Prova de Sangue

Ilustração de James Mahoney do assassinato de Nancy, um dos episódios de Oliver Twist, em edição publicada nos anos 1870. Imagem digitalizada por Philip V. Allingham, do Victorian Web.
Ilustração de James Mahoney do assassinato de Nancy, um dos episódios de Oliver Twist, em edição publicada nos anos 1870. Imagem digitalizada por Philip V. Allingham, do Victorian Web.

Pegar um assassino com as mãos sujas de sangue é fácil. Difícil é descobrir a identidade de um suspeito de assassinato a partir de um cadáver ensanguentado. Houve uma época em que também se usava o sangue da própria vítima para isso:

Entre as provas de culpa naquela época supersticiosa [a Idade Média] estava a do sangramento do cadáver. Acreditava-se que o toque ou a aproximação do assassino fazia sair o sangue do assassinado. Assim, se fosse observada a menor mudança nos olhos, boca, pés ou mãos do cadáver, conjecturava-se que o assassino estava presente e muitos espectadores inocentes devem ter sido condenados à morte. […] Essa prática já foi permitida na Inglaterra e ainda é observada em alguns reinos incivilizados, onde serve como meio de detecção de criminosos. — D’ISRAELI, Isaac. Curiosities of Literature [Curiosidades da Literatura], Vol. I. Paris: Baudry’s European Library, 1835. p. 136.

Não há nenhum embasamento criminalístico para esse procedimento supersticioso. Como lembra D’Israeli, há uma explicação científica para o fenômeno: “Quando um corpo está cheio de sangue, aquecido por um calor externo e súbito e pela aproximação da putrefação, alguns vasos sanguíneos ser romperão, como sempre acontece”. Isso acontece quer o assassino esteja por perto, quer não.

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