77 – As ruas como a solução

E aí pessoal? Vocês estão acompanhando as últimas notícias?

Decidi escrever este texto para falar da questão da importância de movimentos sociais e manifestações frente aos ataques ambientais recentes.

Sobre as últimas notícias

Recentemente, tivemos a aprovação do Marco Temporal na noite de quarta-feira, no dia 30/05/2023. O Marco Temporal é uma lei que os povos indígenas só têm direito às terras já ocupadas ou em processo de disputa em 5 de outubro de 1988, dia da promulgação da Constituição Federal. Ou seja, quando ele for estabelecido, ele permitirá que indígenas sejam expulsos de terras que ocupam, caso não se comprove que eles já estavam na área antes do ano de 1988.

Além do Marco Temporal, tivemos também a perda de atribuições do Ministério do Meio Ambiente de Marina Silva, aprovada em 24/05/2023. Sem falar que tivemos ataques em relação ao Ibama nos últimos dias, seja por conta da polêmica da capivara Filó (cito isso em um texto anterior), e por conta também do Ibama rejeitar um parecer de exploração de petróleo na Amazônia.

Ou seja, além do congresso aprovar leis que vão contra os povos indígenas e o meio ambiente, também temos nossos setores de controle ambiental sendo atacados, justamente por fazerem o seu trabalho.

O que fazer?

Não é de hoje que existem meios que façam com que pessoas ignorem o que está acontecendo, sendo esta uma das formas de evitar que as pessoas saiam nas ruas para protestar contra determinados atos. Isto pode ser analisado no artigo “DINÂMICAS DA DESMOBILIZAÇÃO: a criação de entraves aos processos de formação e movimentação de públicos“, em que exemplifica tentativas de descredibilizar a greve dos caminhoneiros em 2018, por exemplo.

Logo, considerando que já foi passado bastante tempo para lamentar as nossas perdas, acredito que é a hora de se juntar e fazer mobilizações populares em defesa do meio ambiente, além de ajudar na divulgação das já existentes. Caso não possa ou não queira ajudar nas manifestações, que pelo menos ajude na mobilização destas. Não é fácil, mas é importante dar este passo. Afinal, temos apenas um planeta.

E há vários pontos sobre como mobilizar. Uma delas é a questão comunicacional. No artigo chamado “O ATIVISMO NO JORNALISMO AMBIENTAL: como quatro momentos-chave ajudaram a configurar uma prática engajada no Brasil“, são discutidas estratégias de comunicação. Este texto é interessante pelo fato de discutir o papel do jornalismo ambiental, pois é um dos poucos que não dependem de grandes grupos que possam limitar ate quando podem noticiar tal fato, como é o caso de grandes corporações da mídia (páginas 7, 8 e 9). Logo, um dos pontos importantes ao meu ver seria um reforço em massa desse incentivo ao jornalismo mais independente, no qual também possa incluir divulgadores científicos.

Outra é um maior suporte frente as nossas lideranças mais novas. No artigo “JUVENTUDE E MUDANÇAS CLIMÁTICAS: trajetórias e narrativas das mobilizações no Brasil“, são discutidas as trajetórias dos jovens no ativismo ambiental, os quais são a influência da família e na inserção no movimento estudantil. Além disso, são também comentadas as estratégias de comunicação destes, baseadas na conjuntura política atual ou num diálogo com as pessoas. O artigo também cita a questão da conscientização ambiental estar crescente.

Desta forma, acho importantes estes dois pontos para uma maior mobilização urbana frente aos ataques ao nosso meio ambiente. Hoje, nos temos mais ferramentas para incentivar as pessoas sobre a importância da preservação a natureza, além de termos uma maior comoção frente aos problemas do nosso planeta. Basicamente, este texto é mais para reforçar a importância de uma maior mobilização frente a defesa do meio ambiente, não se limitando apenas via eleições.

Até a próxima! E nos acompanhem nas nossas redes sociais, principalmente no Instagram e no Tiktok.

Rafael Henrique

Sou graduado em Engenharia de Energia pela PUC Minas. Recentemente, concluí o mestrado em Planejamento de Sistemas Energéticos pela UNICAMP. Decidi dar inicio a este blog, com o intuito de abrir o espaço de divulgação científica relacionado a energia e seus temas relacionados.

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