Entrevista com o Beakman!

Entrevistei o BEAKMAN!!! Na verdade o ator que o interpreta.
Falamos de divulgação científica, YouTube, crise no Brasil e perguntei até se ele acha que FOI GOLPE OU NÃO (resposta não foi surpreendente, claro).

Teve recado para os divulgadores de ciência: é preciso da força do povo e CONTINUAR LUTANDO!

Problemas técnicos foram enfrentados, mas a oportunidade não foi perdida e ficou o registro.

Agradecimento ao Campinas Anime Fest:
http://www.campinasanimefest.com.br/

TED Talk do Jok Church, o gênio por trás do Mundo de Beakman:
https://www.ted.com/talks/jok_church_…

Jornalistas de ciência são caros. Quem vai pagar?

Hunter S Thompson by nevarraven
Hunter S Thompson
by nevarraven

O jornalismo está em crise. E uma crise feia.

Se você é um cidadão, mesmo que não-jornalista, você TEM QUE LER esse artigo chamado O que podemos fazer para salvar o jornalismo, que dá uma boa ideia de toda a situação. Ele até sugere meios de resolver isso tudo. Muito bom esse artigo. LEIA! 

O problema é sempre a grana. Agora, com a internet, a publicidade saiu dos jornais e revistas impressos mas não foi todo para as mídias digitais: de cada  4 dólares de publicidade que saem dos impressos, só 1 vai para a internet, ou seja, os blogueiros não ganham mais e os jornalistas da impressa ficam desempregados.

Bons jornalistas, experientes e especializados em política e economia, por exemplo, são importantes, claro. Nenhum estagiário pode fazer o papel de uma Mirian Leitão ou um William Waack. O problema é que eles são caros, e com razão.

Bom, se o jornalismo como um todo já está passando por maus bocados, imagina os pobres jornalistas de ciência, que sempre cobriram esse tema tão difícil, delicado e importante como política e economia, mas que é tratado como uma curiosidade supérflua nas redações do mundo todo. Contamos nos dedos os bons jornalistas de ciência brasileiros, e eu tenho a honra de  ter muitos deles como colegas aqui no ScienceBlogs Brasil. Foi o contato com esse pessoal que me mostrou a diferença de um jornalista generalista e um especializado, e a diferença é imensa, acredite.

Todo cidadão tem que estar esperto com esta questão do jornalismo porque ele é uma ferramenta indispensável para o nosso sistema democrático. A gente precisa de informação pertinente, imparcial, investigativa e de qualidade pra tocar o país.

E em ciência, viver de press release não dá!

 

Gripe suína: informação, globalização e prejuízos

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Na década de 70, o governo militar no Brasil escondeu da população um surto de meningite que estava acontecendo. Tudo para evitar o pânico. Decisão acertada? Claro que agora que estamos na era da informação, isto soa absurdo. A população tem o direito de saber o que está acontecendo sob seus narizes. Saber sobre a epidemia pode ser importante para evitar viagens para locais de risco, saber se podemos comer a carne do animal afetado, etc. Diminuindo assim os riscos.

Mas até que ponto a população sabe o que fazer com a informação? Informar dados não resulta diretamente em boas práticas por parte de quem não tem conhecimento mínimo em determinados assuntos. Digo educação científica básica, não necessariamente conhecimentos em epidemiologia ou infectologia.

Afinal começam as brincadeiras. Qualquer um gripado e se ouve “é a gripe suína”, mas brincadeiras a parte, a epidemia já mostra reflexos em áreas que nem imaginamos. As ações de companhias aéreas e redes hoteleiras já despencaram, enquanto ações de farmacêuticas produtoras de remédios antivirais dispararam.

Por causa destas reações em cadeia, muitas vezes imprevisíveis, que se deve tomar muito cuidado ao informar a população, incluindo aqui lavadeiras, marceneiros, políticos e empresários, que raras exceções, não têm conhecimento científico nenhum, e podem interpretar muito mal a real situação de uma epidemia como esta.

cofrinho.jpgE aqui vem o maior paradoxo deste sistema maluco que é o nosso mundo globalizado. Afinal, o setor que terá o maior prejuízo provavelmente será o de suinocultura, mas é justamente onde o dinheiro vai ser mais urgente para manter a produção, que é necessária, mas em condições adequadas de higiene, para evitar avanço desta e surgimento de outras doenças.

Afinal a doença se originou do contato humano excessivo com os animais, devido à má condição dos criadouros.

Claro que o peso cairá nos governos, que terão que incentivar o setor com linhas de crédito e coisas deste tipo, o que leva à famosa “estatização dos prejuízos” das empresas de setores centrais na economia. Nada que a crise mundial não tenha nos ensinado. Mas a contrapartida deve ser exigida pelo governo, liberando crédito com condições, algumas delas sendo a observação dos padrões higiênicos e ambientais exigidos por convenções internacionais. Certificando-se, assim, que nada disso ocorra novamente.

Feliz ou infelizmente, o problema de um mexicano (e seu porquinho) acaba sendo um problema para todo o mundo.

Mais informações no ScienceBlogs:
Rainha Vermelha
Brontossauros no meu Jardim
Ecce Medicus