[A mente do peixe: sofrimento, estados afetivos positivos e habilidades nesses animais]
1) Fish suffering
[Peixes também sofrem]
Why is it so difficult to deal with the idea that fishes feel pain? These animals live in water, which is a world apart from the one humans live in. It is an environment with its own characteristics, singularities, and challenges, which are often different from the terrestrial environment. Moreover, fishes don’t have facial or body expressions very similar to ours. All these differences are commonly an obstacle to accepting the idea they are animals that, like us, can feel pain, among other affective states, as pointed out by Dr Braithwaite in her book ‘Do fish feel pain?’, published in 2010. This book brings a great review with pioneering studies about pain in fishes.
In fact, the question about the possibility of fishes feeling pain was (and still is!) a reason for intense debates. But it must be considered that the weight of scientific evidence indicating that fishes are capable of feeling pain has accumulated considerably over the years, to the point that this idea can no longer be denied. And this has direct implications for the way we deal with fishes in production systems, fisheries, laboratories or even ornamental aquaria.
In this topic, the FishEthoGroup association, in collaboration with Centro de Aquicultura da Unesp – Caunesp, presents scientific evidence of the capability of fishes to feel pain and suffer.
TRADUÇÃO
: Por que é tão difícil lidar com a ideia de que os peixes sentem dor? Esses animais vivem na água, que é um mundo diferente daquele em que vivem os humanos. É um ambiente com características, singularidades e desafios próprios, muitas vezes diferentes do ambiente terrestre. Além disso, os peixes não têm expressões faciais ou corporais muito parecidas com as nossas. Todas essas diferenças frequentemente são um obstáculo para aceitar a ideia de que os peixes são animais que, assim como nós, podem sentir dor, dentre outros estados afetivos, como aponta a Dra. Braithwaite em seu livro ‘Do fish feel pain?’, publicado em 2010. Esse livro traz uma ótima revisão com estudos pioneiros sobre dor em peixes.
De fato, a questão sobre a possibilidade dos peixes sentirem dor foi (e ainda é!) motivo de intensos debates. Mas é preciso considerar que o peso das evidências científicas que indicam que os peixes são capazes de sentir dor vem se acumulando consideravelmente ao longo dos anos, a ponto dessa ideia não poder mais ser negada. E isso tem implicações diretas na forma como lidamos com os peixes nos sistemas de produção, em pesqueiros, nos laboratórios ou mesmo em aquários ornamentais.
Nesta seção, a associação FishEthoGroup, em colaboração com o Centro de Aquicultura da Unesp – Caunesp, apresenta evidências científicas sobre a capacidade dos peixes de sentir dor e sofrer.
1.1) ‘Pain’ receptors & brain processing in fishes [Receptores de ‘dor’ e seu processamento cerebral em peixes]
1.2) Pain causes altered behaviours in fishes [A dor causa alterações comportamentais em peixes]
1.3) Fishes choose pain killers and learn to avoid pain [Os peixes escolhem analgésicos e aprendem a evitar a dor]
1.4) Stress, anxiety & fear in fishes [estresse, ansiedade e medo em peixes]
2) Fish abilities
[Habilidades dos peixes]
Do fishes have a memory of only 3 seconds? Are they not able to learn complex tasks? Could it be that all they express are just reflective responses? Actually, it is quite the opposite! Although it is common that people think fishes do not have great cognitive abilities, these aquatic animals are capable of doing amazing things, many of them quite similar with mammals or even humans!
In fact, fishes have a memory much longer than 3 seconds and are able to express very complex behaviours that go far beyond mere reflexive responses. They build nests, are able to use tools, cooperate with other fishes, express parental care, learn to identify human faces, ‘drive’ their own aquarium to reach food and even recognize their own images! And that’s just a sample of what they are capable of!
In this topic, the FishEthoGroup association, in collaboration with Centro de Aquicultura da Unesp – Caunesp, presents scientific evidence of the capability of fishes to express complex cognitive abilities.
TRADUÇÃO
: Os peixes têm uma memória de apenas 3 segundos? Eles não são capazes de aprender tarefas complexas? Será que tudo o que eles expressam são apenas respostas reflexivas? Na verdade, é bem o contrário! Embora seja comum que as pessoas pensem que os peixes não possuem grandes habilidades cognitivas, esses animais aquáticos são capazes de fazer coisas incríveis, muitas delas bastante parecidas com os mamíferos ou mesmo com os humanos!
Na verdade, os peixes têm uma memória bem maior do que 3 segundos e são capazes de expressar comportamentos muito complexos, que vão muito além de meras respostas reflexas. Eles constroem ninhos, são capazes de usar ferramentas, cooperar com outros peixes, exercer cuidado parental, aprender a identificar rostos humanos, “dirigir” seu próprio aquário para alcançar comida e até mesmo reconhecer suas próprias imagens! E isso é só uma amostra do que eles são capazes!
Neste tópico, a associação FishEthoGroup, em colaboração com o Centro de Aquicultura da Unesp – Caunesp, apresenta evidências científicas sobre a capacidade dos peixes de expressar habilidades cognitivas complexas.
2.1) Memory [Memória]
2.2) Tool use [Uso de ferramentas]
2.3) Self-recognition [Auto-reconhecimento]
2.4) Nest building [Construção de ninhos]
3) Fish feel
[Os peixes sentem]
When we think about animal welfare, we often focus on reducing suffering. While this is crucial, ensuring that animals experience positive states is equally important, especially in captivity. And science has demonstrated over the years that, like other animals, fishes not only feel pain, anxiety, and fear, but also experience positive affective states! Therefore, under captive conditions, if there is little to no suffering, or it is minimized, yet no positive stimulation in the environment for fishes, it is certain that their welfare is not in a good level.
These aquatic animals are capable of positively interacting with their environment, expanding their natural behavioural repertoire, expressing rewarding behaviours, and reducing the occurrence of abnormal behaviours when positive stimulation is present. Fishes are also able to express their own individual preferences and motivations for different environmental resources and characteristics, just as humans do!
In this topic, FishEthoGroup Association presents scientific evidence of the ability of fishes to positively interact with proper stimulation in their environment and express rewarding behaviours, indicators that fish experience positive affective states.
TRADUÇÃO:
Quando pensamos sobre o bem-estar animal, muitas vezes focamos na questão de reduzir o sofrimento dos animais. Embora de fato isso seja crucial, garantir que os animais experimentem estados positivos é igualmente importante, especialmente em cativeiro. E a ciência vem demonstrando ao longo dos anos que, assim como outros animais, os peixes não apenas sentem dor, ansiedade e medo, mas também experimentam estados afetivos positivos! Portanto, sob condições de cativeiro, mesmo quando há pouco ou nenhum sofrimento (ou se ele está pelo menos minimizado), mas não há estímulo positivo no ambiente para os peixes, é certo que o bem-estar deles não está em um bom nível.
Esses animais aquáticos são capazes de interagir positivamente com seu ambiente, expandindo seu repertório comportamental natural, expressando comportamentos recompensadores e reduzindo a ocorrência de comportamentos anormais quando há estímulo positivo presente. Os peixes também são capazes de expressar suas próprias preferências e motivações individuais por diferentes recursos e características ambientais, assim como os humanos!
Neste tópico, a FishEthoGroup Association apresenta evidências científicas da capacidade dos peixes de interagir positivamente com estímulos adequados em seu ambiente e expressar comportamentos recompensadores, indicadores de que os peixes experimentam estados afetivos positivos.