Patentes Patéticas (nº. 151)

image

Quando a Grande Guerra estourou na Europa, há pouco mais de um século, os submarinos já existiam. Embora ainda não estivessem plenamente desenvolvidos, tudo indicava que os navios submergíveis seriam armas terríveis pois eram virtualmente invisíveis. Enquanto as marinhas do mundo se adaptavam à nova realidade, um americano de Armiger, Maryland, teve uma ideia ainda mais terrível:

Esta invenção consiste em meios para atrair submarinos ou outros pequenos corpos metálicos flutuantes em direção à lateral de um navio. O objetivo da invenção é prover um navio com magnetos particularmente arranjados para tirar submarinos de suas rotas e atraí-los em direção à lateral do navio. Um objetivo adicional é prover meios para eletrificar o submarino assim atraído para a lateral de um navio.

O “Dispositivo para atração de submarinos e similares” de Louis Schramm Jr. era simples, terrivelmente simples: bastava instalar grandes eletro-ímãs nas laterais do casco do navio e sair pescando submarinos com a força eletromagnética. Parece algo saído dos laboratórios da ACME, mas foi devidamente patenteado. O pedido de patente de Schramm Jr. foi registrado em 30 de dezembro de 1914 e aprovado em 15 de junho de 1915, sob número 1.143.233 [pdf]. Ainda segundo a patente,

com os magnetos sendo projetados externamente a partir das laterais do navio, um submarino dentro dos campos magnéticos será atraído e puxado até o navio até que as capas de vidro sejam quebradas pelo choque com o submarino.

image

E aqui as coisas ficam mais chocantes. Como se o choque não fosse o bastante para alertar a tripulação que um submarino foi fisgado, ainda haveria um circuito que, sendo fechado pelo submarino, “acenderá a lâmpada 34 e acionará o sino de alarme 33”. Como a tripulação da subnave capturada magneticamente seria provavelmente hostil, o “submarino também será eletrificado, chocando a tripulação em seu interior, matando-a ou tornando-a temporariamente inerte”.

image

Mas e se o submarino fisgado e eletrificado não fosse inimigo? Schramm Jr. não propõe nenhum sistema de detecção e identificação de submarinos, só de captura. Ainda assim, talvez a eficácia não fosse tão grande. Para cair dentro de um campo magnético de um eletro-ímã (que teria que estar ligado o tempo todo), o sub teria que estar bem próximo do navio. Talvez próximo a ponto de ser visto e alvejado por outros meios mais convencionais — ou de atacar o navio com um torpedo fatal.

chevron_left
chevron_right

Leave a comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Comment
Name
Email
Website