Últimos posts na rede Blogs Unicamp:

Ficção em realidade: uma discussão sobre úteros artificiais
Dia 19/novembro/24 em
Você já deve ter ouvido falar em útero artificial. Já deve ter imaginado, visto alguma foto de pesquisa científica, lido em algum livro ou visto em algum filme alguma menção à gestação extracorpórea. O útero artificial é uma figuração presente em repertórios imaginativos e experimentais. Foi no contexto de explorar linguagens possíveis para as nossas pesquisas que, em 2021, fizemos no Labirinto o exercício de trabalhar com “figurações” (e falamos disso nesse post). Partimos principalmente da forma criativa como Donna Haraway mobiliza figurações (Haraway, 1997; 2016), inspiradas pelas suas múltiplas possibilidades de expressão. E eu, na ocasião, escolhi como uma das “figuras”, a do útero artificial. Queria aprofundar reflexões produzidas anteriormente (Manica, 2018) e fazer um exercício especulativo com as biotecnologias cujas concretizações eu estava acompanhando no laboratório, estudando os agenciamentos das células do sangue menstrual. Nesta semana foi publicado um artigo que elaborei a partir dessa experiência e dessas reflexões, chamado:... | acesse ❯
Suplementação Nutricional no Tratamento Oncológico
Dia 18/novembro/24 em Nutrição & Ciência
A alimentação e a nutrição possuem uma grande importância na terapêutica oncológica. E o perfil nutricional adequado é fundamental para a imunidade, reposta ao tratamento e qualidade de vida do paciente. Porém, a relação do indivíduo com o alimento muda com o diagnóstico da doença e de acordo com as fases do tratamento. Nesse contexto, existe o impacto do tratamento (quimio, radioterapia e cirurgia) no padrão alimentar, nas preferências e aversões alimentares. Preparações que antes eram saborosas podem se tornar desagradáveis por alteração do paladar e pela presença de sintomas como náuseas, vômitos, mucosite, disfagia (dificuldade de deglutição), xerostomia (boa seca) e desequilíbrios intestinais como diarreia ou constipação. Por esses motivos podem ocorrer aversões alimentares resultante das alterações sensoriais do paladar e olfato e também da associação do alimento ao mal-estar decorrente do tratamento. Isso leva a mudanças no comportamento e aceitação alimentar repercutindo negativamente no estado nutricional, na imunidade e consequentemente na resposta ao... | acesse ❯
Disciplinas diferentes? A escola militarizada e a ênfase em um dos lados da moeda
Dia 13/novembro/24 em PEmCie
Texto de Willian Molina, Lavínia Schwantes e Pedro Leal "Não pode correr, não pode fazer uma roda de amigos" - A disciplina dos "não pode" Em um dos episódios do podcast “UOL Prime”, de setembro de 2024, um estudo nos chamou a atenção: as escolas cívico-militares no Brasil aumentaram em 245% nos últimos cinco anos! Agora, são cerca de 792 instituições com essa "pegada" militar e disciplinar. Nas escolas cívico-militares, civis lideram as gestões, enquanto militares, como eles dizem, “supervisionam a disciplina”, resultando em um ambiente de regras rígidas e intenso controle comportamental. Os alunos e seus pais recebem manuais repletos de proibições e a fiscalização fica por conta de monitores. Eles, muitas vezes, são policiais e utilizam, por exemplo, aplicativos para pontuar o comportamento dos estudantes. Segundo a repórter Adriana Ferraz, entrevistada do podcast, a escola que ela visitou funciona mais ou menos como as regras de um quartel! Esse modelo gera uma... | acesse ❯
Marie Olympe de Gouges
Dia 12/novembro/24 em Mulheres na Filosofia
Nascida em 7 de maio de 1748, em Montauban, na França, Marie Olympe de Gouges foi fruto de um casamento considerado ilegítimo na época de seu nascimento. Como era comum para as mulheres que conseguiam estudar na época, recebeu uma educação informal. Se casou aos 16 anos de idade e, aos 18, perdeu o marido. Viúva e mãe, de Gouges decide não se casar novamente e viver de forma independente, o que desafiava as normas sociais impostas às mulheres da época. Abandonou a vida provinciana para se estabelecer na capital, Paris. Lá, ela se dedicou ao teatro e à escrita, tornando-se defensora dos direitos das mulheres, se lançando na vida pública e participando ativamente do cenário literário e político da Revolução Francesa. Escreveu peças teatrais e panfletos, que, frequentemente censurados, criticavam não apenas a opressão das mulheres, mas também a escravidão nas colônias francesa. Seu trabalho mais conhecido nos dias... | acesse ❯
Cinco anos do Podcast Mundaréu!
Dia 12/novembro/24 em
Em 12/11/2024 o Podcast Mundaréu completa cinco anos! Para comemorar essa data, publicamos um vídeo comemorativo, no qual minha parceira de produção, Soraya Fleischer, professora de Antropologia na UnB, apresenta as diversas séries, temporadas e publicações que fizemos. E também no qual ela se despede do projeto. Nesses cinco anos, contamos com estudantes das duas instituições, de dois níveis de formação, graduação e pós-graduação, e de vários cursos, Antropologia, principalmente, mas também Ciências Sociais, Pedagogia, Música, Jornalismo e Midialogia. Atualmente, o Mundaréu é coordenado por mim, Daniela Manica e sua equipe tem 12 estudantes, mas outros 30 já trabalharam no projeto. Nos últimos cinco anos, foram lançadas cinco temporadas do Mundaréu (2019/2020, 2021, 2022, 2023, 2024), com 30 episódios no total. “O mundo na sala de aula”, por sua vez, em três temporadas (2020, 2021 e 2022), produziu 24 episódios. Além disso, temos transformado resultados de pesquisa escritos para formatos em áudio,... | acesse ❯
X Workshop do GEICT - Programação completa
Dia 04/novembro/24 em
Por Yama Chiodi No próximo dia 12 de novembro o GEICT realiza a décima edição do Workshop do GEICT. O evento terá 4 painéis, que acontecerão entre às 9 e às 17h no auditório do Instituto de Geociências da Unicamp - campus Barão Geraldo. Toda comunidade universitária será bem vinda. No evento, pesquisadores e pesquisadoras do GEICT apresentarão suas pesquisas, seguidos de comentários e provocações feitas por professores e professoras convidados. Programação completa 9h - 9h20 Abertura: Marko Monteiro Boas vindas, breve retomada da história e dos objetivos dos Workshops, apresentação das atuais Linhas de Pesquisa do GEICT Painel 1 -Processos e Políticas de Modelagem Climática e Datificação da Natureza 9h20 - 10h20 Mediador: Pedro Peixoto Ferreira (IFCH/UNICAMP) 9h20 - 9h35 Felipe Mammoli "Em busca de uma floresta comum: Etnografia de uma tentativa de integrar modelagem e ciência de campo no AmazonFACE" 9h35 - 9h50 Gláucia Pérez "Coprodução das ciências e políticas com as modelagens climáticas" 9h50 - 10h20 Debate Intervalo 10h20 - 10h35 Painel 2 - Biologia Sintética,... | acesse ❯
A Wild Function Appears – parte 5
Dia 04/novembro/24 em Zero
Durante a greve dos Institutos Federais em 2024, aproveitei o boom de recursos online para geração de imagens por IA para retomar vários projetos de jogos de tabuleiro que encontravam-se parados desde minha época de PIBID (2011 - 2015). Embora A Wild Function Appears não tenha sido pensado para ser um jogo de tabuleiro, a medida que reeditava outros jogos fui percebendo que este poderia também ser reeditado, desde que tomasse os devidos cuidados. O primeiro deles foi a redução na quantidade de ações dos jogadores. Como eu precisaria ter uma lista impressa de resultados das funções, optei em manter apenas as derivadas em x e y. Uma vantagem dessa escolha é que a ordem das ações de derivadas parciais é comutativa, isto é, derivar em relação a x e depois em relação a y, leva ao mesmo resultado que derivar em relação a y e depois em relação a x.... | acesse ❯
A Wild Function Appears – parte 4
Dia 04/novembro/24 em Zero
Algum tempo depois, vim a escrever um artigo para a C.Q.D. – Revista Eletrônica Paulista de Matemática apresentando este jogo. Mas nesta fase preferi reduzir um pouco sua complexidade, retirando do conceito os espólios e focando nas interações com as funções, condições de vitória e dano causado, até porque, puxei o texto no sentido de ser um jogo com potencialidade de desenvolver habilidades do Cálculo Diferencial nos seus jogadores e de estar associado às habilidades do Pensamento Computacional. O artigo veio a ser aceito e publicado na edição de dezembro/2019: A Wild Function Appeared: um jogo digital sobre cálculo diferencial. Nesta versão já propunha automatizar sua interação com o uso de uma planilha eletrônica: Algum tempo depois, em 2020 comecei a retomar alguns projetos parados na esperança de implementá-los em uma versão interativa e digital no Scratch. Dentre eles estava A Wild Function Appears. Na construção dessa versão me deparei com a dificuldade... | acesse ❯
A Wild Function Appears – parte 3
Dia 04/novembro/24 em Zero
Então, quando vi estes memes pensei, nossa que ideia dahora. Poderia criar algo realmente jogável com essa estrutura XD Se não me engano era 2018, época em que meu blog principal era o Xoxelho (https://xoxelho.wordpress.com/) que já tinha como objetivo atrelar o formalismo com o lúdico, mas ainda pecava no alcance (tomei vários ban do facebook por divulgar o mesmo conteúdo repetidas vezes). Nesse período comecei a estruturar como seria uma versão jogável dessa piada. Ou seja, um jogo de batalha onde o jogador pudesse enfrentar funções matemáticas utilizando derivadas em relação a x e y. O conceito do jogo todo foi descrito no post Wild functions. Mas em resumo o jogador tinha uma reserva de energia descrita como xícaras de café a serem consumidas para cada ação (derivar ou integrar), uma nota inicial no seu curso de Cálculo e várias funções para enfrentar (cujo nível de dificuldade era representado pela quantidade... | acesse ❯
A Wild Function Appears - parte 2
Dia 04/novembro/24 em Zero
Antes de falarmos o que é derivada, deixe-me rever o que significa taxa de variação média de uma função linear. Seja um plano cartesiano com o eixo horizontal referente ao domínio da função com relação a variável x, e o eixo vertical ao contradomínio denotado por f(x). Assim, representamos o conjunto de todos os pontos da função f(x) como uma reta vermelha neste plano. Assim, quando escolhemos dois pontos do domínio, por exemplo, x1 e x2. Para cada ponto escolhido, temos seus respectivos valores no contradomínio, que denotaremos por f(x1) e f(x2). Temos então, que a taxa de variação é dada pela razão entre a diferença dos valores da função e a diferença dos valores do domínio: Taxa de variação média: [ f(x1) - f(x2) ] / [ x1 - x2 ] No caso das funções lineares (ou afim), esta razão resultará no coeficiente angular da função. Isto é, o fator que multiplica a variável. Outra... | acesse ❯
A Wild Function Appears - parte 1
Dia 04/novembro/24 em Zero
Existem várias piadas relacionadas à função derivada e como ela não surte efeito na função exponencial (na parte 2 eu explico o que é derivada). Dentre elas surge uma variação da piada no formato dos jogos de pokemon de gameboy. No primeiro quadro temos uma função exponencial selvagem aparecendo. No segundo quadro o personagem do jogador realiza a ação de derivar em relação à x. No terceiro quadro a função exponencial segue igual, e a mensagem informa que isto não foi muito efetivo. Fonte: https://www.fc.unesp.br/Home/Departamentos/Matematica/revistacqd2228/v17a01-a-wild-function-appeared-um-jogo-digital.pdf O humor desta piada reside na ideia de que derivar a função exponencial de x em relação à x, é a própria função exponencial de x. Para quem nunca viu os jogos de pokemon para gameboy, temos o seguinte exemplo: Fonte: https://www.fc.unesp.br/Home/Departamentos/Matematica/revistacqd2228/v17a01-a-wild-function-appeared-um-jogo-digital.pdf O que acontece aqui é que Growlithe é um pokemon do tipo fogo, enquanto o golpe Absorb é do tipo grama. Logo seu efeito é muito baixo, por isto... | acesse ❯
Manguezal é ‘rei do carbono azul'
Dia 01/novembro/24 em Um Oceano
Os manguezais brasileiros contribuem para o sequestro de 1,9 bilhão de toneladas de CO2 e podem reduzir danos materiais especulados em US$65 bilhões Manguezal de Nova Viçosa, Bahia. Créditos: Heris Luiz Cordeiro Rocha/ Wikimedia Commons A preocupação em proteger os manguezais, ecossistema costeiro conhecido por ser berçário de biodiversidade, levou Mayris Nascimento, empreendedora alagoana, a criar a startup Nosso Mangue, a primeira que pretende gerar créditos de carbono através da recuperação de manguezal. Partindo desse mesmo objetivo de aliar proteção de manguezais com a redução das emissões de carbono, a Plataforma Cazul se tornou a primeira iniciativa brasileira a reunir dados sobre o chamado carbono azul, que é o gás carbônico capturado no contexto de ambientes costeiros e marinhos, e a apresentar seus benefícios para os manguezais e comunidades. Para levar esse conhecimento para a sociedade, empresas e tomadores de decisão de forma acessível e atraente, a Cazul lançou o relatório  Oceano... | acesse ❯
Taxa de juros, política fiscal e renda: o modelo IS/LM¹
Dia 31/outubro/24 em Sobre Economia
O modelo IS/LM é um dos modelos mais utilizados para entender as relações entre política fiscal, taxa de juros e renda.| acesse ❯
É preciso dar o nome certo para as coisas: gestantes substitutas e a importância da linguagem
Dia 30/outubro/24 em
Barriga de aluguel, do inglês surrogacy: ato de gestar um feto para terceiro inabilitado de realizar essa atividade sozinho. Do latim surrogare, que significa “se colocar no lugar do outro. Substituta”. A “substituta” em questão é uma pessoa que não planejou nem deseja criar a futura criança, mas que acolhe o embrião fecundado em seu útero por todo o período gestacional, podendo receber, ou não, uma compensação financeira por seu trabalho. Aproveitando a dádiva que a língua portuguesa nos dá, chamarei essa pessoa pelo termo neutro gestante substituta. A língua – como nos ensina Jana Viscardi – é social e mutável, um espaço onde relações de poder se manifestam. Em barriga de aluguel, a linguagem é articulada para definir gestantes substitutas como “mães biológicas” dos fetos que gestam, vítimas ou vilãs que vendem seus “filhos”. Nesse cenário, o termo “mãe” é uma ferramenta usada para gerar pânico moral: o moralismo escolhe... | acesse ❯
Mary Midgley
Dia 30/outubro/24 em Mulheres na Filosofia
Mary Midgley foi uma filósofa britânica que nasceu em 1919, em Londres. Com doze anos de idade, ela começa a estudar na Downe House School, uma escola para meninas inspirada na visão do filósofo John Dewey. Aos 19 anos, ingressa na Universidade de Oxford, que na época passava por uma ampliação do acesso para mulheres, para cursar “Classics”, no Somerville College, curso que envolvia Literatura, Filosofia, História e outros temas vinculados às Humanidades. No Somerville College, Midgley se aproxima de Elizabeth Anscombe, Philippa Foot e Iris Murdoch, aproximação fundamental para o desenvolvimento de suas concepções filosóficas. O grupo passou a ser conhecido como “Quarteto de Oxford” e direcionava críticas à visão positivista do Círculo de Viena, visão influente nos modos de filosofar da época e que possuía adeptos em Oxford e Cambridge. Midgley chegou a fazer parte dos esforços de guerra e, após o fim do conflito, ingressou no Doutorado... | acesse ❯
Transição energética e descarbonização do transporte marítimo devem ocorrer até 2050
Dia 29/outubro/24 em Um Oceano
Por Odair Jurukatu e Germana Barata O transporte marítimo movimenta 90% do comércio de mercadorias globalmente, com fatia ainda maior nos países em desenvolvimento. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o comércio marítimo global deverá crescer, em média, 2,1% entre 2023 e 2027, uma retração quando comparado aos 3,3% das últimas três décadas. Esse transporte, que depende de combustíveis fósseis, precisa de investimentos para chegar a 2050 para zerar as emissões de carbono, por meio de transição energética e descarbonização. Representação de parte do mapa mundi no qual cada ponto amarelo representa fluxo do transporte marítimo, que pode ser acessado em movimento.Crédito: https://www.shipmap.org/ De acordo com o artigo publicado na última edição da Revista de Direito e Negócios Internacionais da Maritime Law Academy, o futuro pede um transporte marítimo mais limpo, para reduzir o máximo possível o efeito de gases de efeito estufa, por meio de combustível e transporte mais sustentáveis. "A... | acesse ❯
Biodiversidade e SbN: um caminho para a resiliência urbana
Dia 26/outubro/24 em Natureza Crítica
Nos últimos anos, temos testemunhado uma crescente preocupação com as questões climáticas e a necessidade urgente de adaptação e mitigação dos impactos das mudanças climáticas nas áreas urbanas. A perda de biodiversidade e a rápida urbanização estão entre os desafios centrais que afetam nossas cidades. No entanto, surge uma oportunidade de reconciliação entre o desenvolvimento urbano e a conservação da natureza através das Soluções baseadas na Natureza (SbN).| acesse ❯
É possível fazer uma ciência feminista no Brasil do século XXI?
Dia 24/outubro/24 em
Na semana passada, se iniciou o 48° encontro anual da ANPOCS (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais), que reúne todo ano diversas pesquisadoras e pesquisadores em antropologia, ciência política, relações internacionais, sociologia, de todo o Brasil. Neste ano, o podcast Mundaréu propôs uma mesa redonda para esse evento. Com o título “É possível fazer uma ciência feminista no Brasil do século XXI?”, essa mesa discutiu os desafios enfrentados por três pesquisadoras das áreas de Antropologia, Física e Saúde Coletiva que se posicionam abertamente a partir de uma ciência feminista. Seus temas de pesquisa, financiamento, comunicação com o público e hierarquias científicas são o centro dessa conversa. Em diálogo com os estudos sociais da ciência, a categoria “ciência” foi discutida, mas não será tratada pelo seu caráter eminentemente técnico, e sim identificada como uma prática humana, com pressupostos, presenças, histórias e expectativas coletivas e políticas diversas. A mesa foi composta... | acesse ❯
Mary Astell
Dia 23/outubro/24 em Mulheres na Filosofia
Mary Astell nasceu em 1666 em Newcastle, Reino Unido. Filha única de uma família respeitada, teve uma educação informal, recebendo ensinamentos de seu tio, um clérigo. Após a morte de seu pai, sua família enfrentou dificuldades financeiras, o que a levou a se mudar para Chelsea, onde buscou patrocínio para seus estudos e se envolveu com intelectuais da época. Astell destacou-se por seu profundo interesse no tema da educação das mulheres, uma preocupação frequentemente ignorada por filósofos contemporâneos a ela, como Locke e Spinoza. Um de seus argumentos era o de que a falta de educação contribuía para que as mulheres adquirissem vícios e se distanciassem da verdadeira virtude e felicidade. Embora deixe claro em seus escritos que não desejasse subverter as hierarquias sociais, Astell almejava que as mulheres fossem donas de si mesmas, e que tivessem direito a uma educação religiosa e moral. Astell também desenvolveu críticas importantes ao casamento, que... | acesse ❯
Fungos como fonte de bioplásticos
Dia 15/outubro/24 em EMRC
Texto escrito por Ellen Roman A crescente preocupação com a poluição plástica e a necessidade de reduzir a dependência de materiais não renováveis têm impulsionado os pesquisadores a buscar alternativas sustentáveis. Nesse contexto, os fungos têm despertado interesse como uma fonte promissora de bioplásticos. (imagem gerada por Inteligência Artificial) Bioplástico à base de micélio O micélio é a rede de filamentos ramificados que compõem o corpo do fungo. É uma estrutura que desempenha um papel crucial na absorção de nutrientes e na reprodução dos fungos. Recentemente, o micélio tem sido explorado de maneiras inovadoras devido às suas propriedades únicas e versáteis. Fonte: Tobi Kellner, CC BY-SA 3.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0>, via Wikimedia Commons Os fungos podem ser cultivados em substratos naturais em condições controladas de temperatura e umidade. Durante o crescimento do fungo, forma-se uma rede de micélio. Esta rede pode ser moldada em diferentes formas, tamanhos e texturas, a depender das condições de cultivo, e ser usada... | acesse ❯
O reaparecimento da máscara durante as queimadas
Dia 15/outubro/24 em
Durante uma intensa pesquisa de campo do pós-doutorado sobre qualidade do ar em outro hemisfério, meu país começou a acordar cinza. Setembro de 2024 ficará marcado na nossa história recente como o "mês do fogo" no Brasil. E com isso, comecei a ter flashbacks da minha experiência de divulgação científica no auge da pandemia: acordar com taquicardia com o celular cheio de mensagens de amigos, colegas, semi-conhecidos pedindo informações e dicas para lidar com um cenário apocalíptico. Jornalistas procurando a mim ao invés dos órgãos federais para trazer recomendações relativas à qualidade do ar para a população. Passar horas respondendo a mensagens individuais de pessoas desesperadas por ajuda. Apertava o peito saber que, mais uma vez, esse trabalho não cabia à divulgação científica independente. Faltavam novamente informações claras vindas do Governo Federal e do Ministério da Saúde para informar adequadamente a população: vieram tarde demais, com erros demais, silenciosas demais. Me vi... | acesse ❯
Da poeira estelar à consciência: poesia em memória de Carl Sagan
Dia 14/outubro/24 em Natureza Crítica
Por Vinícius Nunes Alves A poesia pode potencializar e diversificar a divulgação científica. A divulgação da ciência para o público amplo pode galgar em expressividade e comunicação quando lança mão de linguagem poética, defende Carlos Alberto Vogt - importante linguista, poeta, docente da Unicamp que coordenou o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e realizou pesquisas acerca da percepção pública da ciência por muitos anos. É impensável olhar para trás na divulgação científica sem lembrar da persona de Carl Edward Sagan (1934-1996) que também tinha seus momentos poéticos. Sagan foi um cientista norte-americano, astrofísico, astrobiólogo, escritor e divulgador científico. Ele realizou significativas contribuições como cientista para literatura e comunidade científica, como divulgador científico na série televisiva original de Cosmos, como astrônomo em programas espaciais da NASA, como escritor e comunicador da mentalidade científica em seus livros e, provavelmente, como professor para seus estudantes universitários afortunados, principalmente na Universidade Cornell, onde ele... | acesse ❯
Qual a diferença entre urgência e emergência?
A urgência é invisível e exige pesquisa, compreensão e comunicação clara para ser reconhecida e tratada. A emergência, por outro lado, é visível e gera pânico. Agir na urgência, celebrando pequenas vitórias, evita o ciclo que leva a emergências. Comunicação eficaz e ação rápida são essenciais para prevenir crises.| acesse ❯
Questões sobre a laqueadura em mulheres jovens e sem filhos: um mestrado em andamento
Dia 09/outubro/24 em
Esta pesquisa nasceu da inquietação sobre os motivos que levam mulheres jovens e sem filhos a buscarem a esterilização voluntária, apesar da ampla oferta de métodos contraceptivos reversíveis e eficientes. Ela se construiu em diálogos profundos com 24 mulheres e pessoas não-binárias, todas entre 21 e 35 anos, que decidiram pela laqueadura. Cada uma dessas histórias foi sistematizada com a ajuda do software ATLAS.ti, resultando em 220 páginas de transcrições que revelam narrativas marcantes. O perfil dessas entrevistadas reflete um cenário socioeconômico pouco peculiar: em sua maioria, são brancas, heterossexuais, com renda média de dois salários mínimos e formação superior. Dessas pessoas, mais de 75% optaram pela salpingectomia bilateral, mesmo que não haja dados conclusivos sobre sua eficácia contraceptiva. O que se destaca, no entanto, é a forte desconfiança em relação aos métodos hormonais. A laqueadura surge, para muitas, como um caminho de segurança, uma opção definitiva diante do temor... | acesse ❯
Eleições 2024 e a crise climática: uma oportunidade perdida para o debate ambiental
Dia 07/outubro/24 em Natureza Crítica
No último domingo, o Brasil foi às urnas em meio a uma grave crise ambiental, marcada por queimadas e secas recordes. O impacto das mudanças climáticas nas cidades brasileiras é evidente, com tragédias recorrentes, como enchentes e ondas de calor, afetando milhares de pessoas. No entanto, apesar da gravidade da situação, o tema passou praticamente despercebido nas campanhas eleitorais municipais. | acesse ❯