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Futuro 5: Ikea compra de volta a mobília que você não quer mais

Futuro é/era uma série de notícias falsas criadas por mim, que pretende representar o que deveria ser um futuro mais sustentável. Mas o incrível é que dessa vez a notícia do título não é falsa, ela de fato se tornará realidade em lojas da rede em 26 países.

Mats Ekdahl/Ikea

A Ikea irá comprar de volta os móveis da marca dos consumidores e depois irá revendê-los numa loja de segunda mão da marca. E por que essa iniciativa é tão incrível?

Pra mim mostra que a marca está de fato se empenhando em entrar na economia circular e quem sabe futuramente mudar seu modelo de negócio. Já imaginou o dia que a Ikea não venderá mais móvies mas sim simplesmente alugará e estará sempre responsável por toda a vida de seus produtos?

Eu sei que esse conceito é muito estranho para a maioria das pessoas no Brasil, somente quem é muito rico troca móveis da casa com frequência, mas em países ricos trocas de móveis da casa é quase que nem comprar roupa nova a cada estação.

Quem já faz isso e durante muito tempo foi case de sucesso de sustentabilidade por anos é a Interface floor. Uma empresa de carpetes e pisos de vinil que não apenas os vende, mas se responsabiliza pelo recolhimento, reciclagem e reuso do material. Tudo bem que carpete é algo muito relacionado a países frios e aqui são poucos os ambientes que usam esse tipo de solução, mas pensar em reutilizar o material e se preocupar com o destino dos resíduos é algo bem inovador (não deveria, mas é).

Voltando ao caso dos móveis da Ikea, de certo modo, isso meio que existe no Brasil, toda cidade tem sua loja de móveis usados ou herdar móveis de alguém que está mudando não é algo incomum. Mas quem já não viu por ai um sofá descartado num riacho? Ou mesmo algum móvel dando as caras no esgoto na época de chuva e enchentes em grandes cidades? Torço que várias marcas se empenhem nesse sentido e até mesmo outras indústrias como de carro ou tecnologia por exemplo. Gostaria de vê-las se preocupando com o que acontece com seus produtos depois que seus clientes se desfazem deles.

Futuro 4: Governo Federal aprova plano para todas as prefeituras de Mobilidade Urbana

Esse post faz parte da série Futuro. Essas notícias falsas pretendem representar o que deveria ser um futuro mais sustentável. Pode ser que depois de um tempo os ache equivocados, mas faz parte do processo de mudança que eu gostaria de ver no mundo. As outras notícia da série foram: Unilever anuncia venda de produtos de limpeza a granel, Operadora de celular premia quem não troca de aparelho e Casas e prédios sem reaproveitamento e reuso da água se desvalorizam.

Em “homenagem” à semana da mobilidade o querido Hugo Penteado escreveu esse Futuro. Pode parecer um tanto radical, mas vendo o ponto que chegamos onde as pessoas determinam suas vidas em torno do carro acho que tentar radicalizar do outro lado pode ser interessante também!

Governo Federal aprova plano para todas as prefeituras de Mobilidade Urbana

A partir do ano que vem todos os ciclistas terão IPVA-negativo, ou seja, receberão R$ 2.000 reais por ano como incentivo.  Será instalado um aparelho medidor que torna o ciclista apto a receber o incentivo tributário se rodar 3 km por dia útil.  Tarifas de ônibus e metro terão redução de 50% no seu valor e serão gratuitas para todos os estudantes, idosos e portadores de necessidades especiais. As empresas particulares que operarem o sistema terão que contar com aprovação popular e regras estritas de entrega do serviço.

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Foto: Claudio Olivares Medina https://www.flickr.com/photos/quiltro/ (CC BY-NC-ND 2.0)

Adicionalmente, o Governo Federal tomou as seguintes decisões:

(1) O IPVA terá reajuste de 150% para todos os carros;

(2) Carros do tipo SUV terão reajuste de 500%;

(3) Todos os táxis serão elétricos;

(4) O IPVA do segundo carro da família será multiplicado por um fator de 3, por exemplo, se for um IPVA de R$ 1.000, o contribuinte irá pagar R$ 3.000 reais; o terceiro carro paga um fator de 6, o quarto de 12 e assim sucessivamente.

(5) Nenhum apartamento poderá ter mais que uma garagem por unidade no Brasil inteiro, isso significa redimensonar os existentes;

(6) A indústria automobilística irá ser responsável pela construção das vias utilizadas pelos usuários dos seus produtos, não será mais arcado pelo contribuinte, visto que é um produto de 10% da população cujo custo urbano exorbitante é pago por todos; e

(7) O preço do combustível levará em conta as emissões e não será mais subsidiado.

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Foto: Dylan Passmore https://www.flickr.com/photos/dylanpassmore/ (CC BY-NC 2.0)

Vários estacionamentos da cidade serão transformados em parque e em lugares para a comunidade. Hoje menos de 1% dos espaços urbanos se destinam a coletividade e ao uso público e 99% destina-se ao trânsito de veículos. O objetivo do governo federal é inverter essa equação, deixando 50% para mobilidade urbana e 50% para espaços públicos e hortas comunitárias urbanas.

Dado que a função social da indústria automobilística é precária, pois contribui para o aquecimento global e para o fim do equilíbrio social das cidades, destrói empregos na sua estrutura com tecnologias desempregadoras de mão de obra muito rapidamente, o objetivo do governo é estimular setores de mobilidade urbano que levam em consideração a contribuição principalmente dos serviços que as pessoas podem oferecer.

O governo também decidiu congelar o número de veículos em trânsito nas cidades ou até mesmo reduzir onde a frota estiver bem acima da capacidade física da cidade, causando estrangulamentos que causaram à população perdas com tempo e saúde de bilhões e bilhões de dólares.

Dessa forma o governo mostra não mais estar vendido ao modelo antigo e voltado para o modelo novo no qual o planeta e sua natureza vem em primeiro lugar, a sociedade vem em segundo lugar e a economia é apenas um instrumento para manter o equilibrio entre planeta, sua natureza e nossa sociedade.

Futuro 3: Casas e prédios sem reaproveitamento e reuso da água se desvalorizam

Esse post faz parte da série Futuro. Essas notícias falsas pretendem representar o que deveria ser um futuro mais sustentável, pelo menos ao meu ver. Pode ser que depois de um tempo os ache equivocados, mas faz parte do processo de mudança que eu gostaria de ver no mundo. As outras notícia da série foram: Unilever anuncia venda de produtos de limpeza a granel e Operadora de celular premia quem não troca de aparelho.

Casas e prédios sem reaproveitamento e reuso da água se desvalorizam

Você se lembra quando na hora de procurar uma casa ou um condomínio para morar a prioridade era a localização, o tamanho dos cômodos ou ainda se tinha ou não uma boa área de lazer? Isso virou passado e a primeira pergunta que os compradores de imóveis fazem hoje na hora de procurar um lugar para morar e/ou trabalhar é se o local tem reaproveitamento e reuso da água, coleta seletiva de lixo, captação de energia solar ou eólica, telhado verde e reaproveitamento e otimização do entulho gerado pela obra.

Se poucos anos atrás era um diferencial de uma construção ter itens como reaproveitamento e reuso da água, tratamento interno de esgoto ou captação de energia solar ou eólica hoje nenhum prédio ou casa é construído sem isso, é quase como uma casa sem banheiro ou energia elétrica, não existe. Aliás, difícil é pensar como algum dia construímos cidades inteiras sem essas itens, como fomos capazes de disperdiçar tanta água e energia?

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Telhados verdes em todos os prédios das cidades

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Estádio de futebol coberto por placas de captação de energia solar.

Ao mesmo tempo que evoluímos em novas construções estamos enfrentando o problema das construções antigas que não possuem tais “diferenciais”, muitos desses prédios e casas estão passando por reformas e tentando se adaptar, por conta de algumas adaptações bem difíceis a criatividade dos arquitetos e engenheiros é sempre colocada à prova.

Futuro 2: Operadora de celular premia quem não troca de aparelho

Esse post faz parte da série Futuro. Essas notícias falsas pretendem representar o que deveria ser o futuro mais sustentável, pelo menos ao meu ver. Pode ser que depois de um tempo os ache equivocados, mas faz parte do processo de mudança que eu gostaria de ver no mundo. A primeira notícia da série foi: Unilever anuncia venda de produtos de limpeza a granel.

Futuro 2: Operadora de celular premia quem não troca de aparelho

Na busca de conscientizar seus clientes a operadora de celular Vivo iniciou uma campanha de desensentivo a troca de aparelhos de celular. Se a bem pouco tempo atrás você recebia ligações da operadora para lhe oferecer um novo aparelho hoje ela irá te ligar para avisar que se você continuar com o mesmo aparelho por mais um ano você ganhará créditos em ligações.

Essa campanha faz parte da nova estratégia de sustentabilidade da empresa, que visa oferecer um serviço de qualidade sem a necessidade de “comprar” ou segurar o cliente com aparelhos novos “grátis”. Se antes o valor do aparelho que era dado ao cliente vinha diluído no valor da conta, hoje com essa nova atitude a operadora pode oferecer descontos e até isentar a conta do cliente.

A empresa com essa atitude inovadora tenta ensinar aos seus clientes uma atitude mais consciente diante do consumo. Se antes seguíamos os 3 Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar), agora temos mais 2 Rs para incluir – Repensar hábitos e atitudes; Reduzir a geração e o descarte; Reutilizar, aumentando a vida útil do produto; Reciclar, transformando o produto e Recusar produtos que agridam o meio ambiente. – A empresa vai estimular o cliente a passar por todo o processo, fazendo-o repensar a atitude de trocar o celular em períodos curtos de tempo.

“Fala-se muito em mudança de comportamento, de atitude e quebra de paradigma diante dos atuais problemas que estamos enfrentando, mas são poucas as empresas que realmente estimulam seus clientes a terem essa mudança, a Vivo resolveu começar essa revolução verde de verdade” afirma o presidente da empresa que resolveu abraçar de forma radical a causa da sustentabilidade.

Com essa atitude a operadora começa uma verdadeira guerra com empresas de aparelho de celular, uma vez que a queda de venda pode ser inevitável. Se o consumidor realmente aderir a campanha espera-se que seja a vez das empresas de aparelhos mudar de atitude diante do novo comportamento dos consumidores e aceitar que mudar apenas o material utilizado não será suficiente, elas terão que se reinventar pois, espera-se, um novo tipo de consumo está surgindo.

Futuro 1: Unilever anuncia venda de produtos de limpeza a granel

Inspirada por essa notícia de mentira: Banco Real não financia mais carros para paulistanos, resolvi criar uma série de notícias sustentáveis que me faria feliz lê-las em 2009. Bom, se um dia elas se tornarem realidade eu já ficaria bem feliz!
Vou chamar esses posts de Futuro. Eles pretendem representar o que deveria ser o futuro mais sustentável, pelo menos ao meu ver. Pode ser que depois de um tempo os ache equivocados, mas faz parte do processo de mudança que eu gostaria de ver no mundo. Eis o primeiro deles.

Unilever anuncia venda de produtos de limpeza a granel.
Com o intuito de reduzir a produção de lixo na sua cadeia de produção a Unilever anuncia a venda de produtos de limpeza (sabão em pó, amaciantes, desengordurantes) a granel. Assim como era feito antigamente na hora de comprar bebidas, agora será feito com produtos de limpeza que levam a marca Unilever. Ou seja, você pode levar suas próprias embalagens e enchê-las no supermercado, sem precisar levar para casa mais uma nova embalagem que na melhor das hipóteses vai ser enviada para reciclagem.
Com essa atitude a Unilever pretende reduzir o número de embalagens a serem produzidas e descartadas, uma vez que a empresa não consegue garantir o retorno de 100% das embalagens produzidas para reciclagem.
A dificuldade agora é educar os consumidores a levarem suas próprias embalagens na hora de comprar esses produtos. Um incentivo será o preço que por não precisar de embalagem, reduz custos de transporte e produção, poderá ser vendido com redução de até 15% do valor.
Fica a dica, comece a guardar as embalagens velhas dos seus produtos de limpeza, você poderá usá-las por muito tempo.
Com essa atitude a empresa envolve não apenas o consumidor, tentando implantar uma nova forma de consumo, mas também os fornecedores de embalagem e as redes de supermercado. Os fornecedores terão de criar embalagem que sejam de boa qualidade e duráveis para que a idéia de embalagem descartável seja coisa do passado, e assim possamos diminuir a quantidade de lixo produzida e a energia gasta para produção de coisas descartáveis seja repensada. Para os supermercados fica o desafio de criar espaços diferenciados pois se a moda pega com outros produtos também, diga adeus a supermercados com pratelerias cheia de produtos embalados como estamos acostumados.

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P.S.1: A primera vez que ouvi essa ideia veio da minha mãe, não sei se saiu da cabeça dela ou de fato ela chegou a ter notícias de alguma coisa do tipo em algum lugar do mundo. Depois li em algum comentário de algum blog o sonho de um supermercado inteiro a granel, achei bem interessante…
P.S.2: Alguém sabe me responder se a granel tem ou não crase? Eu acho que não, mas confesso que fiquei na dúvida. UPDATE: Não tem crase mesmo! Obrigada pessoal!