Últimos posts na rede Blogs Unicamp:
Integrantes do GEICT marcam presença na 50ª reunião anual da 4S
Por Thais Lassali
Ocorreu no começo de setembro, entre os dias 03 e 06, a 50ª reunião anual da Society for Social Studies of Science (4S), associação acadêmica voltada para os estudos sociais em ciência e tecnologia (ESCT). O evento ocorreu presencialmente na cidade de Seattle, nos Estados Unidos, e também teve a possibilidade de participação remota. O tema da conferência deste ano foi “Reverberações”, com a organização defendendo que, para os ESCT,
"reverberação representa a ciência e a tecnologia não apenas como um efeito de inúmeras práticas e múltiplas agências, mas também como locais normativos onde políticas diversas e lutas díspares são ressoadas, retrabalhadas e — consequentemente — reativadas. "
Oito integrantes do GEICT participaram de diversas atividades do evento, seja apresentando comunicações orais relacionadas às pesquisas que desenvolvem no grupo, sendo parte dos comitês de premiações ou participando de reuniões diretivas da entidade organizadora.
A pesquisadora de doutorado Thaís Capovilla participou do painel... | acesse ❯
MARIANA VIVE: PRA NUNCA ESQUECER
O dia 05 de novembro de 2025 marca os 10 anos do rompimento da barragem de Mariana, cidade em Minas Gerais. Mas… Você se lembra desse fato? Como aconteceu? Quais foram as suas consequências? Nesse texto, iremos relembrar esse acontecimento e mostrar um pouco da situação atual relacionada à esse desastre (ou crime?).
Camila Satie Kurihara e Mariana Olimpio de Aquino
05 de novembro de 2015: um dia que ficou marcado na história
Na tarde do dia 05 de novembro de 2015, na cidade de Mariana (MG), ocorreu o rompimento da barragem do Fundão – uma barragem utilizada para armazenar rejeitos de mineração – de propriedade da Samarco Mineração S/A em parceria com as empresas de mineração Vale e BHP [1].
Esse rompimento despejou cerca de 40 milhões de metros cúbicos – valor próximo ao volume de aproximadamente 16 mil piscinas olímpicas – de rejeitos de minério de ferro, que percorreram um longo caminho,... | acesse ❯
Fátima Mernissi
O lançamento da semana apresenta Fátima Mernissi (1940-2015), que foi uma socióloga, professora, pesquisadora, escritora e ativista marroquina, considerada uma das vozes mais influentes da intelectualidade árabe e precursora dos estudos feministas islâmicos. O verbete, escrito por Samira Adel Osman, mostra que Mernissi dedicou sua vida a debater o papel e os direitos das mulheres no islamismo e a lutar pela melhoria das condições de vida das mulheres marroquinas e do Norte da África. Sua obra pode ser agrupada em três blocos temáticos: o uso político da religião, o papel das mulheres muçulmanas na história e a visão ocidental sobre o harém. Mernissi desafiou dogmas e denunciou leituras machistas sobre o Islã, defendendo a religião como um instrumento de direitos e mudanças, e não de opressão. Ela argumentava que a misoginia e o sexismo não eram inerentes ao Islã, mas sim construções políticas e interpretações tradicionalistas dos textos sagrados. Mernissi... | acesse ❯
Cultura, epistemicídios, necropolítica e massacres sociais
Na terça-feira, dia 28 de outubro, ainda durante a madrugada, foi iniciada uma operação policial que acarretou, oficialmente, em 64 mortes no complexo do Alemão e da Penha, na cidade do Rio de Janeiro. Enquanto o Governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro aponta a operação como um sucesso, atividades presenciais - incluindo escola - são canceladas, moradores das comunidades recolhem corpos, o mundo vira os olhos para a nomeada cidade maravilhosa, em choque. Hoje, dia 31 de outubro, sabemos que esta operação foi a maior em 15 anos e a mais letal já realizada no estado. Um massacre, sem demagogias ou delongas.
É um difícil cenário para ser falado. Com narrativas atenuantes, polarizações políticas que vibram pelo sangue derramado e tentativas de contornar a situação, a contagem de mais de 120 pessoas mortas ultrapassa nos aterroriza. As imagens dos corpos dispostos no asfalto, de carros dos moradores trazendo mais e... | acesse ❯
Além do Mito da Neutralidade: A Sócio Tecnicidade da Inteligência Artificial
Por José Victor Rodrigues Catalano
José Victor Rodrigues Catalano possui graduação em Administração e mestrado em Ciência, Tecnologia e Sociedade (UFSCar). Atualmente, está cursando doutorado em Economia na UNESP, no qual desenvolve uma pesquisa focada na inteligência artificial e nos desafios relacionados à governança tecnológica.
A Inteligência Artificial (IA) constitui um campo voltado à simulação de capacidades humanas por meio de sistemas tecnológicos (Luger, 2025). Profissionais de diversas áreas são responsáveis por projetar algoritmos e desenvolver infraestruturas capazes de processar grandes volumes de dados — big data — ampliando as fronteiras da automação e da tomada de decisão computacional (Mitchell, 2019).
Embora frequentemente apresentada sob uma ótica técnica e neutra, a IA resulta de arranjos sociotécnicos complexos que desafiam visões deterministas e lineares de progresso tecnológico (Catalano, 2023). Sua construção envolve decisões humanas opacas permeadas por interesses, valores e disputas, revelando uma escolha sociotécnica — sujeita à crítica, à contestação e à reorientação.
A... | acesse ❯
Sarampo no Brasil: mais um ano de preocupação?
Talvez muitas pessoas não saibam, mas Sarampo já foi uma das maiores causas de mortalidade infantil no Brasil e no mundo, há décadas. Ela é considerada uma doença prevenível por meio de vacinação e, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) uma das doenças que pode ser eliminada das Américas, se a cobertura vacinal estiver alta.
Tomando como premissa que já tivemos o feito da eliminação de varíola (1971), poliomielite (1994) e rubéola e rubéola congênita (2015), o sarampo seria a quinta doença eliminada da América. A vacina de sarampo é parte da vacina Tríplice (sarampo, caxumba e rubéola) e passou a constar como parte das vacinas a serem oferecidas às crianças a partir dos anos 1980.
No Brasil o Plano Nacional de Eliminação do Sarampo foi lançado em 1992, em 1997 tivemos uma epidemia da doença, mas com uma diferença brutal dos anos anteriores: o número de mortes diminuiu drasticamente. No... | acesse ❯
Meça você mesmo o raio de um "planeta"
Provavelmente você já ouviu falar que a 2200 anos atrás um grego chamado Erastótenes calculou o diâmetro da Terra (é o tipo de conhecimento que deve ser comum a quem lê meu blog). Não são poucos os sites que se ocupam explicando detalhadamente como se deu este processo, assim não vou me repetir quanto a isso, mas farei um breve relato do que aconteceu (eu estava lá Gandalf, 2200 anos atrás).
Era um sábado nublado, havíamos acabado de almoçar estrogonofe de frango com batata palha, quando o tio Erastuto chegou com várias caixas para doação. Lá Erastótenes começou a ver se tinha algo de interessante, quando achou um pergaminho falando de um poço, que em determinado dia no ano, ao meio-dia, refletia no seu fundo o Sol. Daí isso significava que o Sol estava exatamente perpendicular a Terra naquele ponto. Combinamos então de fazer um experimento, de nesse mesmo dia ir... | acesse ❯
Problema do reservatório circular
Este semestre adotei em minhas aulas uma atividade chamada "teste". É uma questão problema de enunciado curto e vago, porém de complexidade elevada. Pode ser feito de forma individual ou em dupla, e os alunos tem 14 dias para resolver. Mas dai você pensa, provavelmente eles procurarão a resposta na Internet (ou simplesmente jogarão numa IA), só que porque isso estaria errado? Em que momento da vida real/profissional de alguém comum que não estará no meio do oceano, floresta ou espaço sideral, não haverá Internet ou IA à disposição? A graça desse problema é que ele é elaborado para ser de difícil resolução, mesmo com toda essa margem de possibilidades. Um exemplo legal foi a do incentro do triângulo (incentro de um triângulo, é o centro da maior circunferência desenhável dentro de um triângulo. Existe inclusive uma fórmula simples que dá esse ponto).
Agora veja o problema:
O território do seu exército... | acesse ❯
Definição de jogo e o Paradoxo do Corvo
Devem fazer uns 3-4 anos que fico pensando em escrever algo sobre o Paradoxo do Corvo nesse blog, mas sempre me detenho no ponto "o que eu posso falar sobre isso que não há numa Wikipédia da vida" (embora hoje talvez o GPT e outras IAs sejam mais consultadas que a famosa Wiki). Mas essa semana, um grande amigo meu chamado Pavel Dodonov (como se eu conhecesse Pavels suficientes para precisar falar dele pelo sobrenome) autor do blog anotherecoblog (https://anotherecoblog.wordpress.com/) me pediu ajuda em uma dinâmica que ele quer desenvolver com os alunos dele da UFBA, envolvendo a elaboração de jogos. Enfim, concordei e fiquei de pensar em algo que pudesse contribuir para isso (deixei o cérebro funcionando em 2o plano com essa tarefa), até que hoje a noite, enquanto lavava a louça acumulada do almoço, café da tarde e jantar, as coisas começaram a se conectar... e vamos ver... | acesse ❯
Terras raras: nem terras, nem raras
Sabia que as turbinas eólicas, a fabricação de vidros, elevadores e a bateria de celular utilizam elementos chamados de terras raras? Já ouviu falar? Sabe a importância deles? Nesse texto, iremos explicar o que são esses elementos tão essenciais para o nosso dia a dia, mesmo sem perceber a presença deles!
Camila Satie Kurihara e Mariana Olimpio de Aquino
Do nada, apareceram no meu feed….
Talvez muitas pessoas nunca tenham ouvido falar desse termo “terras raras”. Parece até um nome meio mitológico ou bíblico. Mas em algumas semanas começaram a pipocar vídeos e notícias sobre esses elementos químicos. Isso porque há uma disputa política pela exploração deles envolvendo vários países, dentre eles os EUA e a China. E como o Brasil tem reservas ainda pouco exploradas, sobrou pra gente. Mas vamos ver do que se trata.
O que são, onde vivem….
É possível que você se lembre de ter estudado a Tabela Periódica dos elementos... | acesse ❯
Brasil se mobiliza em outubro pela preservação do oceano
Por Denis Camico
Outubro se veste de azul. É tempo de estender o olhar ao horizonte marítimo e perceber que o oceano não é apenas uma imensidão de águas, mas o coração pulsante do planeta. Este mês começou com o lançamento oficial da Conferência da Década dos Oceanos da Unesco, que será sediada no Rio de Janeiro em 2027, marcando o início de uma série de ações e mobilizações voltadas à cultura oceânica.
E, hoje, começa a programação com a 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia que, neste ano, convida todo o Brasil a mergulhar no tema “Planeta Água: cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território”, reunindo escolas, universidades e centros de pesquisa em atividades por todo o país. Dentro da mesma Semana, de 22 a 26 de outubro, o Museu do Amanhã recebe a Rio Ocean Week, uma semana repleta de palestras, oficinas e encontros entre... | acesse ❯
Metanol: um carbono faz a diferença
Se você estava ligado nas notícias essa semana, deve ter ouvido alguma coisa sobre o caso do metanol. Mas você sabe o que ele é? Qual é a diferença dele para o etanol? E como ele foi parar nas bebidas? Vem com o Sala V para entender!
Camila Satie Kurihara e Mariana Olimpio de Aquino
ETANÓIS!
Nas últimas semanas, surgiram alguns casos de pessoas intoxicadas pela ingestão de bebidas alcoólicas e que sentiram mal-estar e falta de ar. Houve casos evoluindo para cegueira e casos de óbito [1]. Mas, afinal, qual foi o problema?
Essas bebidas estavam adulteradas com metanol, uma substância tóxica para o nosso organismo. Até agora, não se sabe se a adulteração se restringe às bebidas destiladas – como whisky, gin e vodca, por exemplo – mas essas foram as bebidas em que a presença de metanol foi confirmada até o momento [2].
Durante a fabricação dessas bebidas, pode haver de forma... | acesse ❯
The Life Story: de la UCV a la UNICAMP … de la doble orientación de científicos sociales al amor por la filosofía de la tecnología y la Inteligencia Artificial
Por Carlos Javier Lozvil
Carlos Javier Lozvil possui graduação em Filosofia pela Universidade Central de Venezuela (UCV) (2010), também possui mestrado em Literatura Latino-americana pela Universidade de Los Andes Venezuela (ULA) (2018) e mestrado em Filosofia pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) (2021). Atualmente é doutorando do Programa de Pós-Graduação em Política Científica e Tecnológica da UNICAMP (PPG-PCT).
En este ensayo breve, deseo construir una historia de vida: un recorrido personal que muestra cómo nuestras experiencias vitales se configuran en nuestras decisiones, intereses y elecciones en la investigación, especialmente en relación con las distintas formas de hacer investigación, tanto en medio de crisis existenciales como en los momentos de mayor motivación para continuar.
Cuando, en su artículo The Life Story Approach: A Continental View, publicado en 1984 en la Annual Review of Sociology, Daniel Bertaux y Martin Kohli consolidan una tendencia en las ciencias sociales centrada en las historias de vida, comienza a... | acesse ❯
Onde a história foi arrancada, a memória cria raízes.
Escrevo porque o silenciamento me atravessa. Ele sempre esteve presente nos espaços institucionais, nas relações de poder e nas narrativas que definem quem pode ser lembrado e quem deve ser esquecido. Esse silenciamento não é ausência, é estrutura. Ele opera como uma força que limita o que pode ser dito e as vozes que podem existir. É justamente por compreender essa força que escolho escrever em primeira pessoa, me situar dentro da narrativa e reivindicar a escrita como um ato político.
Em minha dissertação Nós, mulheres negras: trajetórias jornalísticas e experiências com a mídia e o jornalismo brasileiro, busquei compreender como o silenciamento se manifesta na comunicação e na produção de conhecimento. Ao analisar as trajetórias de mulheres negras no jornalismo, encontrei muito mais do que exclusão. Encontrei a potência da resistência. É sobre essa força que quero falar neste texto.
As vivências de nós, mulheres negras, são peças fundamentais quando discutimos... | acesse ❯
Anne Carson
O lançamento da semana traz Anne Carson (1950-), uma figura multifacetada – helenista, professora, tradutora e poeta – cuja obra desafia gêneros e disciplinas. Escrito por Irene de Castro, o verbete apresenta diversos elementos importantes sobre a vida e a obra desta pensadora. A carreira de Carson é marcada pela publicação de Eros o Doce-Amargo e por colaborações com seu marido, Robert Currie, e é caracterizada por uma abordagem interdisciplinar que transita entre o criativo e o acadêmico. Ela explora o "transbordamento" de fronteiras, o fragmento, o erro e a tradução como um espaço de divergência. Suas influências incluem Homero e outras autoras como Safo e Virginia Woolf. Os temas centrais de sua obra – desejo, diferença sexual e tradução – são explorados através de uma “imaginação espacial” de um “entre-dois”, onde o desejo é um paradoxo de convergência e divergência, a diferença sexual é uma investigação da representação feminina... | acesse ❯
Ciência e pontilhismo: entendendo a técnica de single-cell com a obra de George Seurat
É possível entender o funcionamentos das células humanas com ajuda da arte? Conheça um pouco mais sobre as conexões entre pontilhismo e a pesquisa sobre metabolismo celular e o sequenciamento de RNA de células únicas (scRNAseq)
A arte pode nos ajudar a entender os processos e os caminhos da pesquisa científica? Apesar de muitas vezes parecerem dois campos completamente distintos, em duas extremidades opostas, a arte e a ciência podem se misturar. Os conceitos e as discussões de ambas as áreas se complementam, contribuindo com a compreensão e o conhecimento de ambas. Com intuito de nos aprofundarmos nessa questão, vamos entender como o movimento artístico do pontilhismo de George Seurat pode ajudar a interpretar dados de células através da técnica de sequenciamento de RNA de células únicas, comumente chamada de single-cell.
A obra de pontilhismo de George Seurat
Primeiramente, vamos entender o movimento artístico do pontilhismo, através de um de seus grandes expoentes.... | acesse ❯
Resenha em cápsula (VII): Realismo capitalista
Por: Ana Paula Fregnani Colombi| acesse ❯
Do palco internacional ao Congresso nacional: o desafio da política ambiental brasileira.
Nos dias 23 e 24 de Setembro de 2025, o mundo presenciou dois grandes eventos da esfera de discussão política internacional. O primeiro foi a abertura da 80° Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) e o segundo a abertura do Evento Especial sobre Clima para Chefes de Estado e de Governo que foi presidida pelo Secretário-Geral da ONU, António Guterres e copresidida pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
Em ambos eventos o presidente Lula trouxe falas fortes e assertivas a favor da luta pelo meio ambiente, sendo aclamado pelas pessoas presentes.
Em ambos casos, o presidente Lula encarnou o líder climático do Sul Global que foi aclamado e eleito em 2022, e que trouxe o Brasil de volta ao palco internacional de discussões sobre as mudanças climáticas na COP 27 em Sharm El Sheikh. Quem ouviu seu discurso na última semana, certamente se arrepiou e se impressionou com o... | acesse ❯
Redes sociais em tempos de Satania
“Bienvenido a la nueva era, a un mundo sin dolorSin amor, ni imaginación (…) Oh-oh, en Satania estásTus pensamientos programados estánOh-oh, aprieta el botónNavega en mi mundo, deseos.com”(Satania - Mägo de Oz, primeira faixa do álbum Finisterra)
Satania é um mundo virtual descrito na ópera rock Finisterra, álbum duplo da banda espanhola Mägo de Oz lançado em 2000. Na obra, o planeta é devastado pela terceira e última guerra mundial (la guerra del hambre) e como resultado, os poderosos criam Satania, um mundo “perfeito”, sem violência, sem revoluções e sem liberdade de pensamento. Um “paraíso artificial”, onde é proibido ler, sexo é feito virtualmente e para chorar é preciso comprar um programa em que se pode personalizar as lágrimas.
Ouvindo o álbum, passei a refletir sobre um tema que sempre volta à tona, os algoritmos de recomendação das redes sociais. A bem da verdade, mecanismos de dominação e violência como os descritos... | acesse ❯
Evento "Inteligência Artificial, Plataformização e Produção Cultural" com Thomas Poell e David B. Nieborg
O GEICT – Grupo de Estudos Interdisciplinares em Ciência e Tecnologia, convida toda a comunidade para o evento "Inteligência Artificial, Plataformização e Produção Cultural". Unindo Estudos Sociais da C&T, Estudos de Mídia, Estudos Culturais e Ciências Sociais, o debate, a ser realizado às 9h do dia 20 de outubro no Auditório do Instituto de Geociências, busca ampliar o escopo dos diálogos sobre tecnologias digitais, processos culturais e conflitos sociais em torno de processos sociotécnicos relacionados às plataformas e tecnologias de IA.
O evento contará com uma palestra conjunta dos professores Thomas Poell e David B. Nieborg. Thomas Poell é professor de Dados, Cultura e Instituições na Universidade de Amsterdã. É coautor de "Platforms and Cultural Production" (Polity, 2022) e "The Platform Society" (Oxford University Press, 2018), ambos traduzidos para diversos idiomas. Além disso, coeditou "The Sage Handbook of Social Media" (Sage, 2018), "Social Media Materialities and Protest" (Routledge, 2018) e "Global... | acesse ❯
Silvia Federici
O lançamento da semana apresenta uma análise aprofundada da vida e obra de Silvia Federici (1942-), filósofa feminista ítalo-americana, destacando suas principais contribuições teóricas e seu engajamento em movimentos sociais. Escrito em três mãos, por Silvana Ramos, Raffaella Limone e Mariana Piazzolla, o verbete aborda a biografia de Federici, detalhando sua formação acadêmica, suas experiências de ensino na Nigéria e nos Estados Unidos, e sua vasta produção bibliográfica, incluindo obras como Calibã e a bruxa e O ponto zero da revolução. Além disso, as autoras exploram a ligação inicial do pensamento de Federici com o operaismo, corrente marxista heterodoxa italiana, e como ela questionou a negligência do marxismo em relação ao trabalho de reprodução não remunerado. Elas também descrevem a participação central de Federici na campanha feminista internacional iniciada em 1972, que visava ao reconhecimento e remuneração do trabalho doméstico, e analisam a tese de Federici sobre a construção histórica... | acesse ❯
Datificação do estar no mundo: o capitalismo cognitivo e o ensino de língua portuguesa
Por Marina Bitencourt
Marina Bitencourt dos Santos é graduanda no curso de Licenciatura em Letras no IEL/Unicamp. É professora de gramática no cursinho popular Pré-Vestibulinho Malunga Thereza Santos em Barão Geraldo e de redação no cursinho popular Colmeia-Limeira. Faz parte do grupo de pesquisa em Processamento de Linguagem Natural coordenado pela Profa. Dra. Sandra Ávila no Hub de Inteligência Artificial e Arquiteturas Cognitivas (HIAAC) da UNICAMP, onde faz pesquisa de iniciação científica sob orientação da Profa. Dra. Simone Tiemi Hashiguti sobre a relação entre descrição e imagem em grandes bancos de dados multimodais.
Ano passado, lá pelo final de maio e início de junho, participei de um evento de divulgação científica no Instituto Eldorado, uma instituição de pesquisa, desenvolvimento e inovação para criação de soluções para empresas, nacionais ou não, nas áreas de “tecnologia da informação e comunicação, automotivo, agro, energia, óleo e gás, saúde e indústria 4.0”1. Um dos pólos desta... | acesse ❯
Como funciona uma régua de cálculo?
O termo "régua de cálculo" não traduz a essência da palavra original "slide ruler" (régua deslizante), embora explique de forma simples a finalidade de uma régua deslizar (fazer cálculos). Mas você pode estar se perguntando, afinal, o que é isso? Como pode uma régua fazer cálculos?
Vamos pensar de forma bem simples, se quero fazer 4 + 7. Pego uma régua A e marco nela 4 cm, e então pego uma régua B e coloco sua medida 0 cm alinhada na posição 7 cm da régua A, e então sigo na régua B até chegar na medida 11 cm, que deverá estar alinhada com o resultado da soma 4 + 7 na régua A.
O raciocínio análogo pode ser aplicado para a subtração. Por exemplo, se quero fazer 13 - 8, basta alinhar na régua A em sua posição 13 cm, a posição 8 cm da régua B. Assim, ao verificar o... | acesse ❯
Economia Azul precisa incluir pescadores artesanais
Por Denis Miranda
Se você se interessa pelas comunidades costeiras e pelo tema do desenvolvimento sustentável, vai gostar de saber que um artigo publicado na última edição da revista Desenvolvimento & Meio Ambiente trouxe reflexões importantes sobre como a pesca artesanal brasileira se relaciona com a chamada Economia Azul — um conceito que valoriza o potencial econômico dos oceanos e mares, mas sempre a partir da sustentabilidade.
O estudo, liderado por Deborah Santos Prado da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mostra de perto a relação complicada entre políticas públicas, interesses econômicos e os direitos das comunidades de pescadores artesanais. Segundo os autores da pesquisa, o conceito de Economia Azul no Brasil tem ressaltado “a agenda desenvolvimentista para o mar, calcada no potencial de grandes empreendimentos econômicos para a costa brasileira”. Neste cenário, não sobra espaço para as questões sociais como o uso de recursos pesqueiros por comunidades tradicionais.Avaliação realizada por Eduardo... | acesse ❯