76 – Capivara: tudo a ver com equilíbrio ambiental

E aí, pessoas?

Hoje venho falar de um assunto relacionado as notícias mais recentes. Tal notícia é sobre uma capivara, que foi acolhida por um influenciador digital. E a partir do momento que escrevo este texto, a capivara ainda se encontra aos cuidados de Agenor Tupinambá.

Sobre a notícia em si

Tudo começou quando Agenor, segundo essa reportagem, resgatou uma capivara de ser morta. A partir daí, essa tal relação entre ele e a capivara começou a gerar afeto entre as pessoas. Mas, segundo a lei, a capivara era para estar em um habitat natural. Logo, Agenor entregou a capivara para o Ibama, de forma que esta fosse reintroduzida para a natureza. Porém, logo depois, a justiça determinou que o Ibama devolvesse a capivara para o Agenor.

O caso foi usado por muitos bolsonaristas para atacar o Ibama. Além disso, parece que devido ao personagem criado pelo Agenor de uma pessoa humilde, muitas pessoas foram colocadas contra o Ibama, que justamente estava fazendo o seu serviço. Logo, atente-se aos próximos tópicos, que eu explico o porque desse caso ser problemático.

Equilíbrio na natureza

Você já ouviu a expressão “balanço ecológico”? Ela pode ser definida como:

um estado de equilíbrio dinâmico dentro de uma comunidade de organismos em que a diversidade genética de espécies e do ecossistema permanece relativamente estável, sujeita a mudanças graduais através da sucessão natural” ou “um equilíbrio estável nos números de cada espécie em um ecossistema“.

Logo, pelos conceitos, este tipo de equilíbrio justifica o porque de certos animais e certos vegetais estarem presentes na natureza. Cada animal e vegetal tem uma certa função na natureza, desta forma pertencendo a mesma. Fora da natureza, este animal não será capaz de exercer a sua função. Segundo a veterinária Ceres Berger Faraco, forçar um animal selvagem a conviver com o homem causa distúrbios comportamentais e acabar com seu bem-estar. “O resultado é o sofrimento e a evidência de alterações comportamentais. Para os animais de vida selvagem, o espaço e o ambiente físico e social empobrecido são fatores de maus-tratos e incompatíveis com uma vida normal.

O artigo “Chronic captivity stress in wild animals is highly species-specific” demonstra alguns impactos que podem haver nos animais que ficam por muito tempo fora do seu habitat natural., como perda de peso, alterações nos seus hábitos, alterações no seu sistema imunológico, etc,  Recomendo a leitura após este texto.

Essa questão de relação entre animais na natureza ou domesticados com humanos é trabalhado na tese “ANIMAIS NAO HUMANOS E HUMANOS NO TURISMO DO PANTANAL“. Há trechos interessantes, como este, nas considerações finais: “Contudo, essa mesma construção midiática pode ser prejudicial às outras espécies. Especialmente quando representa os animais não humanos à luz de modelos de relacionamento que evocam as trocas que temos com os chamados pets mas, ao mesmo tempo, obscurece a ligação entre as interações e o estresse provocado aos animais silvestres, sem falar no estímulo a condutas nocivas, como a ceva e a manipulação“. Há também criticas aos influenciadores que interagem com animais neste trecho: “O grande problema é que tais astros midiáticos estimulam entre os turistas o desejo de imitar suas práticas, fomentando um padrão de relacionamento com animais silvestres que, além de ser irreal, pode desembocar em situações que provocam sofrimento para as outras espécies ou as deixam em situação de vulnerabilidade.” Logo, esta tese também fica de recomendação após a leitura deste texto.

Equilíbrio na natureza e na energia

Como estamos falando de equilíbrio, também não poderíamos deixar de falar do equilíbrio na energia. Tal equilíbrio esta firmemente atrelado a natureza. Por exemplo, quando árvores são removidas, isso não só impacta o clima, mas também o equilíbrio energético. Pois a ausência de arvores impacta no calor transmitido, fazendo com que a área fique mais quente. Isso tem um texto específico neste blog, em especial o das Ilhas de Calor e o das árvores.

Logo, uma preservação da natureza é bastante ideal para manter o equilíbrio dela e o de energias. Outra recomendação neste texto é o da Geoengenharia, a qual é comentada justamente por ter potencial de ameaça a estes equilíbrios, caso seja mal aplicada.

De quem ficar do lado?

Bem, eu acredito que muitos vão discordar da opinião do leitor, embora eu ache que eu a dando seja necessário. Eu não acho que a capivara deveria ficar com o Agenor, considerando que ela não é um animal domestico. E sim, tem a questão também do histórico do Agenor anteriormente, dele ter principalmente um bicho-preguiça morto em suas costas, etc. E principalmente pela mensagem que isso pode passar, de que qualquer animal pode ser domesticado, da questão do incentivo ao tráfico de animais, dentre outros.

Espero que tenham entendido a mensagem do texto de hoje. Não se esqueçam de curtir nas nossas outras redes sociais, e até a próxima leitura.

Rafael Henrique

Sou graduado em Engenharia de Energia pela PUC Minas. Recentemente, concluí o mestrado em Planejamento de Sistemas Energéticos pela UNICAMP. Decidi dar inicio a este blog, com o intuito de abrir o espaço de divulgação científica relacionado a energia e seus temas relacionados.

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