>Morte e Vida Roverina

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O Land Rover foi pro brejo…
Fugindo de toda essa modinha SUV — que combina interior glamouroso num jipe automático que é incapaz de sair de um atoleiro sozinho, mas mesmo assim bebe (e polui) feito um viciado — o Land Rover Defender tem se mantido basicamente o mesmo durante mais de trinta anos.

Ainda apenas em sua quarta série em mais de 60 anos, a dupla 90/110 é um exemplo de que a obsolescência planejada — chamar um design com três anos de idade ou menos de “geração” e substui-lo — é algo desnecessário para a sobrevivência da indústria automobilística. Mas o Landie pode estar com os dias contados. Padrões de segurança e baixas emissões cada vez mais rigorosos (na Europa, é claro) vão matá-lo até 2015.

Após conseguir tirar a Land Rover dos braços da Ford, a indiana Tata já percebeu que vai ser difícil matar um veículo com tantos fãs e deu início ao “Project Icon”, para reinventar o Defender. O desafio, porém, é imenso. Projetar um sucessor com a mesma capacidade fora-de-estrada, construí-lo por menos (para vender mais) e ainda adequar-se aos padrões ambientais e de segurança do século 21 é uma tarefa hercúlea — ainda mais por que não dá para desagradar uma legião de fãs formada duramente ao longo de seis décadas e que, naturalmente, é conservadora em termos de design.
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Um motor híbrido sobrevive a isso?
A montadora indiana poderia conseguir isso de várias formas. Para baratear a produção sem interferir na qualidade, a solução óbvia é levar a linha de produção para a própria Índia. O novo modelo também poderia ser híbrido, mas ainda não se sabe como motores elétricos podem se adequar (ou mesmo sobreviver) a situações tão extremas quanto as que existem no mundo off-road.
Além disso, será preciso manter os atributos que fazem do Landie o melhor 4×4 que existe. O Defender é o único que leva a sério a utilidade e não a esportividade de um utilitário esporte. A distância até o solo é de mais de 30 centímetros. Água até meio metro (até mais com um snorkel) e inclinações de até 45 graus não são problema. Consumo? Como dizem, “Se você precisa perguntar…”. E segundo pesquisas da fábrica, 70% de todas as unidades produzidas desde 1959 continuam rodando.
O “Defensor” já foi fabricado montado em terras tupiniquins no fim dos anos 1990. Mesmo assim, o baixo índice de nacionalização, os preços altos incompatíveis com a simplicidade do veículo e a verdadeira perseguição legal contra os motores a diesel tornaram o negócio inviável. A busca de mercados produtores com mão-de-obra mais barata pode fazê-lo voltar para o Brasil.
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