Cresce uso de fertilizantes na América Latina

Creditos: Buddha Seeds

Por Germana Barata

O consumo de fertilizantes cresceu cerca de 27% na América Latina em 2012 quando comparado a 2006, sobretudo em países com menor área territorial. Esta é a conclusão de artigo publicado na última edição da revista Bioagro (v.29, n.1, 2017).

Os fertilizantes são produtos utilizados no solo para aumentar a produtividade das plantações. Diferentemente dos agrotóxicos, os fertilizantes são considerados – até pelo nome – produtos benéficos. No entanto, os autores do artigo, Giovanni Reyes e Julián Cortés, da Universidade do Rosário, na Colômbia,  lembram que o aumento do consumo dos mesmos pode causar efeitos colaterais importantes. Entre eles está o impacto dos corpos d’ água e a diminuição da capacidade de recuperação ambiental.

A partir da análise do Anuário Estatístico da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), os autores avaliaram o uso de fertilizantes para 23 países da região. Dentre os países que diminuíram o consumo estão o Chile, Honduras, as Guianas, Trinidad e Tobago e, em menor medida, a Costa Rica. Dentre os que mais cresceram no consumo estão Belize, Uruguai, Panamá e Bolívia.

Olhando os dados com mais atenção, no entanto, vemos a diferença extraordinária na quantidade de quilos por hectare em cada nação. Trindade e Tobago, por exemplo apresentou queda de quase 40% no uso, mas em 2012 o uso chegou a chocantes 286,7 quilos por hectare, configurando o país recordista entre os analisados. Enquanto o Brasil o uso em 2012 era de 45,7 kg/ha, um aumento superior a 40% em relação a 2006.

“Um dos fatores que explicam menor uso relativamente de fertilizantes por área nas nações maiores seria o estabelecimento e a prevalência do chamado modelo agrícola de fazenda latino-americana, em que há grandes extensões de plantações e de cultivo mecanizados como o café, cacao e pastagens”, explicam os autores.

Em 2015, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) anunciou que o uso de fertilizantes deve crescer 1,8% anualmente até chegar ao montante de 200,5 milhões de toneladas no ano que vem. Neste cenário, os países europeus deverão seguir a tendência oposta, diminuindo o consumo em 50 mil toneladas. Já a América Latina deverá crescer a um ritmo acelerado de 3,3% ao ano.

 

Leia o artigo completo em:

Reyes, GE & Cortés, JD. Intensidad en el uso de fertilizantes en América Latina y el Caribe (2006-2012). Bioagro, v.29, n.1, Apr. 2017.

Email dos autores:  giovanni.reyes@urosario.edu.co ou  julian.cortess@urosario.edu.co

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