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Embalagem reprovada

Não, esse não é um blog de beleza ou produtos do gênero. É um blog de meio ambiente e sustentabilidade e mesmo sendo assim eu não uso só produtos orgânicos, ditos ecológicos e amigos do meio ambiente, ainda não atingi esse patamar de vida, até por que não acredito na maioria dos produtos que se proclamam assim, todos tem problemas.

E hoje usando um creme  da Nivea fiquei super preocupada com o que vi, é um creme para o rosto com embalagem do tipo bisnaga que é um exemplo do que não deveria ser feito. Segue a foto do produto.

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Eis que não saia mais creme da bisnaga quando eu apertava, isso já devia estar assim há uma semana pelo menos, mesmo eu batendo para sair mais. Hoje cansada de tentar tirar o máximo da bisnaga fiz o que faço com praticamente 100% dos produtos que uso e chegam no fim, peguei uma tesoura e abri a bisnaga no meio e veja a minha surpresa (clique a imagem para ver melhor):

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É! Tinha creme pra caramba lá dentro ainda, olhando bem, acho que consigo usar esse “resto” por mais uma semana ou mais! Como eu disse, to acostumada a fazer isso com TODOS os meus produtos que chegam ao fim (uma amiga até me diz q isso é coisa de pobre, não ligo) e eu nunca tinha visto sobrar tanto creme ainda dentro da bisnaga depois que aparentemente o creme tivesse acabado, fiquei chocada e fiquei me perguntando se essa “perda” é calculada na hora de colocarem o volume/peso do produto da embalagem, eu comprei 50ml, mas será que eu consegui usar os 50ml do produto? Será que existe alguma norma para isso?

Agora imagina quantos desses cremes não são vendidos no mundo e quantas são as pessoas que fazem isso que eu faço? Você consegue imaginar a quantidade de produto que poderia muito bem ser utilizado que é simplesmente jogado fora? Será que testes de eficiência de embalagem não são feitos? Será por isso que esses cremes são tão caros, porque jogamos boa parte deles fora por causa de embalagens mal feitas?

Pra mim é simplesmente inadmíssivel em tempos que se falam de eficiência energértica, escassez de recursos naturais, diminuição da miséria e afins a gente jogue fora produtos que custaram energia, recursos e dinheiro por conta de embalagens ruins. Nivea, seu produto é bom, mas não passou no teste mínimo de usabilidade da embalagem, desperdício é feio e eu não pretendo mais comprar esse produto de vocês. Lamento,  melhorem o design da sua embalagem, isso é insustentável.

Moradia Alternativa – Numa era pós petróleo

Ouço dizer, acho que já tem uns 20 anos, que o petróleo vai acabar. Meu pai que sempre trabalhou numa petrolífera sempre disse que isso era metira, eu fiz geologia e nunca ouvi de um único geólogo* que petróleo vai acabar, já ouvi dizer que um dia vamos olhar para atrás e nos sentirmos uns idiotas por ter queimado petróleo, que simplesmente vamos descobrir que queimá-lo era a mais estúpida e idiota das coisas que poderíamos fazer com o tal ouro negro, mas enquanto isso…

Apostando que um dia o petróleo vai acabar e que os silos de armazenamento de óleo do mundo (são 49.000 silo de petróleo em 660 mil refinarias em todo o mundo) serão abandonados tem gente pensando em reutilizá-los como moradias! Sim, casas para seres humanos! É a ideia do coletivo de arquitetura chamado Pinkcloud que desenhou casas sustentáveis para o mundo pós petróleo.

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A ideia mostrada no site é super bem feita e estruturada, dá até pra achar que já podemos encomendar nossas casas redondas, mas isso ainda é uma ideia para o futuro.

Os arquitetos que elaboraram o projeto afirmam que utilizar esses silos será uma ideia mais sustentável pois vai economizar custos com novas construções e ainda será possível instalar soluções sustentáveis como paineis solares em toda superfície da esfera, além de que a forma do silo é uma vantagem no quesito eficiência térmica. Os autores do projeto também afirmam que o custo de reforma do silo (que poderia abrigar até 3 famílias) seria menor que a construção de 3 casas médias americanas. Veja todos os detalhes no site deles (em inglês).

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Achei a ideia muito boa pelo simples fato de se pensar em reutilizar uma estrutura que, se de fato o petróleo acabar, será inutilizada e sem contar que ter prédios redondos ou mesmo casas deve ser bastante curioso!

*Por conta de uma confusão minha tinha 2 posts iguais e acabei apagando o que tinha o comentário de uma pessoa com um link de um geólogo com estudos sobre o fim do petróleo. Bom, dos meus professores nunca ouvi categoricamente que petróleo tinha data para acabar, acho q fica melhor assim, de qualquer forma essa é uma outra discussão…

Haverá a idade das coisas leves – Design e desenvolvimento sustentável – Resenha

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Sabe daqueles livros que você pega pra ler e conforme vai passando as páginas não tem muita certeza se está folheando um livro ou uma revista de tão bem ilustrado e uma diagramação toda diferente? Esse é um livro assim com várias fotos, ilustrações e muitas cores. Se nota que é um livro de design e que aborda a sustentabilidade de uma forma bastante inusitada.

Bastante inusitada por que é bastante criativo, a parte mais interessante do livro é a apresentação de 7 empresas fictícias que pertence, cada uma delas, a uma área essencial  e cotidiana da vida: água, alimentação, energia, habitação, esporte e multimídia. São idéias como por exemplo utilizar toda a energia produzida com os exercícios das pessoas, em academias de ginásticas, em energia para abastecer pilhas, baterias e a própria academia ou então, um sistema de utilização coletiva de automóveis, que em alguns aspectos é bastante parecido com o que já existe na França com as bicicletas.

Numa outra parte do livro ele mostra dados bastante interessantes como por exemplo: você sabia que a renda de um francês médio hoje em dia dá acesso à mesma profusão de equipamentos que de um milionário na década de 30? Ou que nos EUA, 99% dos materiais utilizadas na produção das mercadorias são descartados nas 6 semanas seguintes à venda?

Outra coisa bastante interessante do livro é que no fim da apresentação de cada empresa fictícia existe uma entrevista com um representante de empresas francesas líderes nos setores de atividades daquela ideia, é um confronto interessante não só do ponto de vista para saber a opinião dessas pessoas sobre um novidade, mas o que elas realmente pensam sobre sustentabilidade.

É um livro recomendadíssimo para novos empreendedores que querem começar um negócio de uma forma diferente e ideias novas.

Esse livro foi gentilmente cedido pela Editora Senac SP.