Livre-Pensador do Dia: Abul-Ola

Mais conhecido hoje como Al-Maari ou por seu nome latinizado, Abulola Moarrensis, ele viveu em Aleppo, Trípoli, Antioquia e Bagdá. Retornou à Síria em 1010, para cuidar da saúde da mãe e faleceu na região de Aleppo aos 83 anos.

Era igualmente cético e sarcástico em relação às principais religiões de sua época: Judaísmo, Cristianismo, Islamismo e Zoroastrismo. Apesar de criticar os monges, levava uma vida reclusa e ascética, além de ser celibatário e vegetariano. Como se nota por seu epitáfio, também foi antinatalista, argumentando que o nascimento de crianças deveria ser evitado para poupá-las dos sofrimentos da vida.

Deixou três grandes livros: A Fagulha de Madeira (Saqṭ al-zand; سقط الزند), Necessidade Desnecessária (Luzūm mā lam yalzam لزوم ما لا يلزم) e Epístola do Perdão (Resalat Al-Ghufran رسالة الغفران). Nesta última obra, em prosa que costuma ser comparada à Divina Comédia, Al-Maari árabe visita o Paraíso, onde conversa com poetas do período pagão, pré-islâmico. Além desses livros, escreveu Parágrafos e Períodos (Al-Fuṣūl wa al-ghāyāt), uma coletânea de sermões que pode ser vista como paródia do Corão, com diversas charadas em versos.

Apesar de sua postura antirreligiosa, continua a ser visto como um dos maiores poetas clássicos da Literatura Árabe. No entanto, isso não impediu que uma estátua sua fosse decapitada em 2013, durante a Guerra Civil na Síria, por um grupo ligado aos fundamentalistas da al-Qaeda.

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