
HUANGLONGBING
Na citricultura atual o produtor tem vários desafios para se manter competitivo no mercado. Uma das preocupações que vem tirando o sono de muitos citricultores, não só aqui no Brasil, mas no mundo todo (principalmente na Flórida/EUA) é o HLB (que vem da palavra chinesa huanglongbing que significa dragão amarelo) uma doença também conhecida como greening.

O HLB é uma doença que ocorre em todas as variedades comerciais de citros e que pode ser ocasionada pelas bactérias Candidatus Liberibacter africanus (que ocorre apenas na África), Ca. L. americanus (que ocorre apenas no Brasil, de maneira cada vez mais esporádica) e Ca. L. asiaticus (que é a espécie mais prevalente em todo o mundo). Essas bactérias são transmitidas por duas espécies de psilídeo, sendo Diaphorina citri responsável pela disseminação da doença em países asiáticos e americanos , e Trioza erytreae no continente Africano.
Para as laranjas o HLB é como se fosse a dengue para nós humanos (mas fique calmo, você pode consumir a fruta ou um copo de suco de laranja com HLB que não vai ficar dengoso e muito menos virar um dragão amarelo…hahaha).
Como controlar?
Para controlar o HLB é preciso controlar o inseto vetor, assim como fazemos no caso da dengue. Como o mosquito transmissor da dengue se multiplica em água parada, nós fazemos o controle não deixando água parada em vasos, pneus, garrafas e etc… (pelo menos é o que deveríamos estar fazendo…já olhou seu quintal hoje?). O psilídeo dos citros se multiplica em plantas de citros e também em outras plantas hospedeiras, como a murta, por exemplo. Então como controlar???
Bom, isso pode ser feito de diferentes maneiras (Veja mais sobre o controle do HLB aqui), porém a mais utilizada pelos produtores é a aplicação de inseticidas que controlam o psilídeo no campo. O problema, é que como no caso do mosquito da dengue, não adianta só você cuidar do seu quintal e não deixar água parada, se o seu vizinho não cuidar do quintal dele. Ou seja, não adianta o produtor cuidar do seu pomar, se os vizinhos não cuidarem, ou então tiver áreas com plantas que hospedam o psilídeo (como uma chácara com plantas de limão e laranja) que não fazem o controle do inseto. Esses lugares acabam funcionando como fonte de insetos e esses insetos acabam indo parar no pomar novamente e ocasionando um novo ciclo da doença.

Mas e ai??? Significa que além do produtor cuidar do seu pomar ele tem que cuidar do pomar do vizinho?? Isso mesmo, nesse caso você precisa ser aquele “vizinho intrometido” e falar com seus vizinhos, para que façam o manejo adequado, criando aliados ao combate desse inseto!!
Mas e se meu vizinho não for um produtor, mas tiver plantas hospedeiras do psilídeo?? Ai que entra uma das alternativas de controle desse inseto, a liberação da Tamarixia radiata (que é uma vespinha que parasita o psilídeo e faz seu controle biológico). Porque vamos pensar juntos, é muito mais fácil liberar algumas vespas para controlar um pomar abandonado do que entrar com um trator pulverizando tudo né??
Bom, esse assunto é muito amplo, e vamos falar mais dele por aqui!!! Continue nos acompanhando que logo vem mais novidade por aí!!!
Escrito por MSc. Tatiane da Cunha
Editado por Laís Moreira Granato
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