Jornalistas de ciência são caros. Quem vai pagar?

Hunter S Thompson by nevarraven
Hunter S Thompson
by nevarraven

O jornalismo está em crise. E uma crise feia.

Se você é um cidadão, mesmo que não-jornalista, você TEM QUE LER esse artigo chamado O que podemos fazer para salvar o jornalismo, que dá uma boa ideia de toda a situação. Ele até sugere meios de resolver isso tudo. Muito bom esse artigo. LEIA! 

O problema é sempre a grana. Agora, com a internet, a publicidade saiu dos jornais e revistas impressos mas não foi todo para as mídias digitais: de cada  4 dólares de publicidade que saem dos impressos, só 1 vai para a internet, ou seja, os blogueiros não ganham mais e os jornalistas da impressa ficam desempregados.

Bons jornalistas, experientes e especializados em política e economia, por exemplo, são importantes, claro. Nenhum estagiário pode fazer o papel de uma Mirian Leitão ou um William Waack. O problema é que eles são caros, e com razão.

Bom, se o jornalismo como um todo já está passando por maus bocados, imagina os pobres jornalistas de ciência, que sempre cobriram esse tema tão difícil, delicado e importante como política e economia, mas que é tratado como uma curiosidade supérflua nas redações do mundo todo. Contamos nos dedos os bons jornalistas de ciência brasileiros, e eu tenho a honra de  ter muitos deles como colegas aqui no ScienceBlogs Brasil. Foi o contato com esse pessoal que me mostrou a diferença de um jornalista generalista e um especializado, e a diferença é imensa, acredite.

Todo cidadão tem que estar esperto com esta questão do jornalismo porque ele é uma ferramenta indispensável para o nosso sistema democrático. A gente precisa de informação pertinente, imparcial, investigativa e de qualidade pra tocar o país.

E em ciência, viver de press release não dá!

 

Quer acessar artigos científicos sem assinatura ou melhorar sua leitura no computador? O NCBI pode ajudar!

O National Center for Biotechnology Information (Centro Nacional para “Biotecnologia da Informação”), ou NCBI, tem duas ferramentas excelentes para ajudar quem gosta de ler artigos científicos e também para quem não aguenta mais ler esses arquivos em PDF no computador.

A primeira recomendação é para quem não tem acesso às assinaturas caríssimas de periódicos científicos. Chama-se PubMed Central http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/ e é um braço da base dados PubMed que possui conteúdo 100% aberto, independentemente de qualquer tipo de assinatura, cadastro, afiliação etc.

PubmedCentral

É só acessar o link e fazer uma busca pelo assunto de interesse. Encontrou os artigos? Pode baixar quantos quiser!

A outra ferramenta do NCBI que quero indicar é uma novidade que me agradou muito: o PubReader http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/about/pubreader/ foi desenvolvido para oferecer uma leitura otimizada dos artigos disponíveis na PubMed Central. Direto do browser, sem PDF.

Cliquem na imagem abaixo para uma explicação rápida de como ele funciona e no link de exemplo para ver como um artigo é apresentado no PubReader:

PubReader

Exemplo: Correlation analysis of the side-chains conformational distribution in bound and unbound proteins (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3479416/?report=reader).

Pessoalmente, adorei a nova apresentação e torço muito para que essa ferramente seja replicada para outras bases! Aposto que vai ser especialmente bom para leitura em tablets e smartphones.

E vocês, o que vocês acharam do novo visual?

 

P.S. 1: Tenho que mencionar que o Brasil também possui uma opção muito boa de acesso livre a periódicos chamada Portal Periódicos CAPES http://www.periodicos.capes.gov.br/, mas vou escrever um texto específico sobre ele que vale à pena.

P.S. 2: Sim, estou vivo e a maior novidade de todas é que estou morando nos EUA desde Setembro. Vim para cá pelo programa Ciência Sem Fronteiras fazer um ano de doutorado-sanduíche no MIT, em Cambridge. More on that later =)