Por Carolina Medeiros
Ao longo da história aprendemos a processar os alimentos para conservá-los, antes das geladeiras, mantínhamos os alimentos, principalmente carnes, em banha ou sal. Nos dias de hoje, é grande a lista de alimentos ultraprocessados: bolos, sopas instantâneas, biscoitos recheados, lasanhas, hambúrguer, refrigerante, alimentos prontos e fáceis de serem consumidos, os preferidos dos jovens.

Mas os nutricionistas alertam para os riscos desses alimentos, que são ricos em gordura, sal e açúcar. Pensando nisso, pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas, da Universidade Federal da Fronteira Sul. Passo Fundo e Universidade Católica de Pelotas, acabam de publicar um artigo que buscou avaliar o consumo desses alimentos, os fatores associados e a sua influência na ingestão de nutrientes em adultos jovens.
O artigo, publicado na Revista de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), entrevistou 4.297 indivíduos e buscou identificar com que frequência os jovens se alimentam de alimentos ultraprocessados e assim estabelecer uma proporção da ingestão calórica diária atribuída a esses alimentos. De acordo com a pesquisa, o consumo desses alimentos representaram 51,2% das calorias totais ingeridas, e a ingestão foi maior em indivíduos do sexo feminino, com maior escolaridade e que nunca foram pobres.
Os resultados apontaram ainda que o consumo dos alimentos ultraprocessados tem relação direta com os altos índices de colesterol, sódio, cálcio, ferro e calorias presentes nesse tipo de alimento. Isso porque o processo pelo qual esses alimentos são submetidos retiram todos os nutrientes, porém mantém as calorias. Um bom exemplo são os embutidos (salames, mortadela, presunto e salsicha), que durante o processamento perdem as proteínas adequadas, ficando somente com a gordura.
Para os autores esses números alertam para um problema de saúde pública, e “que chama atenção para a realização de intervenções visando a redução da ingestão desse grupo de alimentos”, defendem. E uma dica para quem que aderir uma alimentação mais saudável é o “Guia Alimentar para a população brasileira”, publicado em novembro de 2014, em uma parceria entre o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP e o Ministério da Saúde. A publicação diferente de outras, não trabalha com grupos de alimentos e as proporções indicadas, e sim, com refeições à base de alimentos frescos.
Acesse o guia em: http://is.gd/vbA0Wk
Imagem: http://is.gd/bsNqFo