Identificada nova variação de febre maculosa

Por Carolina Medeiros

Este ano, as regiões de Campinas e Piracicaba (SP) já registraram a morte de 19 pessoas por febre maculosa. O número corresponde à 54% dos casos da doença no estado, de acordo com dados da Vigilância Epidemiológica da região. Em 2017, no Brasil, foram registrados 123 casos da doença, conforme aponta um levantamento do Ministério da Saúde. Segundo informações da Fiocruz, o principal desafio no combate à febre maculosa é a falta de informação, uma vez que os sintomas (febre alta, dores de cabeça, náuseas e vômitos) levam a diagnósticos errados; em especial de dengue.

A febre maculosa é doença infecciosa febril aguda, que pode causar desde formas assintomáticas até casos mais graves, que levam a óbito. No Brasil a doença é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida pelo carrapato da espécie Amblyomma cajennense, popularmente conhecido como carrapato-estrela. No entanto, existem no mundo mais de 20 espécies do gênero Rickettsia que podem causar febre maculosa.

O artigo Febre Maculosa por Rickettsia parkeri no Brasil: condutas de vigilância epidemiológica, diagnóstico e tratamento” – publicado na revista brasileira Journal of Health and Biological Sciences, descreve uma nova variação da bactéria:  Rickettsia parkeri, cujo perfil clínico, epidemiológico e laboratorial é diferente da comumente encontrada no país. Embora sejam poucos os casos já diagnosticados por essa bactéria, o estudo buscou reunir informações que apontem as principais diferenças entre os tipos de febre maculosa.

O estudo reuniu importantes informações a respeito desta nova variação, encontrada na Mata Atlântica onde há também incidência de outras variações da doença, sendo a febre o principal sintoma, acompanhado de escaras. Os autores da pesquisa alertam para a necessidade de medicação, por meio de antibioticoterapia – uso de antibióticos no tratamento de infecções – já no início do diagnóstico. Segundo Álvaro Fancini Martinez, membro do Comitê de Medicina Tropical de Bogotá (Colombia) e coordenador do estudo, “o estudo também estabelece um protocolo para orientar as condutas da vigilância sanitária, o diagnóstico e o tratamento desta nova variação da febre Maculosa”.

Carrapato Estrela – transmissor da Febre Maculosa (Imagem de Divulgação)

Segundo a Fiocruz, embora exista vacina contra a Febre Maculosa, não é recomendada a vacinação em massa já que há tratamento rápido e barato e a doença, em geral, afeta um número pequeno de pessoas. A Fiocruz também faz alguns alertas, em seu blog “Invivo”, na tentativa de reduzir os índices de .

Cuidado com os cães:

Cada fêmea de carrapato infectada pode gerar até 16 mil filhotes aptos a transmitir Rickettsias, por isso é preciso tomar cuidado para que os cães não se tornem um reservatório da febre maculosa, uma vez que muitas vezes, não apresentam nenhum sintoma da doença.

Regiões Rurais:

Para evitar incidência nestas regiões que onde há elevados índices de febre maculosa, sugere-se aparar o gramado rente ao solo na época de chuvas, de preferência com roçadeira mecânica. Com o capim baixo, os ovos ficarão expostos ao sol e não vingarão, quebrando-se o ciclo do parasita.

Entre junho e novembro:

Esses são os meses com maior incidência da doença, período em que predominam as formas jovens do carrapato, conhecidas como micuins. Para se proteger e facilitar a visualização dos carrapatos e dos micuins, é importante usar calça e camisa e botas quando for andar por áreas de mata.

Importante:

Quando for retirar um carrapato, não o esmague com as unhas, essa ação promove a liberação das bactérias e assim penetrar no organismo através de microlesões na pele. O mais indicado é procurar unidades de saúde para a retirada, e assim evitar a contaminação por febre maculosa.

 

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