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Em 1922, a esposa de Ernest Hemingway perdeu na Gare de Lyon, na França, uma mala cheia dos manuscritos do marido enquanto ela viajava para encontrá-lo em Genebra, na Suíça. A bagagem nunca foi recuperada.
Num caso similar, em 1919, T. E. Lawrence colocou sua maleta no vagão errado enquanto trocava de trem na estação de Reading¹. A maleta carregava os oito primeiros livros de Seven Pillars of Wisdom [Sete Pilares de Sabedoria]. Ele também teve que recomeçar tudo de novo.
Já Thomas Carlyle, em 1835, terminara de escrever seu primeiro volume sobre a história da Revolução Francesa quando emprestou-o a John Stuart Mill para uma revisão. A empregada de Mill confundiu aqueles papéis com lixo e queimou-os.
“Eu me lembro e ainda me lembro mais dele do que de qualquer coisa que eu já escrevi com essa labuta”, escreveu Carlyle em seu diário após perder seu livro. “Ele se foi; eu e o mundo inteiro formado por ele não podemos voltar: não, o velho espírito é fugidio demais.”
Depois de se lamentar, porém, Carlyle recomeçou. Reescreveu toda a sua obra e publicou-a, finalmente, em 1837.