Divina decoreba

Uma das mais maravilhosas façanhas de tempos recentes foi realizada em agosto de 1897, em Sondrio, capital do distrito de Valtellina, na parte norte da Itália, pelo Signor Edoe, professor na Instituição di Lorenzo. Ele, por uma aposta, repetiu de memória — e sem cometer um único erro — a íntegra da Divina Commedia, o poema imortal de Dante, que consiste em quase uma centena de cantos, um material que quase iguala o número de palavras contidas no Novo Testamento. O feito consumiu cerca de 24 horas [sic] até seu cumprimento, estendendo-se das 6 da noite de um dia até as 2 da tarde do dia seguinte; foi alcançado na presença de um comitê de professores associados e literatos que, por volta da meia-noite, dividiu-se em dois grupos que alternaram-se entre o sono e a audição até o fim da recitação. O texto foi cuidadosamente seguido por “pontos” durante todo o tempo, tudo a fim de que não houvesse questionamento sobre a genuinidade da performance. A façanha cumpriu-se após uma preparação relativamente curta, considerando-se a grande extensão do poema e é talvez a mais incrível exibição de memorização verbal nos tempos recentes. – Henry H. Fuller, The Art of Memory [A Arte da Memória], 1898
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  • Sibele

    Lembrou-me Raymond Rabbitt, interpretado por Dustin Hoffman, no filme Rain Man. Decorou a lista telefônica todinha! Era autista...

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