No post de hoje será apresentada a narrativa “Dragões Radioativos”, criada por um dos grupos participantes da Oficina Criativa de Divulgação Científica. A proposta desta oficina foi a criação uma breve narrativa incluindo dragões, a fim de abordar algum tema científico escolhido de forma lúdica e acessível ao público leigo. Confiram o que este grupo preparou:
Dragões radioativos
Por Eduardo Akio Sato, Eduardo Moraes, Hellen Maluly, Magda Franco Pereira (com colaboração e revisão de Carolina Stefano Mantovani)
Em mais uma edição do jornal de notícias, o locutor Eduardo Moraes começa seu programa.
[Moraes]:
“O serviço de inteligência americano (CIA) em colaboração com as inteligências do Japão e Coreia do Sul reportaram imagens de satélite que indicam que o ditador norte-coreano Kim Jong-un tem mantido campos de treinamento de grandes animais voadores cuspidores de fogo. Como os cientistas do ditador conseguiram trazer esses supostos dragões à vida? Isso ninguém conseguiu descobrir ainda. Mas para a CIA está clara a intenção do ditador de utilizá-los como armas vivas.
Sem poder invadir a Coreia do Norte para não começar uma guerra com base em boatos, estes países contrataram uma equipe de físicos para construir um detector de dragões na Coreia do Sul, como explicará o físico brasileiro Eduardo Sato”.
[Sato]:
“Dadas as características das instalações onde os supostos dragões estão sendo treinados, e pelos tipos de proteção utilizados pelos funcionários do local, tudo indica que essas armas vivas criadas em laboratório ainda por cima são radioativas! Como a Coreia do Norte tem demonstrado interesse pela pesquisa nuclear há vários anos, este cenário é muito preocupante. Sabendo disso, podemos usar alguns conhecimentos de física em nosso favor, como explicarei a seguir.
Processos radioativos emitem uma partícula chamada neutrino que possui uma característica muito especial: eles interagem muito pouco com a matéria. Por exemplo: para os cientistas que estudam a física do Sol, neutrinos emitidos no núcleo solar são uma ótima fonte de estudos, pois não interagem com nenhuma matéria pelo caminho. Assim, quando os detectamos em laboratório aqui na Terra, eles carregam informações fidedignas do núcleo solar.
Usaremos o mesmo princípio para o monitoramento dos dragões radioativos a longas distâncias através de um detector de neutrinos que será instalado na Coreia do Sul, assim não precisaremos entrar em território norte-coreano. Este detector poderá também monitorar outras atividades nucleares como o uso de usinas nucleares e testes de bombas nucleares”.
[Moraes]:
“Se as informações forem confirmadas, teremos grandes desafios pela frente! Quanto tempo seria necessário para construir o detector de neutrinos? O que seria possível fazer para combater ou neutralizar dragões radioativos? Continue ligado em nossa programação para mais notícias”.
Público-alvo:
- Adultos e adolescentes com pouco ou nenhum conhecimento em física.
Objetivos:
- Despertar reflexões a respeito da ética no trabalho dos cientistas, e evidenciar a grande responsabilidade associada ao conhecimento científico;
- Mostrar que também existem aplicações não bélicas da pesquisa nuclear, como a geração de energia em usinas nucleares, o monitoramento de atividades nucleares à distância e o estudo de objetos astronômicos;
- Fazer o ouvinte tomar conhecimento da existência do neutrino e de uma de suas características principais, a de viajar longas distâncias interagindo muito pouco com a matéria;
- Criar curiosidade no ouvinte para que pesquise mais sobre o assunto.
Saiba mais:
O projeto WATCHMAN (WATer CHerenkov Monitor of AntiNeutrinos) do departamento de energia dos Estados Unidos tenta criar um detector capaz de monitorar o enriquecimento de materiais nucleares para fins bélicos a distância. Leia sobre nos links abaixo:
https://www.aps.org/publications/apsnews/201404/neutrinos.cfm
Comentários
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