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Wildeverse, o PokémonGo da vida selvagem

Em 2018 descobri a Internet of Elephants e contei sobre eles neste post. Ai, por coincidência, ou não, fiz um estágio lá enquanto fazia minha pós em Gestão em Inovação Social enquanto estava no Quênia.

Quando escrevi o post eles já tinham planos de lançar o Pokémon Go Ecológico, enquanto estava lá os primeiros testes para esse jogo estavam sendo feitos. Eu até ajudei na produção de videos mostrando esses testes nas redes sociais deles e eis que em Outubro de 2019 eles lançaram a primeira versão de Wildeverse.

Wildeverse é um jogo para celular sobre macacos (pelo menos por enquanto) que usa a tecnologia de realidade aumentada. O objetivo do jogo é ajudar a encontrar e monitorar um orangotango, um gorila, um chimpanzé e um gibão. A ideia é o jogador coletar dados sobre esses animais e enviar para cientistas e pesquisadores de vida selvagem para tentar entendê-los e principalmente protegê-los. Os dados usados para a criação do jogo são baseados em dados reais e foram obtidos com a ajuda de duas organizações de conservação: Borneo Nature Foundation (na Indonésia) e a Goualougo Triangle Ape Project (no Congo).

Além disso o jogo será usado como fonte de dados para uma pesquisa científica, da Universidade de Oxford. O objetivo da pesquisa é verificar a eficácia do uso de jogos online para comportamentos pró meio ambiente.

Infelizmente o jogo só está disponível em inglês.

Eu não consegui jogar Wildeverse porque meu celular não é compatível com o aplicativo do jogo 🙁

Mas tenho certeza que se você gosta de PokémonGo, você vai gostar de Wildeverse.

Aqui o trailer do jogo:

Uma curiosidade meio fora do assunto, você sabia que uma das empresas unicórnio no Brasil chama-se Wildlife? E é um studio de jogos mobile, sabe quantos jogos deles tem alguma coisa a ver com vida selvagem? Nenhum…

Atualizações

Olhando os último 5 anos desse blog eu nunca fiquei tanto tempo sem escrever aqui, foram quase 8 meses sem uma linha sequer e isso me enche de pesar, por mais que ninguém leia tenho a sensação que problemas ambientais não me indignam mais o suficiente (ou não tenho visto mais soluções legais) para vir aqui e compartilhar esses pensamentos.

Mas fato é que nesses 7 meses eu andei fazendo algumas coisas interessantes e a falta de notícias aqui só foi reflexo de preguiça mesmo pois meus olhos para o meio ambiente continuaram abertos e atentos.

Estive por 4 meses no Quênia fazendo parte de uma pós em Gerenciamento em Inovação Social pelo Instituto Amani como parte do programa fiz meu estágio na Internet of Elephants e não quando escrevi sobre eles eu não sabia que iria trabalhar lá. Foi uma experiência incrível, para mim se abriu um mundo novo. Não sei se por ter vivido a vida toda em São Paulo nunca tive a noção de como conservação é um mercado, pelo menos na África pude sentir isso, ok que lá muito relacionado ao turismo, mas existe muita movimentação em torno do assunto como um mercado e não apenas como uma causa, rolou até um congresso sobre o assunto em Ruanda. Além de desenvolver jogos a Internet of Elephants também deseja ajudar a ampliar mais esse mercado.

Bonds of Nature

Também por conta do curso eu tive que desenvolver um projeto de inovação social. E obviamente que ele girou em torno de meio ambiente e conservação. Eu e mais um colega queniano projetamos um reality show de famílias na natureza, a ideia principal é mostrar a natureza como uma opção para você ter um tempo com quem você ama e de como ela pode ajudar no fortalecimento das relações. O nome do projeto era Bonds of Nature, algo como Laços de Natureza. Fizemos um protótipo do programa, está em inglês, você pode ver abaixo.

Alguma opinião, dúvida, inquietação sobre o protótipo? Deixe seu comentário! Vou adorar saber.

Jogo para salvar animais em extinção?

Sabe aquela ideia que você fala por que eu não pensei nisso antes? Quando descobri esse aplicativo foi o que eu pensei. Mas ao mesmo tempo também pensei: ainda bem que tem gente mais criativa que eu no mundo! hehehe

A Internet of Elephants resolveu juntar jogo, realidade aumentada, educação ambiental e conservação de animais e criou um jogo para celular chamado Safari Central, ainda em sua fase inicial, mas que tem uma ideia muito boa que é trazer animais selvagens para o dia-a-dia das pessoas e estimulá-las a fazer micro doações dentro do jogo para projetos que protejam a onça pintada no Brasil, elefantes ou rinocerontes no Quênia, lêmures no Madagascar, pangolins no deserto do Kalahari e uma ursa-cinzenta nos EUA.

Essa versão inicial apenas te dá a opção de 5 fotos com o animal a sua escolha. Se você quiser mais fotos é só fazer uma doação para a organização responsável pela preservação desses animais que você poderá fazer mais fotos. No Brasil você ajuda a WWF e o Instituto Pró-Carnívoros com a Onça Atiaia.

Ano passado com o lançamento dessa prévia eles fizeram um concurso de fotografias cujo prêmio era um safari para África do Sul pelo deserto do Kalahari.

Mas a ideia mesmo é entregar um jogo até o fim de 2018, o que eles já chamam de Pokémon Go Ecológico e usa dados dos animais reais para reproduzir o comportamento e características deles.

A indústria dos games no mundo gerou em 2017 US$108,9 bilhões, no Brasil foram US$1,3 bilhões, imagina uma pequena parte desse dinheiro indo para projetos de conservação de animais com perigo de desaparecer na Terra?

Além disso a ideia do jogo é também criar mais envolvimento das pessoas com relação à vida selvagem, pelo menos é o que o fundador da Internet of Elephants pretende. Esse ano a empresa foi listada pela Fast Company como uma das empresas mais inovadoras.

Acho lindo quando encontro coisas que gosto juntas, nesse caso conservação ambiental e tecnologia.

Eu já fiz minha fotinho com a Lola, a rinoceronte órfã do Quênia. 😉

Lola e a Claudia fazendo selfie.