projetadas pois eu não conseguia ficar dentro do quarto durante o dia sem acender a luz! Por mais luz solar que a ilha tenha, a posição da janela quase não iluminava o quarto durante o dia! Me sentia mal de ter que acender a luz durante o dia com o sol brilhando lá fora… Não sei como são as outras pousadas, mas como são construções bem parecidas não sei se são muito diferentes. Ah! Pelo menos as lâmpadas eram daquelas econômicas.
O lixo, ah, o lixo… Coleta seletiva nem pensar, pelo menos eu não vi ela ser feita em lugar nenhum, posso até ter visto lixeiras diferentes para cada tipo de resíduo, mas em que lugar do mundo isso é 100% respeitado? (acho que só no Japão). Numa das trilhas que fiz vi até essas lixeiras abandonadas… Mas tinha também umas certinhas.
Mas veja como é disposto o lixo de um dos restaurantes que eu fui.
Indo a pé para uma das praias passei por uma usina de compostagem, até achei interessante, mas uma vez que todo o lixo é misturado como eles compostam o lixo o orgânico? No passeio de barco que eu fiz, em que fizemos uma refeição a bordo, o lixo levado para o porto também foi todo misturado… Dando uma pesquisada rápida pela internet vi que lixo de fato é um problema na ilha, tanto que no início do ano foram levados para o continente algumas toneladas de lixo para serem disposto em um aterro em Pernambuco. Eu sei que coleta seletiva é uma coisa super complicada de fazer acontecer, demanda educação, tempo, vontade, empenho, mas a ilha possui aproximadamente 3500 habitantes e não é de hoje que meio ambiente é assunto de suma importância para eles, tá na hora de passar da fase “vamos salvar as tartarugas” e fazer algo que a longo prazo vai fazer toda a diferença e tem um impacto gigante.
O transporte na ilha também não é nenhum exemplo… Se você depender do transporte público vai perder tempo, como foi o meu caso… Quando tem 2 ônibus circulando ele passa de 30 em 30 minutos, quando só tem 1, ele passa de 50 a 60 minutos. Só que, ninguém nunca sabe quando tem 1 ou 2 circulando… De ônibus você sempre vai caminhar mais e o calor que faz lá não anima muito você fazer tudo a pé. O ideal mesmo é você alugar um bugue ou uma moto. Táxi, eu achei um absurdo de caro.
Muita gente fala que bicicleta poderia ser uma opção legal, mas o problema é que a ilha não é plana, então quem se aventura de bicicleta se arrepende pois muitas vezes consegue ir, mas na hora de voltar é complicado…
Mas nem tudo é só crítica, né? O povo noronhense é de uma simpatia incrível, sempre super solícitos e dipostos a ajudar e conversar com você, o lugar também é muito seguro, na alta temporada há casos de assaltos e coisas do tipo, mas normalmente é tudo muito tranquilo.
Outra coisa que me surpreendeu foi a limpeza das praias, nunca fui em praias tão limpas em toda a minha vida, nada de sacos plásticos, garrafas pet ou latinhas. Na verdade em apenas uma praia eu vi umas latinhas jogadas, mas era a praia mais próxima do centro, então eu dei um desconto…
Por ser um destido que há tanto tempo tem o meio ambiente como seu principal atrativo achei que as coisas lá seriam melhor resolvidas, mas só vi reflexo do que vi aqui no Brasil como um todo, ainda estou para encontrar no Brasil um local que é exemplo em ecoturismo em todos os sentidos da palavra. Acho que na minha lista Bonito – MS, pode ser uma boa pedida.
Estive de férias na China mês passado e resolvi contar um pouquinho das minhas impressões aqui. Talvez toda a viagem eu conte num outro blog, mas no momento vou me atentar às impressões.
Estive em Hong Kong, Pequim, Xi’an, Lhasa (Tibete) e Chengdu e cada uma das cidades me chamou a atenção por aspectos bem diferentes, até pareciam países diferentes. Mas no aspecto geral não vi coleta seletiva séria, aliás, existe isso em algum lugar do mundo? Talvez o Japão, os países nórdicos da Europa, mas de forma geral coleta seletiva depende da boa vontade dos cidadãos e ai já viu, é difícil mesmo. Em Hong Kong onde eu achei que isso seria mais sério fiquei na casa de um parente e não vi lá nenhuma separação de lixo, ou seja, se você não quiser fazer, não faz e pronto. Nas outras cidade fiquei em hotel então não deu pra saber se funciona, mas nas ruas quase não vi cestos de lixo para separação (não que isso funcione, mas já um começo).
Trânsito… Eu juro que fiquei impressionada, não esperava que fosse TÃO caótico! Sabe o trânsito da Índia? Então, tira as vacas, esse é o trânsito da China, pelo menos foi essa sensação que eu tive. Nas cidades as motos são proibidas, só podem circular umas motinhos elétricas que não atingem uma velocidade muito alta, mas são silenciosas e isso muitas vezes pode ser um problema quando você está tentando atravessar a rua. Achei um videozinho pra ilustrar o caos que é o trânsito, o video é em Shangai e eu não fui pra lá, mas todas as cidades da China me parecem que não são nada diferentes. Ah! Já estava me esquecendo, se buzina pra tudo! Tudo mesmo.
Sugiro dar uma busca no youtube pra ver as maiores locuras que o trânsito da China é capaz.
Conheci a reserva dos Pandas em Chengdu, o lugar é sensacional é um zoológico, mas só de pandas, tanto o gigante como o vermelho. Com certeza vale a visita, quem me conhece sabe que eu adoro ursos, então imagina como eu gostei. Eles tem um programa de voluntariado, você paga uma taxa (que eles chamam de doação) e você pode trabalhar um dia na reserva e ganha um certificado e tudo, não tive a oportunidade de fazer isso, mas gostaria muito um dia. Ah, foi o único lugar da China que eu fui e é proibido fumar e as pessoas respeitaram! Um verdadeiro alívio para o meu nariz, que sentiu cheiro de cigarro até no avião!
Pandas da reserva de Chengdu
A coisa mais sustentável que eu vi na China foi a obra da ferrovia que liga a China ao Tibet, bom, pelo menos em alguns trechos eles fizeram proteção para os animais silvestres não atravessarem a ferrovia, em alguns trechos tem passagem para os animais sob a ferrovia.
Grade ao longo de toda ferrovia
As sacolinhas plásticas de graça, apesar de terem sido proibidas, ainda são bastante usadas, em alguns lugares até são de graça, pelo menos não notei que me cobraram. No Tibet fui num supermercado que a sacola que eles distribuiam era de tecido e de graça, veja a foto.
Bom, as preocupações com meio ambiente no dia-a-dia ainda são bem incipientes na China, não notei que é a prioridade número 1 deles, nem haveria de ser, afinal, o mundo respira economia e não meio ambiente, né? E todo mundo ainda acredita que meio ambiente é a última coisa a ser pensada, então eu notei que eles só estão cometendo os mesmos erros que a humanidade vem cometendo… Uma pena.
Em Palmas adorei as feiras noturnas, fui na de domingo e achei fantástico ver algumas comidas típicas do Tocantins como a paçoca salgada, os caldos (que fiquei me questionando como eles conseguem tomar com todo aquele calor), os bolinhos de milho, o artesanato de capim dourado…
Infelizmente no meu pacote de viagem comida não foi o ponto alto, digo na variedade e diversidade. Eu esperava encontrar comidas típicas, muito peixe e algumas frutas da região. A única coisa de diferente que comi mesmo foi a paçoca salgada que fez parte do lanche da trilha de um dos dias e só. Não que a comida não fosse boa, mas a minha expectativa era outra.
As queimadas e a fumaça das queimadas. A paisagem da minha viagem ficou prejudicada por conta das queimadas… 🙁 O que se costuma ver no Jalapão é o céu azul e a visibilidade ótima, mas por conta da fumaça o céu estava meio acinzentado e a visibilidade prejudicada… Queimada não é só ruim pelas emissões de CO2 ou a destruição da floresta, também prejudica a beleza da paisagem.
Não vi sequer 1 único cartão postal pra vender, tanto em Palmas como no Jalapão. Quem me conhece sabe que eu gosto pra caramba de postais. E eu acho uma forma muito legal de divulgar o local.
Achei pouquíssimas informações, na verdade poucos relatos de pessoas na internet, sobre o passeio pelo Jalapão. Em tempos de web 2.0 isso é fundamental.
Minha última viagem foi para o Jalapão, TO. Um destino praticamente intocado ainda, se você quer visitar um local com pouca interferência do homem e portanto pouca estrutura turística, certeza que lá é o local.
Eu contratei uma agência de turismo em Palmas, a Ricanato, um pacote de 3 dias 2 noites. Gostaria de ter feito o pacote de 4 dias, mas como estava sozinha tive que me juntar a um grupo já formado (que coincidentemente eram todos da mesma cidade que eu).
Fui pra Palmas um dia antes da saída e o que mais me impressionou na cidade foi o CALOR! Não sei quantos graus estava aqui em SP antes de sair, mas cheguei lá e estava marcando nos termômetros algo em torno de 38C! Foi a primeira vez que eu senti o suor escorrer da minha testa enquanto eu estava sentada dentro de um ônibus! Pra variar, questionei a viabilidade de fazermos cidades em locais com temperaturas tão extremas assim, mas isso não vem ao caso para esse post…
Aproveitei para conhecer a blogueira Daiane do blog Vivo Verde que está em Palmas já tem quase 10 anos.
Mas vamos ao Jalapão que é o objetivo desse post.
Primeiro dia saímos de Palmas em direção à Ponte Alta do Tocantins, cidadezinha de uns 5 mil habitantes, conhecemos a cachoeira do rio Soninho, nadamos no rio Soninho, conhecemos a cachoeira da Fumaça e fomos na Pedra Furada no fim da tarde.
Cachoeira do rio Soninho.
Todo o passeio é feito num carro 4×4 em estradas de terra, na verdade alguns trechos estradas de areia. A distâncias entre os atrativos é enorme, coisa de dezenas de quilômetros, portanto conhecer o Jalapão sem carro é quase impossível, digo isso por que já fui pra Chapada dos Veadeiros e conheci os atrativos mais importantes sem nenhum meio de transporte, só caminhada.
Rio Soninho.
Se você não curte caminhada esse passeio é uma boa, o carro chega quase na porta de todos os atrativos visitados, mas prepare-se para rodar algo aproximado a 300 quilômetros por dia! Sim, pegada de carbono gigante, ainda mais se contarmos o voo de SP-Palmas. De novo questiono se num mundo sustentável podemos viajar assim pra tão longe, mas perder de conhecer essas belezas é muito triste.
Cachoeira da Fumaça.
Pedra Furada.
Segundo dia conhecemos a cachoeira do Lageado, a cachoeira da Velha, a prainha do rio Novo e as dunas do Jalapão. Dormimos em Mateiros, uma vila (acho que chamar de cidade um exagero), a cidade deve ter uns 2 mil habitantes.
Cachoeira do Lageado.
O único lugar com cara de parque, afinal o Jalapão é um Parque Estadual desde 2001, é na Cachoeira da Velha. Ou seja, quase não há sinalização, indicação dos atrativos ou explicações sobre cada um dos locais. A área é gigantesca e tenho certeza que o estado não deve dar conta de fiscalizar tudo. Pra se ter uma ideia na prainha do rio Novo tinha um pessoal acampado e que ainda levou o cachorro! 🙁
Cachoeira da Velha.
Prainha do Rio Novo.
Um dos lugares mais fantásticos na minha opinião foram as dunas do Jalapão. Principalmente por causa da cor delas. Vi em Natal e em Florianópolis dunas de areia branca e as imagens que vejo de grandes desertos é sempre de areias brancas ou na máximo amareladas, essas do Jalapão são alaranjadas, em determinados pontos com tons de salmão todo especial e único, é realmente lindo!
Dunas do Jalapão.Com o córrego assoreado.
Infelizmente o córrego que passava no pé da duna foi assoreado. Não sei dizer até que ponto o processo foi natural ou se tem um dedinho do homem nesse processo, mas veja a foto de como era antes.
Dunas do Jalapão antes do assoreamento do córrego.
O terceiro dia foram os highlights da viagem! Pelo menos na minha opinião a cachoeira da Formiga e o Fervedouro são dois locais que dificilmente se vê em outros lugares. Aliás, acredito que o Fervedouro seja de fato um fenômeno único. Lá é o que se chama de ressurgência, a água brota da areia e quando você entra nesse “lago” pa
rece que você vai afundar numa areia movediça, mas a pressão da água saindo de lá tão grande que não deixa você afundar, é muito curioso e divertido!
Fervedouro.
Cachoeira da Formiga.
E por fim o famoso Capim Dourado, aliás deve ser esse o principal motivo da divulgação do Jalapão. Fomos no povoado onde a arte com esse “matinho” começou numa então comunidade quilombola, Mumbuca.
Comunidade Mumbuca.
Volto depois com mais dicas e impressões da viagem, ok?