George Hale e seu Laboratório

Escondido em um subúrbio de Pasadena, Califórnia, está o escritório e observatório pessoal de um dos mais prolíficos astrofísicos americanos, George Ellery Hale. Construído em 1924, o Hale Solar Laboratory tem um telescópio solar protegido por um domo de mais de 4 metros de diâmetro, uma biblioteca com muitos dos livros e originais dos trabalhos científicos de Hale e até mesmo um fosso.

O pequeno observatório foi construído em estilo Colonial Hispânico. No entanto, Hale também tinha grande interesse em egiptologia e pediu que um frontão em estilo egípcio fosse colocado acima da entrada principal. A peça é um tributo a Akhenaton (Amenófis IV), o adorador do Sol e o único faraó monoteísta.
A entrada principal do Observatório Solar...

O currículo de Hale é impressionante, para se dizer o mínimo. Ele foi co-fundador tanto da União Astronômica Internacional quanto do Astrophysical Journal, a principal publicação científica dedicada à Astronomia nos Estados Unidos. Ele também foi curador do California Institute of Techonology e teve importância fundamental na criação do National Research Council.
...e o detalhe do relevo em estilo egípcio.

No campo propriamente científico, sua descoberta de intensos campos magnéticos nas manchas solares o tornou a primeira pessoa a detectar um campo magnético extraterrestre. Hale também é lembrado como inventor do espectro-heliógrafo, um instrumento que permite aos astrônomos fazer observações detalhadas da química solar através de fotografias feitas em um único comprimento de onda.

George Hale, circa 1905

Seu feito mais épico, porém, foi o planejamento e a fundação de três grandes observatórios. Ao construir o Yerkes Observatory em Winsconsin (em 1897) e os Observatórios de Monte Wilson (1904-08) e Monte Palomar (1928-48), na Califórnia, Hale conseguiu a façanha de construir o maior telescópio do planeta — três vezes seguidas. Só por isso, Hale é considerado pelos americanos como o responsável pelo surgimento da astrofísica moderna na América.

Após aposentar-se como diretor do Observatório de Monte Wilson, Hale encomendou a construção desse seu laboratório pessoal em Pasadena. Ele faleceu em 1938, aos 69 anos, mas importantes descobertas continuaram a ser feitas em seu laboratório pessoal, que foi legado ao Observatório de Monte Wilson.

Atualmente, o Laboratório Solar de Hale é um Monumento Histórico Nacional e sede do Mount Wilson Institute. Hale tornou-se também o nome de duas crateras (uma na Lua e outra em Marte) e do Ciclo Hale, o período de 22 anos de variação nas manchas solares.

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