>Um empurrãozinho gravitacional

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Modelo de variação gravitacional na superfície da Terra. Quanto maior (e mais vermelha)
a deformação, maior a gravidade.

“Gravidade — é a Lei!” Isso é o que Beakman sempre nos lembrava com os tombos que aconteciam em seu programa. Aparentemente, porém, os cientistas que descobriram supostos neutrinos superlumínicos (mais rápidos que a luz) não se lembraram dessa força fundamental. Segundo Alex Knapp conta em seu blog na Forbes (!?), um novo artigo escrito por Carlo Contaldi, do Imperial College de Londres, contesta os cálculos que a equipe do OPERA apresentou como evidência para a descoberta de neutrinos que quebraram a barreira da luz.

Em qualquer experimento bem conduzido, relógios sincronizados são essenciais para uma marcação precisa do tempo. Se esses relógios não estiverem bem ajustados, mas forem usados para cálculos de velocidade, o resultado pode ser errado. O problema básico com os dados do OPERA, argumenta Contaldi, é que os relógios usados para medir a velocidade dos neutrinos não estavam adequadamente sincronizados.

Os relógios usados no experimento eram sincronizados via GPS. No entanto, segundo o crítico italiano, isso não é suficientemente preciso. Pode haver discrepancias porque a gravidade em diferentes lugares da superfície da Terra não é constante. A gravidade no local onde fica o CERN — na fronteira franco-suíça e não muito longe dos Alpes — e de onde os neutrinos saíram é ligeiramente maior do que a gravidade de onde fica o detector OPERA — no centro da Itália. Consequentemente, o tempo poderia parecer passar mais lentamente no CERN para quem estivesse no OPERA. Desconsiderar essa diferença, segundo Contaldi, significa que “a medição resultante da velocidade do neutrino diferente de c não é apenas pouco surpreendente, mas deveria ser esperada nesse contexto.”

Evidentemente, os cientistas do OPERA ainda não se deram por vencidos e dizem que Contaldi não descreve exatamente os meios pelos quais o grupo sincronizou seus instrumentos. Mas o OPERA aceitou o desafio e pretende revisar seu artigo para esclarecer este ponto. É uma briga das boas. Como toda boa ciência.

(via discoverynews via tumblr)

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