Nós normalmente achamos que o principal estoque de carbono do planeta são as plantas que fixam dióxido de carbono e armazenam ele em biomassa. Na verdade esse não é um verdadeiro sumidouro de carbono, pois após a morte desta planta boa parte desse carbono fixado será degradado por nossos colegas microscópicos.
Algo que realmente não imaginamos é que outros colegas (bem macroscópicos) podem também ser um grande estoque temporário de carbono e ainda saem bem na foto. Andrew Pershing e colaboradores em artigo publicado no periódico PLOS One estimam que a população de baleias da época pré-industrial mantinha quase 9 milhões de toneladas de carbono a mais do que a população atual. Parece muito, não? E é mesmo. É o equivalente a 1000 quilômetros quadrados de floresta (bem aproximado este número, claro) em termos de estoque de carbono.
Podemos considerar isso então como uma revolução nos números sobre Aquecimento Global, que devemos ter uma revisão urgente do IPCC sobre o ciclo do carbono em oceanos? Claro que não. Mas fica aí uma ótima dica para iniciar uma boa conversa de bar.
Fonte: Nature Research Highlights, 467
Olá Gabi,
Fixo extremamente feliz de ver alunos do CEDERJ por aqui!
Obrigado pelo elogio, tenha certeza que me estimula ainda mais a trabalhar com a formação de alunos tão especiais como os do CEDERJ.
Abraços e volte sempre!
Que isso hein, uma baleia grande dessas perdendo pro fitoplâncton?
Que coisa!!
Pelo menos por um tempinho quem sabe...
Salve salve Luiz Bento, melhor tutor a distância do Cederj!!
uma ótima dica para iniciar uma boa conversa de bar.
e essa conversa rende muito
@André
Boa questão levantada. Considerar ou não um organismo como sumidouro é algo bem relativo. As plantas são consideradas sumidouros pelo tempo que demoram para redisponibilizar o carbono fixado, que pode levar centenas de anos pensando em florestas maduras. Além disso esse carbono redisponibilizado seria mais refratário, de difícil decomposição.
Já o carbono de uma baleia ou fungo está bem longe disso. O carbono é bem mais lábil (pois não tem a grande quantidade de lignina das plantas) e com certeza ele é redisponibilizado de forma mais rápida. Desta forma eu consideraria estes organismos como um acúmulo temporário de carbono e não um sumidouro.
Se formos chatos mesmo não poderíamos chamar nem planta de sumidouro já que, dependendo da espécie em questão, a maior parte do carbono pode voltar a atmosfera pela respiração aeróbica dos decompositores.
Uma moratória na pesca não iria causar uma grande diferença no balanço de carbono já que esta biomassa seria decomposta em algum momento próximo.
Abraços e obrigado pelo comentário.
Uma outra da série de idéias insanas...Qt de carbono poderia ser capturado por uma moratória total da pesca por, digamos ,uns 10 anos
Se baleias são um sumidouro de carbono, por analogia pode-se inferir q qq organismo grande tb o é (qtd de carbono usada para formar as molécs orgânicas do organismo)...Assim, q tal cultivar fungos gigantes subterrâneos como sequestradores de carbono?
Caro Luiz
Uma boa dica de bar, de certo,para uma matéria que está na ordem do dia,ou não se tratasse de carbono. Mas pobres baleias,por muitas e grandes que sejam,não chegam aos "calcanhares" do microscópico fitoplancton,esse,sim,o grande sumidouro de carbono,em vida,e em morte. Foi dele, do um estirado passado,como se sabe,que vieram as jazidas fósseis de carvão mineral,de petróleo,de gás natural,muitas já idas,outras muitas,em fase de exploração,e outras,em lista de espera,e por registar. Foram elas que garantiram uma boa parte do oxigénio que anda por aí. As plantas verdes,acima de todas,as árvores,pela sua longevidade,imitam,timidamente, essas jazidas,aprisionando carbono. Mas logo que entram em decomposição,mais depressa as ervinhas,como se sabe também,o seu carbono regresa a casa,como o faz toda a biomassa,vegetal e animal,o homem incluído,está claro,enquanto for mortal
E pronto,como papo de bar,é capaz já ser demais. Muito boa saúde,Luiz.