O louco das bolhas de sabão

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[Soup Bubbles, by Pierre Filloeul. gravura, c. 1739. National Gallery of Art, Washington.]

Quando Sir Isaac Newton mudou sua residência para a Leicester Place, sua vizinha era uma jovem viúva que logo ficou intrigada com o pouco que observava do filósofo. Um dia, um dos Fellows da Royal Society passou pela casa dela e ouviu, entre outras notícias mais domésticas, ela dizer que tinha certeza que aquele pobre gentleman era louco pois, segundo ela, “ele se diverte das maneiras mais esquisitas que se pode imaginar. Toda manhã, quando o sol brilha tão forte que nos obriga a fechar as cortinas, ele traz sua cadeira e a coloca em frente a uma banheira cheia de sabão e espuma, ocupando-se por horas a soprar bolhas de sabão com um cachimbo e depois fica observando-as até o estouro.” E concluiu, acrescentando: “Aliás, ele deve estar entretido assim agora. Venha ver comigo”. O gentleman seguiu-a escada acima e, depois de olhar pela janela para o outro lado do quintal, explicou: “Minha cara madame, a pessoa em quem tu vês não mais que um pobre lunático é ninguém menos que o grande Sir Isaac Newton, estudando a refração da luz em superfícies tênues, um fenômeno lindamente exibido pela superfície de uma bolha de sabão comum.”  — KEDDIE, William (ed.). Cyclopaedia of Literary and Scientific Anecdote; illustrative of characters, habits and conversation of men of letter ans science [Enciclopédia de Anedotas Científicas e Literárias: ilustrações do caráter, hábitos e conversas dos homens de letras e ciências]. Londres & Glasgow: Richard Griffin and Company, 1854. p. 6

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