Capítulo 35

Alimentação em tempos de Isolamento Social

p.254-258

Para além do vírus e do organismo: Pandemia, Meio Ambiente e Sociedade

 

29 de abril de 2020
Helena Dória Ribeiro de Andrade Previato

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Revisão: José Felipe Teixeira da Silva Santos
Edição: Ana de Medeiros Arnt
Arte: Carolina Frandsen P. Costa

Em época de pandemia de COVID-19 e isolamento social, a rotina pessoal, profissional e familiar de muitas pessoas tem se modificado. A mudança de rotina altera o comportamento e o hábito alimentar que também são influenciados pelo estado de saúde mental e emocional.

Semana epidemiológica #18

Média móvel de novos casos no Brasil, na ocasião de publicação deste texto

443 óbitos registrados no dia (5.537 ao todo)

Pesquisas mostram que a ansiedade e o estresse podem provocar o aumento da ingestão calórica e do ganho de peso em curto prazo devido ao alto consumo de alimentos ricos em carboidratos e gorduras.
Nesse contexto atual, além do isolamento social, ouvir ou ler continuamente sobre a pandemia aumentam o nível de ansiedade e estresse.
Isso pode levar as pessoas a comerem em maior quantidade e a buscarem alimentos chamados “comfort food”. Esses “alimentos que confortam” são aqueles que remetem a memória afetiva e que causam prazer e bem estar.
O consumo de tais alimentos – muitas vezes ricos em carboidratos/açúcares (como doces, chocolates, bolos e tortas, por exemplo) – estimula a produção de serotonina que, por sua vez, tem um efeito positivo no humor e na redução momentânea do estresse e no aumento do bem estar mental.
Esse comportamento chamado de “comer emocional” é influenciado diretamente pelo estresse e pela ansiedade.
Por isso, é importante reconhecer a presença excessiva dessas emoções e perceber se estão influenciando o comportamento alimentar. Seja pelo aumento do consumo de doces, massas e pães, por exemplo, ou pelo aumento da quantidade de alimentos e bebidas consumidos no dia-a-dia.
Uma orientação prática para cuidar da alimentação em tempos de isolamento/distanciamento social é criar estratégias de planejamento alimentar.

Planejamento alimentar
  • O primeiro passo é planejar a alimentação (diária/semanal/mensal). A partir desse planejamento fazer a lista de compras;
  • Manter a despensa e geladeira organizadas para saber o que tem e evitar o desperdício de alimentos;
  • Estabelecer horário para as refeições, como café da manhã, almoço, jantar e lanches intermediários, evitando “pular” refeições e “beliscar” durante o dia e à noite;
  • Ter uma alimentação variada composta, de uma forma geral, por cereais integrais, leguminosas, oleaginosas, frutas, verduras e legumes, carnes, frangos, ovos e peixes, leites e derivados.  (Lembrando que pessoas que tenham alguma alergia/ intolerância alimentar ou indivíduos vegetarianos/veganos precisam ter um planejamento alimentar específico).
  • Priorizar alimentos in natura como frutas, verduras e legumes;
  • Utilizar ervas aromáticas e especiarias para cozinhar;
  • Experimentar algum alimento novo que não tenha o hábito de comer;
  • Valorizar alimentos regionais, produtores locais e pequenos comércios;
  • Cozinhar mais, aprender novas receitas e aproveitar esse momento de isolamento para cultivar novos hábitos alimentares.
Atitudes alimentares positivas

Além do planejamento alimentar, é importante adotar atitudes alimentares positivas para desacelerar a mente e comer com atenção plena.Nesse sentido, seguem algumas orientações para serem usadas antes e durante as refeições:

Atitudes alimentares positivas – Infográfico original da editora (Carolina F.P. Costa) elaborado a partir do texto da autora Helena Previato

Por fim, manter uma alimentação equilibrada em nutrientes e em quantidade de alimentos, além do planejamento das refeições associado a atitudes alimentares positivas são estratégias para combater os efeitos negativos do isolamento social na alimentação e na saúde. 

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