>Patentes patéticas (nº. 33)

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Uma das coisas mais divertidas em festas de aniversário é a hora de apagar as velhinhas. Se a criança for pequena, ainda não vai entender muito bem para que tem que fazer aquilo. Se for distraída, pode ter suas velas assoparada por aquele primo troll. Você poderia se sentir aliviado se esse primo troll não aparecesse (ou não se manifestasse). Mesmo assim, ainda dá pra ser trollado mecanicamente — graças a Paul Bosek, que, no início dos anos 1960, inventou um “extintor de velas de bolo de aniversário”. Não é nada mais do que um

dispositivo dotado de uma base com uma válvula sobre a qual um balão pode ser montado. O balão pode ser inflado por uma bomba de ar. Na base, há um ponto que carrega uma agulha apontada e um escudo que a protege do balão. Quando o escudo é removido [através de um botão ou alavanca], a agulha fura o balão, liberando o ar em seu interior. O dispositivo contém um revestimento para a base, o balão e o sistema de punção. O revestimento tem um bocal que pode ser direcionado para as velas que serão apagadas. O revestimento pode ser feito de forma decorativa, simulando um animal, uma boneca, um soldado ou um canhão de brinquedo ou outra figura ou boneco.

Em resumo, Paul Bosek conseguiu patentear — em 29 de setembro de 1964, sob nº. 3.150.831 — aquele método mais ousado de trollagem: apagar as velas com o estouro de um balão. Não sabemos se ele teve esse insight após observar algum troll master no aniversário de um sobrinho ou se sua intenção foi se vingar (ainda que tecnologicamente) de algum primo chato após uma infância sempre frustrada nos aniversários. 
Do texto da patente, depreende-se que Mr. Bosek era possivelmente mais um daqueles pais superprotetores. Entre outras coisas, ele alega que seu extintor de velas é útil e desejável pois “evita os riscos de incêndio comumente encontrados quando crianças muito pequenas se aproximam demais das velas na tentativa de apagá-las”. No entanto, isso é muito mais facilmente resolvido com outra coisa que pode soprar por crianças pequenas: os pais. Ou os avós. Ou aquele tio bêbado. Ou aquele primo troll mesmo.
Mr. Bosek diz que seu invento ainda evita “a antissanitária condição que se encontra quando as crianças inexperientemente sopram sobre as velas e inadvertidamente escarram sobre o bolo ou metem-lhe as mãos.” Ok, ninguém gostaria de comer um bolo de aniversário recém-escarrado, mas manter um bolo-reserva para tais casos deve ser mais barato (e mais gostoso) que compar um soprador de velas.
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