Faça infográficos perfeitos para área de biomed

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Mind the Graph

Aqui vai uma dica preciosa para quem quer fazer uma ciência mais bonita, mais descolada e mais design. E mais fácil e rápida de ser entendida também:

USE INFOGRÁFICOS!!!

Use nas apresentações, nos posteres em congressos, nas aulas, na tese e nos seus artigos científicos também. Economize o tempo das pessoas em entender e deixe o mundo mais bonito.

Se você é da área de biomédicas tenho uma dica melhor ainda: uma ferramenta online que tem todas as ilustrações e templates que você precisa. É a Mind the Graph. Uma startup 100% nacional com uma qualidade excelente, vários templates e milhares de ilustrações altamente personalizáveis. Troque cores, estilos e formatos das células, por exemplo.

O banco de imagens não pára de crescer, e aqui eu selecionei as que eu achei mais  interessantes.

Cientista em pose like a boss

like a boss science
Yeah, science!

Giardia, um clássico das aulas de biologia

Pesquise no google por PAREIDOLIA
Pesquise no google por PAREIDOLIA

CUIDADO! Isso é uma prensa!

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Ei! Isso tá gelado!

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Olha o passarinho… er… quer dizer…

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Faça uma história em quadrinho

Usar cocaína causa euforia e poderes mediúnicos

[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=ukJyP5np9fg” title=”Tutorial%20on%20how%20to%20create%20infographics%20for%20Life%20Science%20and%20Health.”]

 

Disclaimer: Eu já comi churrasco na casa do sócio do Mind the Graph, ou seja, sou seu amigo. E também escrevo para o blog da empresa. Se agora você desconfiou de mim, entre lá e dê uma olhada para tirar a prova.

O que ninguém fala sobre a DENGUE

 

Eu sou um dos 3 campineiros que ainda não pegou dengue.

Mas foi pura sorte, porque essa temporada foi pesada: 224,1 mil casos de dengue no país. Pode não ser um recorde nacional, afinal 2013 estava pior, mas em São Paulo a coisa tá feia. A quantidade de casos aqui é imensa.

São paulo bateu recorde e olha só, com muito caso autóctone, ou seja , transmitido aqui dentro mesmo. Então, paulistada, não venham com esse papinho “ora meu, tudo que é ruim vem de fora, mano, esses migrante e turista viu, vô falar.”

Nãããão mulecada, culpa de SP sim! to achando até que o aedes é listrado preto e branco por ser curintia, mano. Bando de loco!

aedes

E Campinas é a cidade com maior quantidade de pessoas com dengue.

Que bom né, Campinas? A capitarrr do interiorrr é também a capitarrr nacionarrr do perrrnilongo!

Aí eu me pergunto: adianta campanha na TV? Eu acho que não funciona porque as pessoas não acham que o que passa lá é de verdade. Devem achar que tudo que está naquela tela brilhante é novela. Porque veja, tem campanha, tem notícia toda hora no jornal, tem vizinho E parente ficando doente, e ninguém tira a bunda do sofá e faz uma revista na casa pra ver se tem água parada! Afe…

Mas governo e mídia não ajudam também. Sempre a mesma ladainha de colocar uma subcelebridade num bairro de periferia genérico. Ora, quando é que uma celebridade (mesmo que sub) vai bater na minha casa pra virar pneu e limpar o quintal? Bem que estou precisando de uma força aqui.

Se não tá funcionando tem que mudar de estratégia!

Então aqui vão duas coisinhas que eu não vejo ninguém fazendo:

 

O quê ninguém fala sobre a DENGUE

 

1- Sair do comum para fazer as pessoas perceberem que o que passa no jornal interfere a vida delas. Entao: LEVANTA A BUNDA E VAI VER O SEU QUINTAL!!!, SUA CALHA ENTOPIDA, SEU VASINHO DE VIOLETA!

2- Vamos fazer um quiz aqui: em quem é mais urgente passar repelente?

  • em quem não tem dengue, para prevenir,
  • em quem já está com dengue.

Tempoooo

 

Se respondeu uma ou outra vc está errado! Se tem repelente e tem pernilongo voando a sua volta, todo mundo tem que usar, idiotas!

Mas se respondeu a segunda você está menos errado. Bicho, o mosquito não nasce com a dengue, ele pega quando pica alguém doente. Então o doente é o foco da doença, e pode passar ela para vários mosquitos e cada mosquito para várias pessoas! Então é repelente nele!!!!

 

 

A NATURE liberou geral! Como ler artigos científicos sem pagar por eles

Denunciando a idade com a Porta da Esperança.
Denunciando a idade com a Porta da Esperança.

Vamos abrir as portas da esperança!!!

A Nature liberou para ler online todo o seu acervo! Não dá pra baixar, como eu disse é só para ler online, mas já é alguma coisa.

Ah, também não é qualquer um, você tem que receber um link de algum assinante para poder ver.

É, na verdade não ajudou muito né?

Mas e daí?

É que pirataria na ciência acontece e muito. Não estou falando de plágio de dados ou coisas assim (que também acontecem), mas de artigos científicos distribuídos sem autorização das editoras. Sabe baixar música de torrent? [Torrent? eu? Magina…] Sei sei… Então, é a mesma coisa, só que com informação científica.

As revistas mais importantes, que os cientistas mais usam para se informar e se manter atualizados, são pagas. E são muito caras. E rola uma polêmica, porque funciona assim: o cientista produz o artigo, escreve, manda pra revista, ela escolhe se publica ou não, e se publicar ela cobra de todo mundo que quiser ler. Lembrando que o cientista que escreveu não recebe NADA por isso. Sacanagem, né? Ficou claro que publicar revistas científicas é um ótimo negócio, e que só institutos grandes conseguem pagar isso tudo.

Por causa disso, um cientista pobre, ou um jornalista, ou um professor, ou um ex-cientista blogueiro que escreve sobre ciência ( o/ ), fica sem poder se atualizar. E é impossível fazer ciência sem ler os artigos. Daí o moleque cruza o braço e chora? Claro que não. Ele Pirateia.

Como conseguir um artigo sem pagar por ele:

Mandar email para o autor:

Esse era o mais comum e antigo. Houve época em que se mandava pedaços de celulose com traços de tinta (carta) para o autor e este enviava uma fotocópia do artigo. Bacana disso é que estreitava laços e o autor sabia quem estava interessado na sua pesquisa. Com o email foi a mesma coisa, apesar de o autor em geral não poder fazer isso sem autorização da editora.

Pedir ajuda para os universitários:

[segunda referência a Silvio Santos, aff] – Universidades e outros institutos grandes fazem assinaturas para que todos os seus funcionários possam ler os artigos que quiserem. Se eu não trabalho lá, mas conheço alguém que trabalha… Bom, entendeu né? É só pedir. E ninguém na lista interna de emails do Scienceblogs tinha pensado nisso! Olha que exemplo de retidão. O novo sistema da Nature parece que vai ser só uma evolução desse tipo de envio, agora com uma autorização da editora.

Esquema russo

Quando imaginávamos que o comunismo não mais nos ajudaria… ele não ajudou mesmo, afinal a Russia não é mais socialista. Mas lá está hospedado um site que tira, sabe Darwin de onde, os artigos abertos para você. É só colocar o site com o artigo que ele se abre todo. Às vezes funciona, às vezes não, mas é o preço da clandestinidade, de quem tem que ficar fugindo a todo momento das editoras com advogados farejadores. O endereço é sci-hubPONTOorg, e você NÃO viu isso aqui!

Réxitégui

Sim, o twitter serve para alguma coisa! É só pedir o seu artigo com a rashtag #icanhazpdf.

Google, sempre ele:

Google Acadêmico indexa pdf de qualquer fonte (site pessoal, rede social científica, etc) e coloca tudo em um mesmo link ( http://scholar.google.com.br/ )

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Dica do Massa Crítica

Nature makes all articles free to view

O maior mistério, e o post mais inútil, de 2013

Quem é macaco velho já sabe que o que vem fácil vai fácil. E com informação é a mesma coisa.

A gente vive num mundo onde ninguém paga nada para ter informação. Mas como pode ser isso se um bom escritor/jornalista/roteirista é caro? Porque a informação de graça que temos quase sempre é ruim. Muito ruim.

Nessa fome que os sites têm por cliques, que é o que paga as contas pela publicidade, eles fazem alguns absurdos.

Quer um exemplo simples?

O maior mistério de 2013…

We have absolutely no clue what built this crazy-complex structureSabe o que é isso? Não? Nem eu. Nem NINGUÉM!

Em março de 2013 saiu num post no site io9 uma notícia (copiado do post original da WIRED) a imagem de uma estrutura encontrada na amazônia que ninguém fazia ideia do que era. Bonitinha, estranha e realmente ninguém sabe o que é. Ok, isso é uma notícia ou pelo menos uma informação interessante e instigante. Passa.

Agora em dezembro aparece um UPDATE dessa notícia com o título “Cientistas estão prestes a desvendar o maior mistério de 2013”, e lá estava a foto da coisinha estranha. Cliquei. [Mas você não precisa clicar, viu. Só ponho o link aqui por princípio, mas leia o resto antes]

…e o post mais inútil do ano

É um post citando um twit de um grupo de cientistas dizendo que encontraram 11 dessas estruturas e que estão prestes a resolver esse mistério. E é isso. Mais nada.

Não, io9, isso NÃO é uma notícia. Não me interessa saber que alguém está quase desvendando um mistério, principalmente quando essa pessoa só disse que está perto de conseguir. Nem pra mandar um email pra esse pessoal? Esperar uma resposta minimamente informativa? Aliás, nem pra me dizer quem é esse cara, se é um cientista mesmo ou só um charlatão.

Mas pra quê apurar, né? O negócio é ter o máximo de cliques pelo mínimo esforço.

A revista WIRED é que fez direito: mandou uma repórter para a amazônia e está lá para dar em primeira mão os resultados.

 

Eu fiquei na dúvida se eu esperava esse resultado sair antes de publicar isto aqui. Mas sabe como é, se eu resolver tudo em um post, perco a chance de fisgar o seu click em mais um texto. Então FIQUE LIGADO NOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS!  😉

PÁRA, PÁRA, PÁRA! Depois dos comerciais eu mostro

Jornalistas de ciência são caros. Quem vai pagar?

Hunter S Thompson by nevarraven
Hunter S Thompson
by nevarraven

O jornalismo está em crise. E uma crise feia.

Se você é um cidadão, mesmo que não-jornalista, você TEM QUE LER esse artigo chamado O que podemos fazer para salvar o jornalismo, que dá uma boa ideia de toda a situação. Ele até sugere meios de resolver isso tudo. Muito bom esse artigo. LEIA! 

O problema é sempre a grana. Agora, com a internet, a publicidade saiu dos jornais e revistas impressos mas não foi todo para as mídias digitais: de cada  4 dólares de publicidade que saem dos impressos, só 1 vai para a internet, ou seja, os blogueiros não ganham mais e os jornalistas da impressa ficam desempregados.

Bons jornalistas, experientes e especializados em política e economia, por exemplo, são importantes, claro. Nenhum estagiário pode fazer o papel de uma Mirian Leitão ou um William Waack. O problema é que eles são caros, e com razão.

Bom, se o jornalismo como um todo já está passando por maus bocados, imagina os pobres jornalistas de ciência, que sempre cobriram esse tema tão difícil, delicado e importante como política e economia, mas que é tratado como uma curiosidade supérflua nas redações do mundo todo. Contamos nos dedos os bons jornalistas de ciência brasileiros, e eu tenho a honra de  ter muitos deles como colegas aqui no ScienceBlogs Brasil. Foi o contato com esse pessoal que me mostrou a diferença de um jornalista generalista e um especializado, e a diferença é imensa, acredite.

Todo cidadão tem que estar esperto com esta questão do jornalismo porque ele é uma ferramenta indispensável para o nosso sistema democrático. A gente precisa de informação pertinente, imparcial, investigativa e de qualidade pra tocar o país.

E em ciência, viver de press release não dá!

 

Quer acessar artigos científicos sem assinatura ou melhorar sua leitura no computador? O NCBI pode ajudar!

O National Center for Biotechnology Information (Centro Nacional para “Biotecnologia da Informação”), ou NCBI, tem duas ferramentas excelentes para ajudar quem gosta de ler artigos científicos e também para quem não aguenta mais ler esses arquivos em PDF no computador.

A primeira recomendação é para quem não tem acesso às assinaturas caríssimas de periódicos científicos. Chama-se PubMed Central http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/ e é um braço da base dados PubMed que possui conteúdo 100% aberto, independentemente de qualquer tipo de assinatura, cadastro, afiliação etc.

PubmedCentral

É só acessar o link e fazer uma busca pelo assunto de interesse. Encontrou os artigos? Pode baixar quantos quiser!

A outra ferramenta do NCBI que quero indicar é uma novidade que me agradou muito: o PubReader http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/about/pubreader/ foi desenvolvido para oferecer uma leitura otimizada dos artigos disponíveis na PubMed Central. Direto do browser, sem PDF.

Cliquem na imagem abaixo para uma explicação rápida de como ele funciona e no link de exemplo para ver como um artigo é apresentado no PubReader:

PubReader

Exemplo: Correlation analysis of the side-chains conformational distribution in bound and unbound proteins (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3479416/?report=reader).

Pessoalmente, adorei a nova apresentação e torço muito para que essa ferramente seja replicada para outras bases! Aposto que vai ser especialmente bom para leitura em tablets e smartphones.

E vocês, o que vocês acharam do novo visual?

 

P.S. 1: Tenho que mencionar que o Brasil também possui uma opção muito boa de acesso livre a periódicos chamada Portal Periódicos CAPES http://www.periodicos.capes.gov.br/, mas vou escrever um texto específico sobre ele que vale à pena.

P.S. 2: Sim, estou vivo e a maior novidade de todas é que estou morando nos EUA desde Setembro. Vim para cá pelo programa Ciência Sem Fronteiras fazer um ano de doutorado-sanduíche no MIT, em Cambridge. More on that later =)

Ato Público na SBPC sobre a distribuição dos royalties do pré-sal!

Sei que está muito em cima da hora, mas não posso deixar de divulgar o evento que acontecerá hoje na sede da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a SBPC, em São Paulo.

Trata-se de um Ato Público que começará às 14h30 no Salão Nobre da entidade e tem como objetivo chamar a atenção e tentar reverter o quadro atual de distribuição dos royalties do petróleo que não inclui um percentual de destinação para as áreas de educação, ciência, tecnologia e inovação (C,T&I).

O evento é aberto ao público e reunirá dirigentes de instituições de educação e C,T&I, docentes, pesquisadores, parlamentares e autoridades dos governos estadual e federal.

Eu estarei lá. Quem não puder comparecer saberá tudo o que aconteceu aqui pelo RNAm.

Mais informações sobre o evento em Entidades científicas fazem novo ato público em favor da Educação e C,T&I.

Já escrevi sobre a situação dos royalties do pré-sal no post Royalties do pré-sal: como transformar óleo em desenvolvimento nacional.

Aproveite a oportunidade para contribuir com a sua assinatura e ajudar essa importante causa!

Cientistas derrubam a Lei da Gravidade! NOT!

Uau, ficaram sabendo que existem religiosos questionando a Lei da Gravidade e buscando o ensino do princípio da “Queda Inteligente” nas escolas dos EUA! Pois é!

Calma, eu não enlouqueci. Explico: quem pensa que o costume de encaminhar “notícias”, “revelações” e “polêmicas” sem nem ao menos se dar ao trabalho de verificar a veracidade do conteúdo é exclusivo de gente com pouco estudo, desfavorecida e blablabla, engana-se. O causo abaixo chegou ao Rafael e a mim por um amigo em comum, com a mensagem:

“Biólogos: mensagem que está circulando na lista de e-mails da graduação em CURSO X da USP. Nem li, mas se interessar… Abraço”

"Santo Google, mais uma piada levada a sério!"

O e-mail encaminhava uma mensagem indignada de um dos alunos. Uma descoberta que, sem dúvida, agitaria todos que ensinam Ciências. Leiam por si próprios:

http://www.theonion.com/articles/evangelical-scientists-refute-gravity-with-new-int,1778/

Cara, só pode ser piada…. Não basta a disputa entre o ensino do evolucionismo X criacionismo, agora alguns religiosos norte-americanos (sempre eles) questionam também a lei da gravidade!!! Palhaçada….

Traduzo um trechinho para os preguiçosos que não quiserem ler tudo em inglês, ou simplesmente traduzir tudo com algum tradutor:

“Vamos dar uma olhada nas evidências,” disse pesquisador sênior do ECFR (Centro Evangélico para o Raciocínio baseado na Fé), Gregory Lunsden. “Em Mateus, 15:14, Jesus disse, ‘se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova.’ Ele não diz nada sobre a gravidade fazer eles caírem – apenas que eles cairão. Então, em Jó 5:7, nós lemos, ‘Mas o homem nasce para a tribulação, como as faíscas se levantam para voar.’ Se a gravidade puxa tudo para baixo, por que as faíscas voam para cima com grande certeza? Isso claramente indica que uma inteligência consciente governa tudo que cai.”

Dá para acreditar nesses caras???”

Minha pronta resposta para a tal mensagem foi “Não, gente, não dá.” Desse modo, logo parti em busca da notícia original para tirar essa história bizarra a limpo.

Óbvio, me deparei com mais um belo exemplo de como muita gente perde tempo – e talvez cérebro – simplesmente confiando em qualquer coisa disponível na internet. Existe um passo a passo básico para filtrar bobagens como essa e não pagar mico, como vocês lerão a seguir. Além disso, sugiro que aproveitem essas dicas em qualquer leitura, conversa ou aula daqui em diante. Pensamento crítico, crianças, só não é melhor que canja de galinha =)

Primeiro: encontrar a fonte original. Nesse caso específico só essa ação que não vai tomar mais do que 5 minutos do seu precioso tempo já resolve qualquer dúvida. O artigo encaminhado como “polêmico”, “absurdo” e “inimaginável” foi publicado pelo The Onion. Case closed, next!

“Ué, peraí, e daí? Nunca ouvi falar!”

Não tem problema, o titio explica: o The Onion é famoso por criar sátiras de notícias reais ou simplesmente inventar conteúdo absurdo sobre assuntos importantes. No caso, uma sátira que aplicação semelhante à maluquice do Desing Inteligente para explicar a Lei da Gravidade. E pensar que alguém levou essa notícia a sério, tsc tsc.

Segundo: descobrir a data de publicação e encontrar a mesma notícia veiculada em outros portais, jornais, blogs etc. O artigo em questão é de 2005 e todas as notícias semelhantes são meras reproduções da nota original do The Onion. Preciso falar mais? Como algo que teria tanto impacto e geraria tanta discussão só foi destacado por UM veículo de comunicação? E porque ficou ao léu por tantos anos?

Geralmente, a resposta para as duas perguntas é: você está diante de uma mentira/bobagem/piada. Simples assim.

Para quem ainda duvida, outro link de 2005 que encontrei sobre o tema é da Ciência List e pode ser acessado em http://br.groups.yahoo.com/group/ciencialist/message/49892. Lógico, menos de 1 dia depois da mensagem inicial a discussão entrou em uníssono: piada piada piada.

"Tantas informações, e agora?!" Sem drama, bom senso e paciência resolvem essas questões. Usem-nos!

Resumão: normalmente descobrir se a “grande notícia polêmica” que chegou a você é real ou não dificilmente tomará mais do que 10 minutos do seu tempo.

Se você acha que é muito tempo para perder com isso, a solução é simples: não a encaminhe. Assim você poupa o seu tempo e de todos que a receberiam.

Ah, e o meu. Especialmente o meu.

Hepatite C, desinformação e conscientização!

O que são as hepatites? Quem sabe o que é a hepatite C, como essa doença é contraída, quais são os sintomas? Quem sabe responder como é feito o diagnóstico da hepatice C e se existe tratamento em caso de contaminação?

Mais: quem de vocês, leitores, já fez um exame para saber se possui essa doença ou outra hepatite?

Algumas das perguntas acima são parte de um panorama preocupante delimitado pelo Instituto Datafolha em uma pesquisa conduzida a pedido da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH). Os dados referentes Às respostas de 1137 pessoas de 11 regiões metropolitanas brasileiras foram apresentados hoje no XXI Brasileiro de Hepatologia realizado em Salvador (Bahia) e resumem a falta de conhecimento sobre o tema.

Apesar de a Organização Mundial de Saúde considerar a hepatite causada pelo tipo C do vírus a principal pandemia mundial, com aproximadamente 170 milhões de pessoas infectadas, mais da metade dos entrevistados (51%) não soube definir “o que é hepatite C” e a grande maioria (84%) não fez um único teste para detectar a doença.

Considerando que a SBH estima que existam entre 3 e 4 milhões de brasileiros portadores do vírus da hepatite C, melhorar o conhecimento de todos é fundamental. Desse modo, aqui vai uma singela contribuição acompanhada de um “puxão de orelha”:

O que são hepatites?

As hepatites são inflamações do fígado causadas por diversos fatores, desde genéticos a uso de medicamentos ou, como é o caso do motivador desse post, infecções virais. No Brasil os vírus causadores de hepatites mais comuns são os tipos A, B e C, mas também existem os vírus D e E.

Como desconfio que posso estar infectado? Quais os principais sintomas e como é o exame para detecção?

Sem frescura que é só uma agulhinha!

Esse é o grande problema: em geral, as hepatites são doenças silenciosas e geralmente quando os sintomas aparecem a doença já está em um estágio avançado, sendo essa a importância de se fazer exames regulares e evitar situações de contágio. Alguns dos sintomas são febre, dor abdominal, vômitos, fezes esbranquiçadas e urina escura, sendo que os dois últimos são um forte indicativo de problemas no fígado.

A boa notícia: uma simples coleta de sangue já fornece material suficiente para realizar todos os exames de detecção!

Quais as causas de transmissão?

Apesar de se associar rapidamente a hepatite C às demais doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), fazer sexo sem proteção com alguém infectado é uma das formas mais raras de transmissão, bem como em transfusões de sangue (ao contrário do que ocorria a alguns anos). Claro que isso não diminui EM NADA a importância de se fazer sempre sexo seguro. Outro modo de contágio é a transmissão de uma mãe infectada durante a gravidez, mas o grande risco está no compartilhamento (consciente ou não) de material para uso de drogas (como seringas e agulhas) e de higiene pessoal.

O material de higiene pessoal merece atenção especial pois chegamos ao ponto em que não existe mais a desculpa de um “grupo de risco”. Todos usamos esses materiais e precisamos ter cuidado de nunca compartilhá-los. Alguns exemplos:

  • Lâminas de barbear/depilar.
  • Alicates de unha e outros objetos cortantes ou que entrem em contato com regiões que possam ter sido cortadas por outro instrumento, como aquele palitinho usado por manicures ou o potinho de água morna usado para “amaciar” as cutículas.
  • Escovas de dentes.
  • Material para confecção de tatuagem e colocação de piercings.

Os itens acima mostram uma verdade incontestável: todos estamos vulneráveis, por isso conhecer essa doença, suas formas de contágio e prevenção é essencial. Também é importante conscientizar crianças e adolescentes sobre o fato, uma vez que as meninas iniciam suas visitas aos salões de beleza cada vez mais cedo. Tatuagens e piercings também têm se tornado mais comuns em gente mais nova, o que é outro motivo de se conversar seriamente a respeito com que tenha vontade de fazer um dos dois.

Educar crianças e adolescentes sobre o risco de contrair essa doença é obrigação de todos os pais, mães, familiares e professores. Fazer o teste para saber se está saudável, também é!

Links interessantes:

Hepatice C no site do Ministério da Saúde – http://www.aids.gov.br/pagina/hepatite-c

Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) com teste rápido para hepatites virais – http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/page/2010/43925/cta_testerapido_hv_pdf_95624.pdf

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Wikipédia: misturando cientistas com médiuns

Emanuel_Swedenborg_full_portraitOlhe que caso interessante:

Navegando pela Wikipédia para saber o que havia acontecido em outros dias 29 de janeiro do passado para fazer mais um dos “O que rolou na ciência HOJE“, a nova série de posts do RNAm, me deparo com um nascimento que me chamou a atenção. Era Emanuel Swedenborg, descrito como cientista, filósofo, engenheiro e MÉDIUM. Sempre acho esta junção de cientista e médium interessante, porque soam conflitantes para mim. E claro que esse tipo de coisa só podia acontecer em 1688. Nessa época, mentes inquietas como a de Swedenborg encontravam vastas áreas do conhecimento ainda a serem desvendadas, assim ele deu pitaco em todas, de física a espiritualidade.

O cara era bom, desceveu a pulsação do cérebro, percebeu que a cognição estava no cortex, construiu máquinas para mineração e como Leonardo daVinci imaginou máquinas voadoras e submarinos.

Mas o engraçado é que tudo isso de interessante aparece só no final do artigo da Wiki. E na parte entitulada “cientista” aparece o seguinte trecho:

Cientista:

Por exemplo, em astronomia, ele descreveu os habitantes do planeta Vênus:

Eles são de dois tipos, uns gentis e benevolentes, e outros selvagens, cruéis e gigantes. Os últimos roubam, pilham e vivem disso; os primeiros tem um grau tão elevando de gentileza e caridade que são sempre amados pelos bons, e por causa disso sempre vêem o Senhor aparecer-lhes em sua forma real no seu planeta[3].

Os habitantes da Lua foram descritos assim:

Os habitantes da Lua são pequenos, como crianças de seis ou sete anos; ao mesmo tempo, eles têm a força de homens como nós. A sua voz vibra como o trovão, e o som sai da barriga, porque a Lua tem uma atmosfera bem diferente da dos outros planetas[3].

Mercúrio é habitado por humanoides muito parecidos com os terrestres:

Eu estava desejoso de descobrir que tipo de face os homens de Mercúrio tem, e se eles são iguais aos homens da Terra. Então eles (os espíritos de Mercúrio) me apresentaram uma mulher exatamente como as que vivem naquele planeta. Sua face era linda, mas menor que as mulheres da Terra, ela também era mais esbelta, mas de mesma altura (…)[4].

220px-Arcana_Caelestia_0001Habitantes do planeta Vênus?! Foi isso que ele realizou como cientista? Artigo zoado hein?

Mas a beleza da Wikipédia é que eu ou você podemos dar nosso pitaco e editar a coisa toda. Inclusive neste artigo há um aviso que diz o seguinte: “

Este artigo ou secção possui passagens que não respeitam o princípio da imparcialidade.
Tenha algum cuidado ao ler as informações contidas nele. Se puder, tente tornar o artigo mais imparcial.”

O artigo não é mesmo imparcial pois quem o escreveu só colocou referências espíritas e puxou a sardinha pra esse lado.

Outra coisa interessante é que o artigo da Wiki em inglês tá muito bom. Não que isso seja novidade, quase todos os artigos em inglês são melhores por n motivos, mas queria entender como funciona nos bastidores da Wiki esse lance de traduzir o artigo de outra língua em lugar de deixar passar um texto bem inferior e tendencioso.

 

Então vou fazer isso. Me cadastrei e vou tentar colocar as coisas em contexto e conto como foi a experiência de editar a Wiki pt. Já me alertaram para a fogueira das vaidades que arde por lá, mas mesmo assim acho que devo tentar por mim mesmo. Até mesmo para honrar a memória do cara que era um gênio da sua época, mesmo com sua maluquice que, aliás, sempre acompanha toda genialidade.