Solução do Cunha: abra uma igreja e salve um parque

"Quer um conselho? Abra uma igreja, Niéde."
“Quer um conselho? Abra uma igreja, Niéde.”

Eu sei que estou comparando alhos com bugalhos aqui, mas ver essas duas notícias na minha linha do tempo do facebook me fez vomitar um pouquinho para dentro. Sabe né, aquela azia que sobe pelo esôfago até a base da língua? Esse mesmo.

Primeira notícia: CUnha enfia mais um jabuti.

Podia ser uma excelente notícia se fosse mesmo um jabuti (animal) e fosse em outro lugar que não na MP 668, que versa sobre o aumento de impostos sobre produtos importados. Jabuti é o apelido que se dá a um item que não tem nada a ver com o tema da MP. Afinal, isenção de imposto para trabalhadores de igrejas não tem muito a ver com aumentar impostos de importação, certo?

Basicamente, se for aprovada, e vai ser, afinal já foi tudo conversado por lá, comissões e gastos de servidores de igrejas não pagarão impostos. Vai se abrir uma via imensa de sonegação, já que o pastor pode estar registrado com um salário mínimo mas ganhar 100 mil por mês em comissão limpinha.

Segunda notícia: o fim da Serra da Capivara.

O Brasil pode mudar a história da raça humana. Os estudos da Niéde Guidon no Parque da Serra da Capivara têm mostrado que o homem pode ter chegado aqui nas américas muito antes do que se acreditava. As pinturas rupestres nas cavernas são patrimônio da humanidade, o que obriga o Brasil a preservá-las. Mas com que dinheiro?
Em entrevista, Guidon fala que até o fim do ano o parque fecha por falta de verba. O aeroporto, que poderia trazer muitos turistas para aquela região e manter o parque, foi começado e nunca terminado.

“Eu acho que perdi realmente a minha confiança no Brasil, inclusive estou pensando que tenho que voltar para a França, porque aqui não deu certo. (…) E não tem nada a ver o fato de o Parque ser no Piauí, ele é nacional e é obrigação do governo federal, do qual sempre tivemos apoio, mas agora está em redução completa porque o Brasil está falido. ” – Niéde Guidon.

Não vá não, Niéde Guidon. Quem sabe se montarmos a Igreja da Serra da Capivara a coisa não se resolve?

Cientistas e governo em campanha pelo uso de animais em pesquisa

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“Graças à pesquisa com animais, eles terão 23.5 anos a mais para protestar” – Esta não é da campanha, mas tem que ter apelo

RICARDO MIOTO
Folha.com
Na briga contra organizações de direitos dos animais que querem acabar com pesquisas envolvendo cobaias, cientistas e governo criaram uma campanha publicitária tentando convencer a opinião pública da importância desses estudos.
A partir da próxima quarta-feira, serão feitas inserções na televisão, no rádio e em jornais e revistas.
Os anúncios têm dois motes. Um é que “quase todos os medicamentos e vacinas são resultado de pesquisas com animais de laboratório”, salvando muitas vidas. O outro é que, depois da Lei Arouca, aprovada em 2008 para regular o uso de cobaias, nenhum animal deixa de ser tratado com “ética e dignidade”.
A iniciativa já recebeu R$ 1 milhão, diz Marcelo Morales, biólogo da UFRJ e um dos responsáveis pela campanha. O dinheiro vem do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e do Ministério da Ciência e Tecnologia. E o valor pode aumentar.

Entrem no site para ouvir uma das campanhas.
É importante este tipo de ação, claro. Mas o modo como ela vai ser feita acho que só vai servir para levantar a bola para os ativistas cortarem.
Porque a campanha não tem apelo (considerando que só este estilo de propaganda vai ser feita), é chata mesmo, e vai servir só para levantar a discussão e é aí que os ativistas radicais vão aproveitar para usar todo apelo emocional que está do lado deles.
Ou seja, o tiro pode sair pela culatra.
Para mais sobre direito animal, veja: