No Faça a sua Parte está uma discussão sobre o assunto fraldas descartáveis (aqui, aqui e aqui), diante de tanto burburinho eu não consigo parar de pensar que o problema tem que ser pensado um pouco antes.
Vamos a alguns fatos, as pessoas com menos condições financeiras e menos acesso a educação também usam fraldas descartáveis! Sempre tenho que fazer trabalho de campo nas favelas de SP e SEMPRE encontro fraldas descartáveis pelas ruas das favelas. E qual a população que mais tem filhos?
Acho que a pergunta que deve ser feita antes de decidir qual fralda você vai usar no seu filho é: Você, o mundo, o meio ambiente realmente precisa de mais uma pessoa?
Não sou a favor das fraldas descartáveis nem totalmente contra, acho que elas são úteis em algumas ocasiões e podem ser usadas, desde que com parcimônia, como tudo no mundo, só por que o carro polui vou negar os benefícios que ele nos traz?
Acho super válida a preocupação das pessoas de usarem ou não as fraldas descartáveis, mas a parcela da população que mais tem filhos não se questiona nenhuma vez quanto ao número de filhos ou se deve ou não usar fraldas descartáveis. E isso é o que realmente me preocupa.
A China está pensando na possibilidade de acabar com a lei do filho único, você já parou pra pensar na quantidade a mais de gente que vai nascer e provavelmente consumir não só mais fraldas descartáveis mas mais alimento, água, energia?
A discussão sobre as fraldas é muito valiosa mas vamos nos lembrar de pensar globalmente, as fraldas só são as primeiras pegadas que um ser humano deixa no planeta e todo o resto que vem depois? O planeta vai ser capaz de dar conta do recado, com a população crescendo todos os dias 200.000 pessoas, descontados os mortos? E será que a geração presente vai deixar alguma coisa para as próximas gerações?
Bom, não pretendo ter filhos, não quero transmitir a nenhuma criatura o legado da nossa miséria. Sim, parafraseando Memórias Póstumas de Brás Cubas, bem pessimista…
6 Comments
Claudia, acho que todos os questionamentos são importantes. Sim, a população está crescendo desenfreadamente, e isso precisa mudar também. É mais uma coisa na lista de itens que precisam ser mudados. E isso também cai na questão da conscientização que o Afonso mencionou lá no Faça.Recentemente, alguém lá do Faça (acho que foi a Lucia Freitas) passou o link para uma entrevista com o ecoeconomista Hugo Penteado (veja lá no blog Carbono Zero, a Luz fez uma chamada sobre a entrevista, muito boa, por sinal). Ele fala de diversas questões, inclusive da questão populacional.Sim, a população carente também usa fraldas descartáveis, infelizmente. E espero que essas pessoas, além de serem educadas para ter menos filhos, aprendam a viver de outra maneira.Na minha opinião, não ter filhos não é a solução. Se ninguém tiver filhos, a gente não precisa mais se preocupar com o desenvolvimento sustentável, porque aí a humanidade acaba e tudo volta a ficar na mais santa paz... 🙂
Silvia, o Hugo é meu amigo e ainda nao tinha conseguido assistir a entrevista dele no Programa da Marilia Gabriela, brigada pela indicação do link!! Acho q nem ele sabia a entrevista ja tava on-line. Já visitou o blog dele? http://nossofuturocomum.blogspot.comRealmente nao ter filhos nao é a solucao, mas o controle de natalidade é preciso já! Mas até isso é dificil...
Cláudia,Comentar sobre o problema das fraldas não significa excluir os demais e sequer julgar que esse é "O" maior problema. Sem dúvida, até talvez seja muito pequeno diante dos que colocaste no teu post. Mas devemos falar sobre tudo, né?
Malthus está se provando certo.
Malthus está se provando certo... esse comentário me remeteu a outra idéia que queria escrever aqui. Em primeiro lugar, crescimento populacional contínuo num planeta finito é parte do problema, a outra parte é nosso materialismo, que cresce seis vezes mais rápido que o crescimento populacional. Somos os únicos bichos exossomáticos, que vivemos com coisas fora do nosso corpo (exo, fora, soma, corpo). Mesmo que o tamanho da população estanque, isso não significa que não teremos maiores desafios. Aí vejo o pessimismo da Cláudia Chow bem justificado. Se os chineses atingirem o nível de consumo per capita dos asiáticos, mesmo nesse caso, eles irão consumir nesse momento a produção mundial de quase tudo. O nível per capita dos asiáticos é superior ao dos chineses, que são na média muito pobres e muito, mas muito inferior ao dos europeus, britânicos, europeus e estadunidenses. Não há a menor possibilidade da China atingir o nível de consumo per capita dos países ricos, declarou os analistas do Barclays em uma palestra em Londres que deixou os investidores ouvintes atônitos. Os desafios só aumentam... quando começamos a analisar mais profundamenta a encruzilhada na qual a humanidade está.Malthus errou não porque preveu mais a capacidade de aumentarmos a produção de alimentos para atender demandas esganiçadamente maiores. Ele dizia que a produção de alimentos crescia numa progressão aritmética e a população numa produção geométrica. A produção na verdade cresceu mais do que o necessário para atender as populações cada vez maiores e a teoria malthusiana fracassou, caiu em descrédito. Mas é Nicholas Georgescu Roegen que faz o resgate, também contrário às idéias de Malthus. Segundo Rogen, Malthus não errou porque não previu a capacidade de aumentar a produção de alimentos de acordo com o tamanho da população, Malthus na verdade errou ao dizer que a população humana poderia crescer sempre, desde que crescesse muito devagar. Ou seja, as populações humanas poderiam aumentar infinitamente, desde que respeitassem o crescimento devagar dos alimentos...Meu amigo Márcio Jappe me falou de uma teoria que preciso estudar: quanto maior a oferta de alimentos, maior a população. Sei que é uma armadilha dizer isso, difícil inverter a relação, mas isso quer dizer que a transformação de natureza, animais e vegetais em seres humanos é um processo que se possibilitou, que se viabilizou até agora, mas isso não significa que não irá sofrer um revés tremendo. Deve sofrer, por conta do que significa isso para o equilíbrio planetário. O que está acontecendo agora é que estamos atingindo esse limite que nós infringimos, mas isso não significa que a teoria malthusiana estava certo. Ela nunca esteve, pelo motivo exposto por Roegen e beira o argumento idiota do Julian Simon que dizia que a humanidade poderia ser um trilhão de pessoas. Pode, igual as células cancerígenas e as cepas de vírus. É de alarmar que um opositor do planeta, o Bjorn Lomborg, um estatístico que resolveu dar palpite no conhecimento das ciências da terra, acabou se convertendo nisso que ele é hoje após ler um livro de Julian Simon. Julian Simon, Malthus e Lomborg têm todos algo em comum: a litania do eterno crescimento, do desmazelo com o simples fato que somos e sempre seremos eternamente dependentes da natureza.Deus perdoa sempre.Os homens raramente.A natureza nunca.(autor desconhecido)Hugo Penteadonossofuturocomum.blogspot.com
Por favor,
faço atualmente um trabalho sobre fraldas descartáveis e
bioagradáveis.
Encontrei uma marca (moltex oko) que usa milho em sua composição.Mas estou tendo dificuldades em adquirir o produto, uma vez que o mesmo não é fabricado no Brasil.
Alguém saberia me dar alguma informação sobre esse produto
ou similiar?
Obrigada.