Últimos posts na rede Blogs Unicamp:
Um método desonesto de defender a honestidade de dados desonestos
Uns dois anos atrás estava passeando no Amigão (esses lojões que vendem de tudo) quando encontrei um saquinho de dados de 6 faces na fila do caixa. Dados são legais, uso dados para várias das minhas atividades, mas geralmente preciso surrupiar de algum dos jogos de tabuleiro que tenho, e torcer pra não perder no meio do caos do ambiente didático. Pensando nesse aspecto, fiz algo raro em minha vida, comprar por impulso! Meu impulso de compras parece o coração do mestre ancião de libra (pra quem pegou a referência, ótimo, quem não pegou... azar). Enfim, eu com meus dados de procedência duvidosa tive muitos momentos felizes nesse período, desde jogos de RPG a experimentos em sala de aula envolvendo probabilidade, sempre que preciso, pego esses dadinhos e saio distribuindo pra atividade. Mas em dois anos de convivência, comecei a suspeitar da honestidade deles, não que eu pudesse provar algo,... | acesse ❯
Transformar sua própria história em escrita e a escrita em cuidado
O que você faria se soubesse que não tem mais possibilidade de cura?
Para José Carlos, o Zé, a resposta não foi desistir, mas transformar sua própria história em escrita, cuidado e legado. A Jornada do Zé é a autobiografia de um jovem que, mesmo diante de desafios extremos, escolheu viver com intensidade, fé, humor e amor.
Criado entre Brasília, Minas Gerais, Tocantins e Goiânia, Zé cresceu rodeado por uma família grande e afetuosa. Desde a infância convivendo com deficiência física, encontrou nas terapias, nos estudos e nas relações humanas caminhos de autonomia e alegria. A escola, os professores e as festas juninas fizeram parte de sua formação, assim como a convivência com animais, que lhe ensinou sobre lealdade e afeto.
Na juventude, Zé se dedicou aos estudos, cursou pedagogia por um ano, realizou cursos online e cultivou amizades em festas universitárias, shows e encontros familiares. A espiritualidade foi um dos pilares de... | acesse ❯
Revolução, justiça, velocidade (e um manifesto à delonga analítica em tempos aceleracionistas)
Por Sara R. Munhoz
Sara Munhoz é pesquisadora do GEICT, realizando estágio de pós-doutorado no DPCT/Unicamp. Doutora e mestra em Antropologia Social pelo PPGAS/UFSCar.
1.1
Em fevereiro de 2025, o Superior Tribunal de Justiça lançou sua primeira inteligência artificial generativa (IAG). O tempo – e sua escassez – protagonizaram a solenidade, que celebrava “uma era de eficiência e celeridade”, tal como postulou o vídeo oficial de divulgação da ferramenta. O evento de lançamento foi “extremamente breve”, como fez questão de destacar o ministro-presidente, Herman Benjamin, a despeito (ou em respeito) às muitas presenças ilustres que atenderam ao convite do STJ. “Quando nós [Benjamin e outros dois ministros da corte] ingressamos aqui em 2006, as solenidades demoravam um pouco mais. Porque havia todo tempo do mundo, quase. Infelizmente não é mais assim”2.
O perfil propositalmente austero que ritualizou esse marco “histórico”, “revolucionário”, condiz com as muitas políticas levadas à cabo por essa presidência. Assim como... | acesse ❯
Cartas para um campo: investigando a amamentação na adolescência
Laura Lino Mendes da Cruz
Sou enfermeira, atuo no SUS há mais de catorze anos, especialista em amamentação e mãe desde os meus 18 anos. Essa trajetória pessoal e profissional molda profundamente o modo como me aproximo do campo do aleitamento materno e inspira a pesquisa que desenvolvo no mestrado em Divulgação Científica e Cultural na Unicamp. Minha inquietação nasce de algo que sempre me atravessou: por que, em um país onde tanto se fala sobre amamentar, quase não se fala sobre amamentar na adolescência?
Os números mostram o quanto essa realidade é significativa. Dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), divulgados pela Rede Ebserh e pelo Ministério da Saúde, indicam que cerca de 44 bebês nascem por hora de mães adolescentes no Brasil, o que significa mais de mil adolescentes que se tornam mães todos os dias. Segundo o UNFPA Brasil, aproximadamente 14% de todos os nascimentos no país... | acesse ❯
Teorema de Bayessauro
Por muitos semestres precisei explicar pra minhas de graduação e médio o que é o Teorema de Bayes. Isoladamente cada conceito atrelado a ele não é difícil de ser compreendido, porém quando juntamos tudo em um enunciado essa aparente simplicidade vira puro caldo de caos... Principalmente quando começamos a tentar usá-lo desconexo de seu sentido, ou seja, só aplicando a fórmula como se fosse mágica.
Mas nesse semestre achei um jeito que parece estar funcionando e ele envolve dinossauros!
No mundo existem dois tipos de ovos de dinossauros, os vermelhos e os azuis. E dois tipos de dinossauros, os pescoçudos e os narigudos (ambos podem vir em ovos vermelhos ou azuis). Os ovos são encontrados na natureza com uma distribuição de X% de ovos vermelhos, e (1-X%) de ovos azuis. Dos ovos vermelhos temos em Y% das vezes um dinossauro pescoçudo, e em (1 - Y%) um dinossauro narigudo. Já dos... | acesse ❯
Onde está Carmen Sandiego?
Esse semestre trouxe para meus alunos de Matemática VII (Ensino Médio Técnico em Química no sétimo semestre) um teste/problema para que resolvessem em duas semanas (individual ou em duplas). No teste mostrava um plano cartesiano e nele 3 pontos não colineares que representavam antenas de celular. Era dito também que detectaram Carmen Sandiego a uma distância em km de cada uma das 3 antenas e pedia que determinassem sua posição no plano. Depois que explicassem porque seria preciso uma quarta antena para termos sua posição exata.
...
Então, estou fazendo esses testes para serem difíceis e trabalhosos, e exigirem uma etapa de interpretação e tratamento do enunciado. Mas por descuido (e também pra deixar mais divertido) eu não estou resolvendo-os antes de passar para minhas turmas. Tipo, eu sei que há solução, pela forma como fiz deve haver (ou deveria).
Esse em particular é um caso em que me equivoquei, mas de um... | acesse ❯
A Inteligência Artificial concretizou a vitória do algoritmo pela atenção humana?
Por Ivan Monteiro
Em janeiro de 2025, o número de usuários ativos em mídias sociais atingiu a marca de 5,24 bilhões de perfis. Em números brutos, ignorando que uma pessoa pode ter mais de um perfil em plataforma, essa marca representaria 60,6% da população mundial (KEMP, 2025). Paralelamente, uma pesquisa global conduzida pelo Google em parceria com a Ipsos, empresa especializada em pesquisas de opinião pública, revelou que o Brasil está acima da média mundial no uso de inteligência artificial generativa, utilizada em plataformas como ChatGPT, Google Gemini, entre outros (IPSOS, 2025). O estudo, realizado em 2024 com 21 mil pessoas em 21 países, incluindo mil brasileiros, apontou que:
● 54% dos brasileiros afirmaram já ter utilizado ferramentas de IA generativa, contra uma média global de 48%;
● 65% dos entrevistados no Brasil disseram confiar no potencial da tecnologia, enquanto a média mundial foi de 57%.
Esses dados evidenciam um cenário de ampla adoção... | acesse ❯
Onde está a ciência? Conheça os artigos e periódicos científicos
A produção científica mundial apresenta seus resultados de uma maneira própria, através de plataformas bem determinadas. Conheça mais onde encontrar os resultados da ciência que é feita atualmente.
Quando se pensa na ciência e no conhecimento científico, muitas vezes eles parecem estar distantes, em lugares inacessíveis. Nesse processo é possível esquecer da sua materialidade, de que a ciência é algo que é produzido diariamente, em laboratórios, onde são realizados experimentos e técnicas minuciosas. Apesar de cada área do conhecimento desenvolver métodos e instrumentos próprios para gerar seus dados, uma constante é comum para todas elas: como se apresenta os resultados finais.
Os artigos científicos, que apresentam os dados e resultados de experimentos, é a materialidade final da ciência. Atualmente, ele é o principal recurso da discussão e do aprofundamento do conhecimento científico, independente do local do mundo em que ele é produzido. Assim, cabe entendermos um pouco mais o que é... | acesse ❯
"É natural, não faz mal"
Texto escrito por Cyntia Almeida.
Quem nunca escutou a frase “toma um chazinho que melhora” ou “conheço alguém que usou tal tratamento natrural”, são diálogos muito comuns no nosso cotidiano, mas será que os medicamentos naturais não apresentam perigos? O fato de ser algo natural garante 100% de segurança?
As plantas medicinais são usadas “desde que o mundo é mundo”, como diria o ditado, todos já vimos alguém recomendar, fazer uso ou nós mesmos consumimos, muitas vezes sem procurar saber se os benefícios são reais ou se o uso deste apresenta algum tipo de risco.
Nos últimos anos a ideia de evitar o consumo de química ou então que algo faz mal por ter “química”, é algo que tem incentivado muito o uso de produtos naturais ou de shakes que não apresentam a temida “química”. Para desenvolver esse texto primeiro precisamos combater essa ideia, é importante saber que tudo, absolutamente tudo, o que... | acesse ❯
Um abraço entre Ciência e Arte: experiências de Fernando Parré
Premiado recentemente com Tocar Território em um festival internacional de cinema voltado ao meio ambiente e à música, o pesquisador e artista de Botucatu revela sua trajetória e os bastidores de suas criações
Por Vinícius Nunes Alves*
Fernando Martins Parré (@_ferpar), nativo de Botucatu-SP, é graduado em Agroecologia (UFSCar) e Design de Música (Unicesumar), seus projetos são marcados por criatividade, inovação e relevância cultural. No campo da Ciência, Fernando começou pesquisando sobre o impacto de planta invasora na restauração do solo e da serapilheira em floresta tropical, bem como sobre a construção de quintais agroecológicos no Cerrado. Posteriormente e até os dias atuais em sua pós-graduação na Unesp de Rio Claro, Fernando pesquisa na linha da ecologia da paisagem sonora, como membro do laboratório de Ecologia Espacial e Conservação (LEEC).
Já no campo da Arte, Parré é fundador e diretor do Estúdio Forja, liderando projetos de composição, produção musical e direção artística. Entre... | acesse ❯
“Nosso” sonho: Alucinação algorítmica e o esvaziamento da escolha
Por Maria Júlia Denega
Maria Júlia Denega é pesquisadora nas áreas de Comunicação e Linguagem, Educação Popular e Economia Solidárias. Colabora com a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade Federal do Paraná (ITCP - UFPR) investigando tecnologias educacionais e populares.
O que tornaria uma máquina capaz de opinar sobre como devemos ser? A promessa das inteligências artificiais generativas não está apenas na automação de tarefas, mas na capacidade de fornecer respostas prontas sobre o mundo, sobre outros e sobre nós mesmos. De conselhos profissionais à terapia, cresce o apelo por soluções oferecidas por sistemas que, na prática, operam como espelhos - ainda que distorcidos (BENDER et al., 2021).
A característica de uma IA operar como um espelho não é apenas uma associação estética, mas um efeito estrutural dos sistemas informacionais antigos, que se desdobram também na atualidade. Luciano Floridi (2010) aponta que toda informação é produzida, mediada e interpretada a partir de... | acesse ❯
Guerra Infinita: é possível salvar o Cerrado?
É possível restaurar o Cerrado? Sim, mas exige estudo, técnicas adequadas e reconhecimento da importância da vegetação para os recursos hídricos.| acesse ❯
Juntas e barulhentas: conheça a Rede Latinoamericana de Antropologia Feminista das Ciências e Tecnologias (RAFeCT)
Por Clarissa Reche
Faz mais de dez anos que construo relações de interlocução com jovens cientistas brasileiros que atuam no campo da Biologia Sintética. Este grupo é interdisciplinar e profundamente heterogêneo, abarcando pessoas de um amplo espectro político, desde hackers anarquistas anticapitalistas até cientistas empreendedores, passando por pessoas que verdadeiramente cultuam a Ciência. Para essas pessoas, que estão trabalhando dentro da universidade, até a menção de uma “política científica” é escandalosa e macula a noção de ciência pura e desinteressada que creem e praticam. Mas, felizmente, este espaço ainda se mantém ativo e aberto para acaloradas discussões sobre a natureza do fazer científico, mesmo depois da ascensão do tecnofascismo vivido nos últimos anos, que ceifou tantos espaços de troca entre pares tão diversos.
Foram nestes espaços de troca que ouvi e vivi na pele, pela primeira vez na minha vida, a clássica acusação de que as feministas são seres barulhentos demais, histriônicos,... | acesse ❯
Modos de fazer e contar no Labirinto: disponível para download gratuito
Está disponível para download gratuito o livro “Modos de fazer e contar no Labirinto: Metodologias in(ter)disciplinares, feministas e criativas”!
A coletânea de capítulos reúne múltiplos caminhos metodológicos que atravessam temas como feminismos, corporalidades, biografias, culturas científicas, tecnologias e divulgação científica. Os capítulos nasceram de pesquisas desenvolvidas, principalmente, nos Programas de Pós-Graduação em Divulgação Científica e Cultural e em Ciências Sociais da Unicamp, reunindo dissertações e teses que, em comum, compartilham o desafio de pesquisar nos cruzamentos entre comunicação, antropologia e os estudos sociais da ciência e tecnologia.
O livro busca apresentar estratégias metodológicas, dilemas de pesquisa e experimentações produzidas por pesquisadoras e pesquisadores em formação, mostrando como práticas interdisciplinares no campo CTS podem abrir caminhos possíveis, especialmente em um cenário de pressão produtivista, esgotamento criativo e futuros incertos.
A coletânea enfrenta uma questão central do campo: como produzir conhecimento em programas interdisciplinares? As respostas aparecem em capítulos que assumem uma escrita politicamente situada,... | acesse ❯
Via Anterior na Artroplastia Total do Quadril: benefícios, riscos e recuperação
A artroplastia total do quadril, também conhecida como prótese total do quadril, é uma das cirurgias mais realizadas na ortopedia moderna. Ela é indicada principalmente para pacientes com desgaste avançado da articulação, dor intensa e limitação importante para caminhar, subir escadas ou até realizar atividades simples do dia a dia.
Durante muitos anos, a maioria das cirurgias foi feita por vias posteriores ou laterais, que exigem incisões maiores e passam por dentro de músculos importantes do quadril. Nos últimos anos, porém, a via anterior na artroplastia total do quadril tem ganhado destaque, apoiada por diversos estudos científicos.
Hoje sabemos, com base em meta-análises e ensaios clínicos randomizados, que a via anterior pode proporcionar:
menor dor no pós-operatório inicial,
recuperação funcional mais rápida,
menor tempo de internação,
menor risco de luxação em alguns cenários,sem aumentar o risco global de complicações quando realizada por cirurgiões experientes.
O que é artroplastia total do quadril?
A artroplastia total do quadril é a... | acesse ❯
Presente de Veneza à Belém, Aquapraça simboliza a harmonia entre arquitetura e natureza
De Veneza à Belém do Pará, do Oceano Atlântico ao rio Guamá, navegando por aproximadamente 8,5 mil quilômetros, chegou à COP30, a Aquapraça que compõe parte do Pavilhão da Itália e que ficará como presente à cidade amazônica entrelaçada com o maior número de canais fluviais e igarapés.
Com uma estrutura de aço belíssima flutuando sob as águas do Guamá, a Aquapraça marca um espaço de cultura e lazer em harmonia com a força das ondas que se assemelha à força das ondas oceânicas e reforça a conexão dos rios com o oceano. A obra é assinada pelo italiano Carlo Ratti, colombiano Eric Höweler e sul-coreano J. Meejin Yoon e foi lançada durante a Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza com o objetivo de mostrar que a arquitetura deve estar harmonicamente integrada à natureza. Essa parece ser uma tendência para os anos de crise climática em curso.
A bela Aquapraça... | acesse ❯
Podcast: #205 – A disputa pela governança da Internet no Brasil
Por Thais Lassali, com a colaboração de Damny Laya e Mayra Trinca
Por sua centralidade nos estudos que lidam com a interface entre ciência e política, a governança tem sido um tema recorrente aqui no Blog do GEICT. Já abordamos a complexidade desse conceito, por exemplo, por meio da relação entre o crescimento de áreas de pesquisa e a influência das agências de fomento. Falamos também sobre a relação entre cientistas e a criação de políticas públicas a partir do exemplo do AmazonFACE. Chegamos até a compreender essa ideia como uma arena de disputas. Hoje, apresentamos mais um caso em que o conceito de governança nos ajuda a pensar nos possíveis desdobramentos de decisões institucionais e políticas na vida cotidiana da população brasileira.
Dessa vez, o debate vem na forma do episódio de número 205 do Oxigênio Podcast, intitulado “A disputa pela governança da internet no Brasil”. Nele, Damny Laya, bolsista Mídia... | acesse ❯
Catharine MacKinnon
O lançamento da semana apresenta a jurista e teórica feminista Catharine MacKinnon, que é uma figura central no debate sobre igualdade de gênero e violência sexual, sendo conhecida por definir o assédio sexual e a pornografia como formas de discriminação de gênero, que são resultado da erotização da dominação masculina. No verbete, escrito por Camila Barbosa, ela mostra que a teoria de MacKinnon é voltada para a análise de estruturas de dominação. MacKinnon argumenta que a sexualidade é para o feminismo o que o trabalho é para o marxismo, sendo a expressão da “hierarquia social do homem sobre a mulher”, o que a leva a criticar a jurisprudência tradicional por mascarar a desigualdade real ao focar na “hipótese da diferença” em vez da “hipótese da desigualdade” que constitui o gênero como uma classe sexual subordinada. MacKinnon propõe uma metodologia feminista pautada na tomada de consciência (consciousness raising) e na experiência... | acesse ❯
Pós-Doutorado: Limbo acadêmico ou etapa formativa necessária?
O pós-doutorado figura atualmente como uma etapa extra na trajetória acadêmica, apesar de não conceder uma titulação própria e nem tempo de contribuição trabalhista. Afinal, o que é esse 'pós-doc'?
Quem tenta uma carreira científica no meio acadêmico universitário brasileiro tem um caminho bem determinado desde a década de 1960. Inicia-se em se formar em um curso de graduação, passar pela pós-graduação strictu-sensu - mestrado e doutorado - e finalmente concorrer a uma vaga como docente em uma universidade. Porém, existe hoje um contingente de acadêmicos que não está em nenhuma dessas etapas - o pós-doutorado.
Em busca de manter uma alta produtividade científica, ocupar doutorandos que não conseguiam continuar suas pesquisas e desvalorizar a carreira acadêmica, o Brasil seguiu uma tendência mundial e iniciou os cursos de estágio pós-doutoral. O pós-doutorado, que foi encurtado para 'pós-doc', tem peculiaridades únicas e que precisa de uma análise mais aprofundada para compreendermos o que... | acesse ❯
Conheça as mulheres que integram o patrimônio da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil
Na Casa da Ciência do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) na COP30, inaugurada em 11 de novembro de 2025 no Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém (PA), uma exposição interativa convida o público a conhecer personagens de destaque da ciência brasileira.
Foto panorâmica da exposição “A ciência brasileira e seus personagens”. Crédito: Luciana Yokoyama Xavier/Ressoa Oceano
A exposição apresenta ao público algumas das pessoas que fizeram e fazem a história da ciência e da tecnologia no país — personalidades fundamentais para as pesquisas de ponta, para as descobertas que transformam nossa vida, para a popularização do conhecimento científico e para a representação política e institucional desse setor. Cubos giratórios encaixados em 3 fileiras de uma estrutura metálica vertical exibem fotos de mulheres, homens e crianças de diferentes origens, buscando representar parte da diversidade do povo brasileiro que compõe o que a exposição chama de “patrimônio da Ciência, Tecnologia e Inovação... | acesse ❯
Um olhar sociotécnico para a IA
Por Manuela Antonia Gomes da Rocha
Manuela Gomes é pesquisadora do GEICT, doutoranda e mestra em Política Científica e Tecnológica (Unicamp). Graduada em Engenharia Civil (UFG), com período sanduíche na National University of Ireland Galway (NUIG).
Analisar a IA a partir de uma perspectiva sociotécnica traz à tona as associações entre atores humanos e não-humanos, que são necessárias para construir e manter o sistema em operação. Essas associações podem ser pensadas desde a extração de metais e matérias-primas para a produção dos artefatos, até a interação com os usuários finais ou até os modos pelos quais o contato com a IA altera as interações entre as pessoas. Sob o termo Inteligência Artificial estão incluídos sistemas computacionais e dispositivos eletrônicos capazes de reagir às entradas ou aos inputs de dados, formulando respostas e tomando decisões com base nas informações recebidas. Os resultados podem abranger atividades como recomendações personalizadas de conteúdo, identificação de padrões... | acesse ❯
Belém no centro do mundo: a primeira semana da COP30 define o clima da conferência e amplia o olhar para o oceano
Por Laura Cristina e Denis Camico
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), sediada de 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém (PA), transformou a capital paraense no coração do debate climático mundial. Entre negociações diplomáticas e experiências locais, a primeira semana do evento define o tom da conferência e mostra que o futuro climático da Terra passa tanto pelas florestas quanto pelos oceanos.
A agenda da primeira semana (10 a 15 de novembro) é a fase em que o campo e a política se encontram, estabelecendo as bases para as decisões de alto nível que dominarão a semana seguinte. Estruturada em torno dos eixos da Agenda de Ação da COP30, essa etapa concilia desenvolvimento humano e sustentabilidade com temas como bioeconomia, adaptação climática, energia e justiça social.
O Brasil vem impulsionando a bioeconomia e a economia circular como modelos de desenvolvimento sustentável, buscando atrair investimentos de grande escala... | acesse ❯
Eu, a Bruxa Má do Oeste e nosso tema de pesquisa
Como é ter o mesmo tema de pesquisa que a Elphaba, a Bruxa Má do Oeste? Na verdade, é bem divertido! Ela é uma personagem de um livro infantil estadunidense, adaptado em um filme em 1939, O Mágico de Oz. Minha família é obcecada nesse filme, especialmente, a minha mãe. Assim que soube que estava grávida de mim, ela comprou um livro sobre essa história, cheio de ilustrações coloridas e ainda com efeitos sonoros. Eu cresci sonhando com o mundo além do arco-íris.
No final desse mês, vai ser lançada a segunda parte do filme Wicked, que se passa nesse mesmo universo. Wicked é, originalmente, um livro, também norte-americano. Só que escrito por outro autor muitos anos depois, que foi adaptado como musical. A história é centrada principalmente na Elphaba, a Bruxa Má do Oeste. Ela é a grande vilã na narrativa da Dorothy, protagonista do O Mágico de Oz.
Grande parte... | acesse ❯
Pesquisadora do GEICT realiza estágio no exterior para investigar o uso de IA na justiça
Por Thais Lassali
Sara Munhoz, pesquisadora de pós-doutorado do GEICT, iniciou no último mês de agosto de 2025 um estágio de pesquisa no exterior na Inglaterra para aprofundar seus estudos sobre a integração entre direito e ferramentas digitais, em especial tecnologias baseadas em inteligência artificial (IA), no sistema de justiça brasileiro. Sob supervisão do líder do GEICT, Marko Monteiro, seu trabalho examina as implicações que o uso de ferramentas de inteligência artificial (IA) pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) traz para os conceitos fundamentais de justiça e democracia.
A pesquisa conduzida por Sara no Brasil investiga as iniciativas de inovação do STJ voltadas para a implementação de ferramentas de IA, especialmente aquelas aplicadas ao manejo dos processos e, por consequência, da formulação de jurisprudência por parte do Tribunal. Paralelamente, a pesquisa também analisa os esforços de inovação e regulação vindos do poder legislativo e de órgãos como o Conselho Nacional de Justiça... | acesse ❯