Monthly Archives: julho 2007

Divulgando…

Mostra Sistema Fiesp de Responsabilidade Socioambiental

É um evento que tem como objetivo mostrar o que as empresas estão fazendo em prol da sociedade e do meio ambiente e em paralelo abrir um canal de discussão para mudanças que devem ser implantadas, nas leis, para possibilitar ações mais abrangentes e eficazes.

Quando: 2 a 4 de Agosto de 2007
Onde: Pavilhão da Bienal, SP
Quanto: Grátis

Entrem no site e vejam a quantidade de palestras interessantes… Eu gostaria muito de ir, mas infelizmente não será possível pois estarei em aula no RJ. ;(

Se alguém for me contem depois!!

Sustentabilidade, ética, dúvidas…

Não sei bem ao certo o que me levou a pensar sobre o assunto, mas o lugar que eu cheguei foi de dúvida e de confusão.

Essa semana estava lendo algumas coisas sobre Branding, vi o site de uma consultoria do assunto. Branding é basicamente um conjunto de ações ligadas à administração da marca. Por exemplo a Natura e o Banco Real têm consultoria em branding.

Agora vejamos, será que uma empresa de tabaco ou bélica se tiver uma consultoria no assunto e se dispor pode se tornar uma empresa sustentável? Porque eu no meu mais profundo simplismo não entendo e não aceito que empresas desse ramo possam ser consideradas sustentáveis, uma vez que promovem atitudes pouco sustentáveis. Ai vem mais uma dúvida, ser sustentável é ser moralista? Deveríamos criar um código de ética da sustentabilidade? Ou para haver um desenvolvimento sustentável deveríamos varrer do mapa a indústria bélica, do tabaco, alcoólica e congêneres?

Me senti menos ignorante quando li essa reportagem e o jornalista Caco de Paula, coordenador do projeto Planeta sustentável falou: “Uma vez, ouvi alguém comentar que sustentabilidade é como a física quântica: se você chegar a um ponto e não estiver confuso, é porque não entendeu nada”. O tema é desafiador e mobilizatório, mas intangível. “É provocador pela perplexidade que causa e o conhecimento sobre ele ainda está em processo de construção”.

Se alguém tiver alguma resposta pra alguma das minhas perguntas agradeço se puder me esclarecer! 😉

Texto “presente”

Ganhei esse texto de “presente” do Hugo Penteado, o autor do Ecoeconomia. Ele vem de encontro com um post que escrevi citando outros 2 textos, um do Arnaldo Jabor e outro do Blog Mensageiro Sideral.

Não é o planeta – ou o meio ambiente – que está ameaçado, somos nós.
Hugo Penteado

Nem fazemos cócegas ao planeta e à sua história de 4,5 bilhões de anos, tempo que nosso cérebro que vive apenas algumas décadas não consegue conceber ou entender.

Somos absolutamente desimportantes.

Se continuarmos agredindo o planeta e ele mudar as condições que permitem a vida na Terra, quem sairá perdendo somos nós, não o planeta.

Ele continuará sua trajetória de bilhões de anos sem a gente ou com a gente, mas para ele isso pouco importa.

Importa muito para nós, se vamos continuar ou não, afinal, todos os seres vivos lutaram muito para se manter vivos e só 1% foram vitoriosos.

A luta pela sobrevivência é a nossa maior força, talvez seja a maior chance de mudança, conforme fique cada vez mais claro que estamos num projeto suicida.

Vai ser muito duro perdermos a nossa continuidade. Como seres individuais somos mortais, como espécie animal somos praticamente imortais. Do planeta-nossa-casa somos meros locatários, aqui viemos e deixamos nossas pequenas marcas, a maior dela nossos descendentes, mas logo vamos de saída, deixando para trás os outros, com os quais devemos nos importar acima de tudo.

Estamos falando de desprendimento, é algo que não fazemos em bem próprio, mas pelo bem dos nossos filhos ou se formos além, todos os filhos são nossos filhos, somos membros de uma única família, a família dos seres vivos, todos eles idênticos entre si pela biologia, mas cuja diferença individual é a nossa maior força.

E a nossa força está na solidariedade e não na competição, pois a solidariedade é a característica predominante entre as espécies e entre os indivíduos da mesma espécie.

Esse é o cara!


Espero que existam muitas outras pessoas que eu possa dizer isso aqui no blog, mas no momento Yvon Chouinard merece o título de “O cara”.

Você já ouviu falar da Patagonia? Eu não até ler essa reportagem sobre seu fundador. A Patagonia é uma empresa de roupas e artigos esportivos ambientalmente corretos.

Essa empresa é só mais uma prova de que é possível unir negócios e sustentabilidade. Ninguém precisa deixar de viver em suas confortáveis casas, nenhuma empresa precisa virar ONG e sem fins lucrativos pra fazer coisas de uma maneira mais limpa, responsável e com lucros! É só ter bom senso… (coisa que parece que de uns tempos para cá perdeu-se nos caminhos da historia da humanidade)

Segue trechos da reportagem que eu achei muito interessante.

Veja isso: seus produtos são feitos para durar. Os consumidores podem devolver peças usadas para ser recicladas ou usadas em novas coleções. Para atiçar a consciência dos clientes, mandou estampar nas etiquetas das roupas dizeres do gênero: “Você realmente precisa disso?”. Ele conta que nunca trabalhou para sua empresa crescer de forma veloz.

Eis o espírito por trás de cada medida, em sua visão: o lucro não representa um fim em si mesmo, mas deve ser conseqüência de escolhas adequadas. Os resultados sugerem que a estratégia funciona. No ano passado, a Patagonia faturou US$ 270 milhões, exatos 8% a mais que em 2005.

Em 1994, Chouinard declarou guerra à cultura de algodão, pois necessitava de uma grande quantidade de pesticidas para seu cultivo e deu prazo de 18 meses para seus gerentes substituírem o algodão tradicional pelo orgânico, sem agrotóxico nem outros produtos químicos. Qualquer especialista em finanças consideraria a decisão suicida, pois o algodão orgânico era raro na época e custava até o dobro do tradicional. Mas o aumento de custo teve suas compensações. As vendas das peças de algodão orgânico cresceram 25% – e mudaram para sempre os rumos da indústria de vestuário. Os concorrentes copiaram rapidamente a idéia.

Em 2006, a Wal-Mart, a maior rede de varejo do mundo, ampliou tanto as compras do produto que se tornou o maior comprador global de peças com algodão orgânico. A sedução de gigantes como a Wal-Mart deveria estimular a Patagonia a conquistar mais clientes poderosos. Mas Chouinard parece decidido a não acelerar o crescimento da empresa. Ele diz que, ao ser procurado há alguns meses por emissários do Sam’s Club, o braço de atacado da Wal-Mart, para fornecer produtos com algodão orgânico, desconversou e recomendou o uso do poliéster reciclado. Em sua opinião, a produção de algodão orgânico em larga escala não é saudável para o meio ambiente (Quantos empresários se preocupam com isso??). Desde 2000, a Patagonia utiliza um poliéster japonês que pode ser reciclado quase infinitamente.

Além de toda essa preocupação com o meio ambiente trabalhar na Patagonia também é um conceito diferente.

A Patagonia foi uma das primeiras empresas americanas a oferecer aos funcionários licença-maternidade e paternidade, além de horários flexíveis. Na recepção da matriz, em Ventura, na costa da Califórnia, há um grande quadro com boletins atualizados sobre as condições do tempo para o surfe, esporte preferido de boa parte dos 350 empregados. Ao sinal de ventos generosos, qualquer um pode passar a mão na prancha e rumar para a praia. O próprio Chouinard afirma que ainda surfa 200 dias por ano.

Além de que se seu filho está doente, você está dispensado; você pode trabalhar de bermuda e chinelo e praticar esportes radicais é uma ordem.

Ele também escreveu um livro “Let my people go surfing” que ainda não tem tradução para o português. Esse livro é uma combinação de suas memórias com introdução aos negócios verdes limpos.

Esses exemplos me ajudam a não perder as esperanças de que as pessoas podem fazer alguma coisa pra ajudar a melhorar o mundo. De que você não precisa renegar os sistema para fazer as coisas certas. Basta mudar o paradigma e ter bom senso.

Licenças, governo, interesses…


Desde que esse papo de Usina Hidrelétrica na Amazônia, construção de Angra 3 recomeçou eu simplesmente tenho me mantido longe por uma série de motivos alguns deles: tinha/tenho pouca informação sobre qual a melhor matriz energética para o país e portanto não tinha uma opinião formada sobre o assunto; uma vez que interesses políticos estão envolvidos não interessa muito sua opinião; conchavos, acordos e etc sobrepõe qualquer lógica, qualquer conhecimento técnico e qualquer interesse de um futuro melhor para o país, as pessoas, o planeta; e trabalhando num órgão público e sabendo como funciona as decisões, achei melhor me afastar pra não passar raiva.

Eis que ontem saiu a licença prévia das Hidrelétricas do Rio Madeira, diga-se de passagem 1 mês e 9 dias depois do prazo dado pela Ministra da Casa Civil, e depois de várias “confusões”, vamos dizer assim, dentro do IBAMA. Um amigo meu me mandou um mail ontem dizendo pra eu ler a matéria do Estadão sobre o assunto, lá fui eu e entre os vários dados técnicos, as exigências do IBAMA, a comemoração das construtoras e do governo tem uma entrevista com o David Zylbersztajn: ex-diretor geral da ANP. (para ler a entrevista clique aqui)

Diante de todos os impactos que uma hidrelétrica causa e todos os problemas que uma usina nuclear tem, fica a minha indignação. Onde estão os investimentos e os projetos para o desenvolvimento de energia alternativa do país? Será que imprensa não mostra porque querem que o governo Lula pareça um desastre (o que não é nenhuma novidade nesse aspecto e sinceramente não é privilégio do governo dele) ou por que eles não existem? (o que não é difícil).

Ficou tão claro pra mim que essas hidrelétricas só vão sair do papel por que a indústria da construção civil no país precisa de grandes obras e claro que eles fizeram muita pressão no governo para que isso acontecesse. E mais uma vez ver que não existe qualquer preocupação por parte do governo para que um desenvolvimento sustentável ocorra, que uma preocupação com a busca de novas alternativas energéticas sejam desenvolvidas. Ouvi de outro amigo outro dia uma verdade: o governo segue um caminho e a população preocupada com esse tipo de assunto tá seguindo outro. Quero acreditar que o desenvolvimento sustentável vai ocorrer com, sem e apesar do governo.

Pra que serve o Live Earth?

Eu sei que esse post deveria ter sido publicado ontem, mas antes tarde que nunca.

Quem tiver a resposta por favor os comentários estão abertos…

De verdade, ainda não entendi a utilidade real desse show. Provavelmente promover celebridades com uma causa “nobre” ou seria entreter as pessoas e ao mesmo tempo ensiná-las que a nossa existência no Planeta está ameaçada? Huumm, sei, sei…

O Rock in Rio também não tinha um slogan “Por um mundo melhor”? E o que mudou no mundo depois desse festival? Você conhece alguém que foi nesse show e em algum momento se preocupou com idéia de show para um mundo melhor?

Mas a energia do show vai ser gerada com biodisiel, o lixo gerado vai ser reciclado, as pessoas vão receber sacolinhas para recolher seu lixo, em Sidney quem comprar o ingresso ganha passagem livre no transporte público, em Londres a embalagem do humburguer será comestível e blábláblá… Eu pergunto e daí??

Gente, se estamos realmente preocupados com os rumos da nossa sobrevivência no Planeta não vai ser fazendo show, reunindo milhares de pessoas ao redor do mundo pra ouvir música, gastando mais energia, gerando mais lixo que vamos conseguir isso. Não estou dizendo que não podemos mais fazer show nenhum ou qualquer coisa do gênero, mas acho que um show não vai conscientizar ninguém. Duvido que alguém que voltar desse show vai a partir de então separar seu lixo, andar mais a pé ou de bicicleta, vai trocar suas lâmpadas incandescentes por flourescentes, vai alterar a temperatura do seu aquecedor ou ar condicionado, vai evitar usar sacolas plásticas ou vai passar a comprar comida orgânica. Que ilusão!

Desde quando show é educação ambiental? Desde quando você volta de um show e diz vou mudar de comportamento a partir de agora? Geralmente você volta de um show, se ele foi realmente muito bom, dizendo que não pretende mais perder um show daquele artista e coisas do gênero.

Não assisti o show, provavelmente eles devem ter passado mensagens sobre o assunto meio ambiente e afins para as pessoas. Pra não dizer que eu sou pessimista, eco-chata ou biodesagradável espero que a partir de hoje as pessoas ao redor do mundo que foram nesse show, mudem algum comportamento seu para ajudar o Planeta.