Em maio o Hugo Penteado me mandou essas “definições” e desde então ela estava maturando na minha caixa de mail pra publicar aqui. Partes em itálico adendo meu.
Marketing: o marketing vem antes da sustentabilidade e as verbas de sustentabilidade estão prioritariamente alocadas na área de marketing para construir uma imagem a partir de atividades periféricas da empresa, sem significar uma mudança na sua atividade central. Isso corre o risco sério de descrédito e embora a mídia esteja despreparada para separar o joio do trigo, volta e meia as empresas são acusadas de levianismo e falsidade ideológica. Os exemplos desse tipo de abordagem são abundantes.
E não são apenas empresas, temos pessoas que usam o marketing verde para aparecer e nem precisa ser famoso ou celebridade. As vezes elas apenas reproduzem por ai o que ouvem, mas não mudam seu comportamento em absolutamente nada ou simplesmente não acreditam que uma mudança é necessária.
Sustentabilidade: a sustentabilidade vem antes do marketing e é criada uma diretoria de sustentabilidade totalmente independente da área de marketing, que passa a promover ações internas para mudar a cultura da empresa envolvendo todos os stakeholders (funcionários, clientes e a sociedade). A mudança da cultura é fundamental para uma mudança na cadeia dos negócios, posto que o objetivo dessa diretoria e mudar sua atividade central, aplicando regras novas que levem em conta a minimização ou eliminação dos danos ambientais e sociais. O marketing pode fazer uso dessa mudança para disseminar as novas idéias, algo que está produzindo nos dias atuais maior aderência dos stakeholders, dada a importância crescente desse assunto. Existe, claro um foco comercial depois, mas ele só se justifica se a mudança foi produzida na atividade central das empresas antes.
Eu não sei citar muitos exemplos desse caso, aliás o exemplos são sempre os mesmos e ainda cheio de problemas (Banco Real, Interface, Natura, Patagonia, GE (?)), afinal o que temos de sustentabilidade hoje é apenas uma forma capenga e diferente de manter o mesmo modelo econômico. Não acho que seja uma mudança profunda no jeito de fazer negócios como alguns proclamam. É preciso uma mudança de comportamento e geral, não só das empresas.