Minha visita a uma escola pública motivada pela ciência
Quinta, dia 13/09, fui visitar uma escola pública localizada na cidade de Sumaré a convite de meu orientador. Recebemos um convite deles para discutir sobre ciência em uma de suas disciplinas sobre Iniciação Científica.
Iniciação científica na escola é algo essencial para a vivência de um pesquisador, ainda mais que aflora o pensamento crítico e curiosidade do aluno. Eu mesmo não tive esse tipo de incentivo na escola, apenas feiras de ciências, mas não um desenvolvimento ao longo de um semestre.
Chegando lá, notei que essa turma era diferenciada. Após alguns instantes éramos celebridades. Eles estavam tão felizes por estarmos ali discutindo com eles sobre ciência. Eu, particularmente, adoro esse tipo de olhar, onde o aluno se fascina e se encanta com a ciência, algo que sempre me motivou. Me vi naqueles adolescentes de 15 e 16 anos. Me perguntava: será que essa geração é tão diferente da minha, que saiu da escola a 10 anos atrás?! Difícil responder. Em termos tecnológicos sim, mas em termos de escola, o engessamento é o mesmo, por isso, precisamos diferenciar e acompanhar a evolução clara do comportamento escolar.
Meu orientador até comentou durante sua palestra: “Fizeram uma pesquisa onde aplicaram um teste par um grupo de pessoas com um degradê de temperatura e observou as notas nesse teste. Qual o resultado? Quanto maior a escala de temperatura, menor a nota. A concentração claramente diminui”. MAS com os alunos foi diferente. Cada um se manteve atento a conversa científica e foi muito gratificante ver a vontade deles de estarem ali.
Foram duas horas de muito aprendizado. Conheci dois garotos em especial. Um deles desenvolveu na disciplina um creme Aloe vera a partir da babosa (e ainda ganhou prêmio de 2º lugar na Feira de Ciências da 3M), e um outro que, sensibilizado pela extinção das abelhas, criou uma apicultura em casa para lutar contra isso. Extremamente essencial, extremamente novo e diversificado. Ouvi propostas de projetos envolvendo carregadores automáticos provenientes de energia cinética, ouvi perguntas sobre extração de célula, sobre células de câncer, ouvi preocupações com a carreira de pesquisador… UAU! Sabe, foi diferente e motivador ver que PROFESSORES ainda acreditam no poder do estudo (algo que sempre digo) e esses alunos que, mesmo sobre um forte calor, pois não havia ar-condicionado ou algo semelhante, prestaram atenção e ficaram extremamente felizes!
Acho que falta isso. Falta as pessoas se apegarem a algo além do dinheiro na motivação do ensinar, algo a mais do que o próprio ego. Faço parte de um projeto assim, o UNEAFRO, e não abro mão, pois como não ajudar as pessoas a alcançarem seus objetivos pelo estudo?
Agradeço o convite do meu orientador, prof. Gonçalo, da Cláudia que nos acolheu na E. E. Vereador Euclides Miranda e dos alunos, pelo convite.
Fui convidado a ser julgador de seus trabalhos de iniciação científica. Se aceitei? OBVIAMENTE.
Deixo meus parabéns aos professores, coordenadores e diretores da E. E. Vereador Euclides Miranda pelo empenho, além de desejar que lutem por essa essência não acabar. Parabéns aos alunos também, cada um, pela dedicação e perseverança.
Por acaso alguém se interesse em conhecer a escola, no dia 19/10 eles irão realizar ma feira de ciências. Vale muito a pena.
Deixo a dica para o próximo governador do estado: implemente esse incentivo de forma integral nas escolas!
Muito obrigada novamente pela visita, pela parceria e pelas validações. Será sempre bem vindo!!! A educação é e sempre será o melhor caminho!