Patentes Patéticas (nº. 43)

skate   giz

Ah, os anos 90… Época em que a gente se divertia com o que estivesse à mão: de um pedaço de giz a um par de patins. Mas não seria mais divertido sair por aí usando os patins para rabiscar as calçadas com giz? Parece uma ideia de criança em meio a uma brincadeira, mas se ela realmente fizer isso hoje, vai ter que pagar royalties. Aproveitando-se da febre dos patins de meados dos anos 1990, Frank William Coroneos, Dirk L. Cornelius e Sherry S. Eckholm patentearam um “Dispositivo para segurar giz em um skate [sic] in-line”:

A presente apresentação relaciona-se a um dispositivo para segurar um pedaço de giz junto a um skate. O dispositivo inclui um suporte de giz com uma abertura de giz regulável para receber uma peça de giz. O dispositivo também inclui um arranjo para conectar o suporte de giz no skate, de modo que o giz seja adaptado para manter contato com a superfície do solo quando o skate é usado por um skatista.

Depois de descrever minuciosamente o que é um patim (ou skate), o trio de inventores justifica-se dizendo que

o desenvolvimento de skates in-line ajudou a aumentar a popularidade da patinação sobre rodas. Especificamente, skates in-line contemporâneos são projetados para permitir um passeio relativamente suave e ágil em superfícies externas, como pavimentos de asfalto e concreto. Consequentemente, skates in-line ajudaram a transformar a patinação de uma atividade interna em atividade externa. Muitos participantes são crianças que usam skates in-line como fonte de atividade recreativa.

O objetivo da invenção, segundo Coroneos et al. é “permitir que um skatista desenhe figuras e mensagens com giz em uma superfície pavimentada enquanto o skatista skateia [as the skater skates]”. Antes que você tente fazer (e registrar) o equivalente para qualquer outro brinquedo dotado de rodas, a patente diz que “não se limita a skates in-line e pode ser aplicada a outros aparelhos com rodas, como bicicletas, pranchas de skate, carrinhos de controle remoto, motonetas e outros brinquedos.”

A essa altura, já deve estar bem claro que o trio de inventores provavelmente não teve a ideia original. Não é difícil imaginar que a ideia veio da observação de brincadeiras infantis. Igualmente óbvia é a motivação econômica: o pedido da patente 5.895.072 foi feito no último dia de 1997, no auge da febre dos patins. A patente, que só seria aprovada em 20 de maio de 1999, foi cedida à Rollerblade, Inc., possível empregadora dos inventores.

Se você (ou a criança que ainda está dentro de você) quiser tentar algo parecido sem ter que comprar ou pagar por nada, é melhor fazer o que as crianças realmente fariam: improvise o suporte com fitas adesivas e/ou pedaços de papelão. Certamente é mais divertido do que comprar o equipamento pronto.

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