Em meados dos anos 1950, quando até fabricantes duvidavam que computadores pudessem ser um grande negócio, já apareciam as primeiras revistas especializadas em informática. Das publicações pioneiras sobre a área, a Computers and Automation, dedicada a temas como “Processamento de dados – Cibernética – Robôs” destacou-se por não se restringir à área acadêmica e tentar popularizar a então novata (e complicada) computação eletrônica. Na edição de dezembro de 1957, o editor da revista, Edmund C. Berkeley, escreveu uma breve resenha de certo “dispositivo de saída para um computador automático” — a tela, descrita como um “visor e gerador de símbolos”:
A tela do tubo de imagem apresentado irá exibir até 10.000 caracteres por segundo. Cada caracter é formado por uma matriz de pontos brilhantes, uma seleção de uma matriz retangular com um total de 35 pontos, cinco de largura e sete de altura. Para uma letra T maiúscula, por exemplo, a seleção tem cinco pontos cruzando o topo e seis outros que descem pelo meio.
Numa época em que ainda se usavam cartões perfurados como dispositivos de entrada e saída de dados, uma tela com letras de 35 pixels de resolução era uma maravilha. Curiosamente, para demonstrar como seria o uso de uma tela em um computador, aquele número de Computers and Automation trazia na capa a imagem de uma mensagem de erro — que seria, talvez, a primeira de muitas:
Operador Miss Smith – Sua instrução 317 parece incorreta. Ela permite divisão por zero. Você poderia, por favor, revisar meu programa.
– Diana
Não está claro se Diana era o nome de outro “operador” (em vez de “usuário”) ou se esse era o nome do computador. Hoje pode parecer estranho uma mensagem de erro sobre a divisão por zero com um pedido para revisar o programa, mas naquela época os computadores eram basicamente grandes calculadoras programáveis.
[via Ptak Science Books]