>Pseudo-Poe

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Convencido de que o público aceitaria qualquer coisa de um autor famoso, James Whitcomb Riley (1849-1916, à esquerda) apostou com seus amigos que poderia provar sua teoria. Ele compôs um poema no estilo de Edgard Allan Poe (1809-1849) chamado “Leonanie” e publicou-o no jornal Despatch, da cidade de Kokono, Indiana, em 2 de agosto de 1877:

Leonanie–angels named her;
And they took the light
Of the laughing stars and framed her
In a smile of white;
And they made her hair of gloomy
Midnight, and her eyes of bloomy
Moonshine, and they brought her to me
In the solemn night.

Ou, numa tradução improvisada:

Leonina — é como os anjos a chamam;
Eles trazem a luz
das estrelas sorridentes e enquadram-na
em um branco sorriso;
E eles tornam seu cabelo negro
como a meia-noite, e eles tornam seus olhos brilhantes
como o meio-dia, e eles a entregam para mim
na solene noite

E assim por diante. Um artigo que acompanhava o poema explicava que ele tinha sido descoberto no verso da folha de rosto de um livro velho.
Após a publicação do poema, Riley escreveu uma crítica em outro jornal — o Democrat —, de outra cidade — Anderson. Neste artigo, Riley levantava dúvidas sobre a autoria do “novo” poema de Poe. Mas, para seu horror, o poema fake foi exaltado pelos críticos e reproduzido em jornais do país inteiro. Enquanto uma editora de Boston começava a procurar o manuscrito original, um jornal rival ameaçava revelar a farsa. Somente então Riley e seus colegas finalmente confessaram o truque.
Riley ganhou sua aposta. Mas, ironicamente, ele próprio se tornou um poeta best-seller — e de poesias infantis! — escrevendo tanto com o sotaque típico de Indiana a ponto de despertar críticas contra suas próprias obras.
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