Escritos
Quanto VALE?
TALITA GANTUS DE OLIVEIRA
Janeiro de 2019
Uma mancha marrom imensa
Num país marcado essencialmente por cavas lavradas e pastos latifundiários
É tinta barata abundante.
Matéria-prima.
Delírios e desastres são interpretados em livres manipulações digitais que enganam no fundo eles mesmos
Navegamos todos no mesmo barco.
Não existe vida num planeta morto
Não existe fora num sistema fechado
Elementos misturam-se em uma tela dividida
O que serão?
Commodities!
Vidas simples não importam, mas todos param para ver
Olhares sensibilizados pelo susto deixam marcas que logo são esquecidas pela burguesia que dita as regras
Corações intocáveis!
O que está sendo feito com os povos originários desta América do Sul?
Tratados como colonizados temos sido escravizados
Para sustentar a mesma freguesia burguesa que desmata e mata nosso cerrado para alimentar bois que deitarão em seus pratos do outro lado do mundo.
O que faremos com a história desta América do Sul quando não houver mais nenhum futuro para eles
Que somos todos nós?
Uma bandeira flameja nas mãos de um homem nu que corre da onda reacionária a que estamos forçados a viver
Corre para onde?
Para o nada
Pois é isto que resta àqueles que não herdarão os lucros das mineradoras e dos latifúndios que só deixam devastações que não salvarão ninguém.
Quanto VALE uma mancha marrom num país da América do Sul?
Quanto VALE a morte num planeta vivo?