>O Paradoxo da Lealdade

>

Tal como a modéstia, a lealdade pode ser um comportamento paradoxal.

Você tem lealdade por alguém quando está ligado a essa pessoa por algum laço: de família, de amor, de amizade, de trabalho, ou de propósito. Lealdade é um ideal e, idealisticamente, você sente que tem um dever com essa pessoa. Mas ao apoiá-la incondicionalmente, você se submete ao bem-estar de outro indivíduo — e isso é o oposto do idealismo, é um anti-ideal.

“À primeira vista, apresentamos o agente leal como alguém louvável de um ponto de vista imparcial.”, escreve o filósofo cientista político irlandês Philip Pettit. “Um olhar mais apurado pode ver motivo para preocupação. […] Ser leal é ser dedicado ao bem-estar de um indivíduo em particular e isso parece conflitar com a noção de que o leal é um idealista.”
Pettit não deixa de estar certo, mas só até certo ponto. Ser leal não significa, necessariamente, perder inteiramente a própria liberdade, tornando-se submisso. Como há várias camadas de lealdade, você pode, por exemplo, se considerar leal ao seu país, mas não ao seu governo. É esse tipo de lealdade que geralmente move revolucionários — como a juventude árabe dos dias atuais.
chevron_left
chevron_right

Leave a comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Comment
Name
Email
Website