Uma das mais conhecidas doenças congênitas é a rubéola, que pode ser transmitida através da placenta durante a gravidez, e podem resultar em complicações graves tanto para a mãe como para o bebê. Antes da implementação da vacinação, a cada 1000 nascimentos, 4 eram afetados por esta doença. E neste mês dedicado às mães, é necessário refletir sobre os cuidados e prevenções essenciais para garantir a saúde delas e do bebê. E nada melhor que a vacinação!
A gestação é um período em que é necessário atenção e acompanhamento para garantir tanto a saúde da pessoa gestante, quanto do bebê que está sendo gerado. Dentre os cuidados, é necessário pensar na prevenção de doenças congênitas, ou seja, doenças que podem ser transmitidas ao feto e que podem gerar acometimentos para a vida toda.
A rubéola é uma doença causada por um vírus, que pode ser transmitida de pessoa a pessoa através do ar, ou como dito anteriormente, através da infecção da pessoa gestante para o feto.
Dentre os sintomas mais comuns estão febre baixa, dor de cabeça, aumento nos linfonodos do pescoço e erupções cutâneas (inchaço e vermelhidão). É necessário ficar atento às erupções na pele, pois o período de maior transmissão da rubéola geralmente acontece dois dias antes e dois dias depois do aparecimento deste sinal clínico.
Após a infecção, o período de incubação varia de 14 a 21 dias e os sintomas podem aparecer independentemente da idade ou da situação vacinal da pessoa.
Mas por que temos que nos proteger?
Principalmente porque não existe um tratamento específico para a doença, sendo que os cuidados são feitos para minimizar os sintomas. Além disso, em casos de gravidez a doença pode provocar diversas complicações, conhecidas como Síndrome da Rubéola Congênita (SRC). O acomentimento mais divulgado e conhecido da população é surdez, mas a SRC pode provocar outras malformações congênitas, malformações cardíacas, lesões oculares e, em casos mais graves, pode acarretar em aborto ou em bebês natimortos.
A principal forma de prevenção da rubéola é feita por meio da vacinação. É importante lembrar que se vacinar é um ato de amor e que não impacta só a vida do indivíduo, mas da população inteira.
Leia mais em: Vacinas: se eu quiser eu tomo! – Especial COVID-19 | Blogs Unicamp Vacinas: uma ação de Saúde Pública – Revista (unicamp.br) |
A vacina tríplice viral (Sarampo, Caxumba e Rubéola) está disponível no SUS para crianças a partir de 12 meses de idade. No Brasil, o impacto da rubéola era desconhecido até o final dos anos 80, e depois de diversos estudos, em 1992 foi implementada a vacinação para crianças de 1 a 11 anos de idade.
É importante frisar que entre os anos de 1998 a 2002 foram realizadas campanhas de vacinação para as mulheres em idade fértil entre 12 a 49 anos de idade, com o objetivo de erradicar do país os três vírus dessa vacina.
Logo após esse período, no ano de 2004 passou-se a realizar uma segunda dose da vacina para a faixa etária de 4 a 6 anos de idade. Atualmente a primeira dose da vacina é recomendada para crianças de 1 a 11 anos e está disponível para atualização vacinal para homens até 39 anos e mulheres até 49 anos.
Essa estratégia de vacinação foi importante pois desde 2009 o Brasil não registrou mais casos de circulação do vírus, sendo que em 2015 o país recebeu a certificação da Organização Mundial da Saúde de que está livre da rubéola. Isso demonstra mais uma vez que a vacina é nosso melhor escudo para proteger tanto gestantes quanto crianças.
Apesar disso, precisamos continuar vacinando, pois dentre os 194 países que possuem monitoramento da OMS 26 ainda não começaram a vacinação e a cobertura vacinal global ainda está abaixo de 70%. Dados de 2022 relataram 17.407 casos de rubéola no mundo e 1.527 casos de rubéola congênita, ou seja, em crianças recém nascidas.
A vacinação para rubéola possui uma eficácia de aproximadamente 95% em relação ao estímulo da resposta imunológica e é o melhor exemplo de como uma doença que pode ser transmitida durante a gestação também pode ser contida. Por isso, se você está com a vacina atrasada, não deixe de procurar um postinho de saúde e realizar esse ato de amor pelas crianças!
Para saber mais
Rubéola — Ministério da Saúde (www.gov.br)
Sindrome da Rubéola Congênita — Ministério da Saúde (www.gov.br)
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